METRO REABRE ATÉ 6ª FEIRA DE MANHÃ

A circulação na Linha Azul do Metro estará reposta «o mais tardar na manhã de sexta-feira», garante o presidente do Metro. Fernando Medina já assumiu que o desabamento foi provocado por um erro grosseiro numa obra da Câmara.

«O mais tardar sexta-feira da parte da manhã reabriremos ao tráfego a Linha Azul do Metro de Lisboa, que se encontra interrompida entre as estações das Laranjeiras e do Marquês de Pombal», anunciou o presidente do Metropolitano de Lisboa, Vítor dos Santos, em declarações aos jornalistas na Câmara Municipal de Lisboa, no final de uma reunião com o presidente da autarquia, Fernando Medina, que reconheceu como «um erro grosseiro» o incidente que ocorreu ontem no Metro de Lisboa e que provocou quatro feridos entre os cerca de 300 passageiros que estavam na composição que passava na altura.

Fernando Medina reconheceu que, «no decorrer de uma obra à superfície da autarquia, na Praça de Espanha, foi feito algo que nunca deveria ter sido feito, uma perfuração na estrutura do túnel do Metro, que nunca devia ter acontecido».

«Este problema que aconteceu decorre de uma obra da Câmara Municipal de Lisboa totalmente alheia ao metro, isto não é um problema que pré-existisse no túnel do metro, que houvesse uma fragilidade, que houvesse ali alguma dificuldade, não. Isto decorreu de um problema que é uma obra da Câmara, onde ocorreu um erro grosseiro, em que ocorreu uma perfuração na vertical do túnel do metro que não devia ter acontecido», afirmou Fernando Medina.

Fernando Medina confirmou que já foi aberto um inquérito e que a comissão de inquérito vai «ser liderada por um especialista indicado pelo bastonário da Ordem dos Engenheiros», para se aferir a responsabilidade e apurar se o desabamento foi motivado pela «conceção do projeto, pela execução, pela fiscalização ou até por uma combinação destes fatores».

Repor condições de segurança

Tanto o autarca lisboeta , como o presidente do conselho de administração do Metro,  anunciaram que está a ser realizado «um trabalho de definição de um plano de intervenção para que se possam repor as condições de segurança no troço do túnel e para que a circulação possa ser retomada» na Linha Azul que liga a Reboleira a Santa Apolónia, e cujo troço entre as Laranjeiras e o Marquês de Pombal está cortado. Ainda hoje deve aparecer a resposta dos especialistas à proposta de trabalho de reparação do túnel, que foi conjugada entre o metro, o empreiteiro e o Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC).

Fernando Medina, que não quis deixar de transmitir «uma mensagem de confiança e de tranquilidade aos utentes do Metro de Lisboa», garantindo que os «túneis não apresentam nenhum tipo de problema», lamentando, por outro lado, «o incómodo e a perturbação causada, não só aos utilizadores que circulavam na composição atingida, mas também às pessoas que são afetadas pelo não funcionamento da linha do metro naquele troço».

Assegurando, tal como já tinha feito o presidente da Câmara de Lisboa, que os passageiros «não têm nenhum motivo para não se sentirem seguros», já que o desabamento decorreu de uma obra que está a ser feita à superfície, o presidente do Metropolitano adiantou que durante a noite foi recuperada a eletrificação e a sinalização do túnel, bem como as linhas de comunicação de emergência.

«Espero que durante a tarde de hoje, quarta-feira, se inicie a betonagem. Há um buraco, há que tapar o buraco, que se vai tapar com ferro e com betão», explicou, adiantando que ainda hoje espera ter uma data mais precisa sobre o retomar da operação do metro na Linha Azul, prevendo, contudo, que «o mais tardar 6ª feira de manhã, o metro retome a sua circulação normal».

«Os trabalhos já se iniciaram, toda a limpeza foi efetuada, o comboio retirado e o buraco que tínhamos ontem já está tapado por baixo com cofragem. Com um bocadinho de sorte esperamos reduzir os prazos de corte da Linha Azul entre as Laranjeiras e o Marquês de Pombal», declarou.

Em resposta a um comunicado do Bloco de Esquerda que propõe uma inspeção a toda a rede do metro de lisboa com mais de 30 anos, Vítor Santos garantiu que os túneis «estão todos vistoriados».

Carris reforçou carreiras

Por último, Vítor Santos agradeceu à CP – Comboios de Portugal, à rodoviária Carris e à Fertagus (transporte ferroviário na ponte 25 de Abril) pelo esforço de avisar os clientes e pela disponibilização de meios.

«A Carris disponibilizou os meios possíveis para fazer transbordo. O comboio leva 600/800 pessoas, é normal que haja concentração de pessoas nas paragens. Está a correr dentro do possível em 12 horas montar uma operação deste tipo», disse, acrescentando que as restantes linhas estão a funcionar quase dentro da normalidade.

Por sua vez, o presidente do Conselho de Administração da Carris, Tiago Farias, assegurou que a Carris reforçou as carreiras que fazem os percursos Marquês do Pombal – Sete Rios e Arco do Cego – Sete Rios – Pontinha, comprometendo-se a colocar mais autocarros ao serviço em função das necessidades reveladas pela monitorização da rede

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