A Marcha da Charneca conquistou o primeiro prémio, na grande final realizada sábado, 29 de junho, no Complexo Municipal dos Desportos «Cidade de Almada», no Feijó, ficando em segundo lugar a Marcha Capa Rica.
A Marcha da Charneca foi a vencedora do concurso de Marchas Populares de Almada 2019, conquistando também os Prémios Música e Figurino. O segundo lugar foi para a Marcha Capa Rica, que arrecadou ainda o Prémio Cenografia. Na terceira posição ficou a Marcha do Centro Comunitário PIA II, à qual foram atribuídos os Prémios Avenida, Coreografia e Figurino, tendo a Marcha da Trafaria sido distinguida com o Prémio Letra.
Este ano, concorreram 12 marchas, na sua maioria constituídas por jovens marchantes. Os atores Rosa Villa, Paula Marcelo, Luís Mascarenhas, Sara Norte, Mara Prates e Paulo Vasco, o fadista Mico da Câmara Pereira, ou os cantores Suzana Pragosa e Leandro foram algumas das personalidades que apadrinharam as Marchas Populares de Almada.
De facto, com o seu vestido de chita, Almada «aperaltou-se» e foi para os bailaricos e, como qualquer moça bonita, vestiu-se «de ouro e azul para brincar ao S. João» e, desta forma, reforçar «o sentido da festa enquanto espaço de construção coletiva de uma identidade comum».
Acompanhada pelos vereadores Miguel Ângelo Salvado e Maria Teodolinda Silveira, a presidente da Câmara de Almada entregou prémios de participação a todas as marchas que desfilaram em Cacilhas, salientando que as Marchas Populares permitem a «recolha de temas e feitura de letras alusivas ao concelho que contribuem para manter viva a identidade cultural do concelho.»
Aliás, a Marcha da Charneca – como todas as restantes – levou ao Pavilhão Desportivo do Feijó as tradições dos mercados e, como não poderia deixar de ser, «os namoricos no mercado», recordando que nesses locais se cruzam «sentires e sorrisos na azáfama do dia-a-dia. Retratando os amores entre a Rita e o Chico dela cantava: «Hoje é dia de festa no mercado/E chega a Rita para ver seu namorado/De caixa ao ombro e ela de cesta na mão/Levam sardinhas para assar no São João».



A Marcha Capa-Rica, a segunda classificada no ranking das marchas de Almada, levou a Rosa dos Ventos e os galeões para mostrar a tradição almadense das navegações e a «descoberta do mundo, aliando os sonhos que vários homens tiveram para construir a Capa Rica».
Não deixa de ser curioso, num momento em que tanto se fala da mobilidade e da integração de deficientes na sociedade que a Marcha Popular Costa Caparica, coordenada por Dino Carvalho e Carla Fonseca «A Caricatura de Um Amor», tenha dito a coragem de levar como mascote uma criança deficiente, demonstrando que é tratando o deficiente como um cidadão normal que se contribui para uma melhor inclusão do cidadão deficiente e, desta forma, se contribui para uma transição mais eficaz para a vida adulto.
O terceiro classificado, a Marcha do Centro Comunitário PIA II «levou» ao pavilhão desportivo «o cheiro a Almada verdadeira, Almada em flor a crescer», com os «cheiros do Jardim da Casa da Cerca, Almada velha a debruçar-se sobre o Tejo». Foram esses cheiros e o viver «a vida toda que floresce, piscando o olho ao passado, mas abrindo os braços ao futuro», que a Marcha PIA II cantou.
As Marchas Populares em Almada têm vindo, sobretudo a partir dos anos 90, a ganhar uma maior expressão no concelho, não só pelo número crescente de participantes, «mas também pela grandiosidade que se tem verificado nos trajes, nas coreografias e na criação musical», sendo de salientar as referências às tradições locais.
Classificações finais:
Prémios específicos:
Avenida: Marcha do Centro Comunitário PIA II
Coreografia: Marcha do Centro Comunitário PIA II
Cenografia: Marcha Capa Rica
Figurino: Marcha do Centro Comunitário PIA II e Marcha da Charneca
Letra: Marcha da Trafaria
Música: Marcha da Charneca