A nova Praça de Espanha vai dar aos lisboetas um novo espaço verde, maior que o Jardim da Estrela, com uma ponte, clareiras, percursos pedestres, campos de jogos e ciclovias. A primeira fase das obras arranca no verão, devendo estar pronto em meados de 2020.
A transformação do nó rodoviário da Praça de Espanha contempla a construção de zonas pedonais e de ciclovias, pretende devolver mais espaço às pessoas e tornar mais simples e rápidas as ligações rodoviárias, afirmou o presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, durante a apresentação do projeto, da NPK – Arquitetos Paisagista Associados, de requalificação desta zona da cidade.
Com a nova Praça de Espanha vai passar a ser possível a ligação direta de quem vem de carro da Avenida de Berna ou António Augusto Aguiar em direção à Avenida de Ceuta. De acordo com o projeto, Lisboa ganha um novo parque urbano de cinco hectares em articulação com o jardim da Fundação Gulbenkian e corredor verde de Monsanto.
Aliás este novo espaço que vai nascer nesta zona da capital recupera a ligação pedonal entre a Gulbenkian e Sete Rios.
O vereador do Urbanismo, Manuel Salgado, revelou que a empreitada para a rede viária e espaços exteriores da praça de Espanha, com um preço base de 6 milhões e 637 mil euros, tem um prazo de dez meses para a execução da obra e, mais um ano, de manutenção de espaços verdes.
Segundo o vereador do urbanismo, «o Jardim da Gulbenkian serviu de musa inspiradora à equipa que desenvolveu o projeto da nova Praça de Espanha, onde se prevê, por um lado, uma ponte ciclo-pedonável, que vem pela Augusto Aguiar e que depois inflete perto do Jardim da Gulbenkian, fazendo uma curva e saindo a meio do futuro parque. O que permitirá que, quem vem a pé ou de bicicleta, entre diretamente no novo parque.»O vereador da câmara de Lisboa garante que, além da melhoria para as pessoas, a circulação do trânsito na Praça de Espanha também vai melhorar. «As ligações principais vão melhorar muito e, portanto, vai ser mais fluida a circulação na Praça de Espanha. Ao mesmo tempo, vai permitir recuperar um grande espaço que estava isolado, zona que tem árvores na Praça de Espanha, é uma ilha, dificilmente se chega lá, porque as pessoas têm medo de atravessar. Vamos ganhar todo esse espaço, melhorando a circulação rodoviária nesta zona.»
Concluído no próximo ano
Por seu turno, o presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, fez questão de salientar que, o Parque Urbano da Praça de Espanha, que terá acesso direto aos jardins da Fundação Calouste Gulbenkian, deverá estar concluído já no próximo ano.
«Contamos que as obras estejam concluídas no próximo ano, em 2020, iniciando-se já este ano na rede viária, depois no parque verde, e nessa altura estará concluída aquilo que é verdadeiramente uma marca da Lisboa do futuro, uma cidade mais verde, mais sustentável, com mais espaço público e com mais ciclovias», salienta Fernando Medina.Complementando a informação do vereador Manuel Salgado, o presidente da Câmara realçou que o parque terá «um número muito significativo de árvores zonas de clareiras de fruição, parques infantis, esplanadas, quiosques e, principalmente, terá a recuperação da água como elemento central» daquele espaço, acrescentando que o projeto vai «permitir uma melhor vivência para todas aqueles pessoas que vão poder atravessar a pé a Praça de Espanha, utilizando uma ponte pedonal que a ligará à Gulbenkian».
Relativamente à circulação rodoviária, o presidente da câmara municipal defendeu que «saíra melhorada», já que haverá ligação direta da Avenida de Berna à Avenida Calouste Gulbenkian. Isto é, explicou Medina, «quem pretender sair da cidade de Lisboa, em direção a Monsanto ou à ponte, vai direto e escusa de circundar toda a Praça de Espanha».
Também a ligação entre a Avenida dos Combatentes e a Avenida António Augusto Aguiar será direta nos dois sentidos. Ou seja, quem pretende entrar na cidade de Lisboa via norte, descendo a Avenida dos Combatentes, prosseguirá em frente naturalmente para a Avenida António augusto Aguiar.
Parque Gulbenkian também vai para obras
Por outro lado, durante a cerimónia de apresentação do projeto, a presidente da Fundação Calouste Gulbenkian, Isabel Mota, anunciou que será lançado, «em breve, um concurso de ideias para a extensão do Parque Gulbenkian para o seu vértice sul, que deverá estar concluída pouco tempo depois do Parque Urbano da Praça de Espanha».
A autarquia promoveu um concurso público internacional para a requalificação daquela zona a que concorreram nove projetos, tendo vencido o concurso o ateliê NPK – Arquitetos Paisagistas Associados, com um projeto que enfatiza a continuidade entre a praça de Espanha e o Jardim da Gulbenkian, incluindo uma ponte pedonal a ligar os dois espaços.
De referir que, aquando do concurso de ideias, ficou definido que o parque urbano contemplaria zonas de estadia, esplanadas e equipamentos desportivos, com uma área de cerca de 45 mil metros quadrados.