O subsolo da cidade de Lisboa está a ser alvo de um método pioneiro de prospeção arqueológica, não intrusivo e que permite a deteção de leitura de vestígios arqueológicos com recurso a novas tecnologias.
O subsolo de Lisboa foi escolhido para a testagem de um método pioneiro de prospeção arqueológica, não intrusivo, e que permite a deteção e a leitura de vestígios arqueológicos com recurso a novas tecnologias de gravimetria quântica. Assim, através desta nova abordagem científica, pretende-se obter leituras preliminares que desvendem património arqueológico ocultado, antes de realizar escavações arqueológicas e, desta forma, ter uma nova ferramenta de monitorização, que proporcione uma aproximação às realidades históricas existentes sobre os atuais níveis de circulação da cidade, de uma forma não invasiva.
Este projeto é desenvolvido pela equipa da empresa francesa Exail, em estreita articulação com o Portuguese Quantum Institute e com o Centro de Arqueologia (CAL) da Câmara Municipal de Lisboa (CML), no âmbito de um projeto financiado pela Comissão Europeia “Flagship in Quantum Technologies” lançado em 2018. Em comunicado, a autarquia lembra que Lisboa é uma das capitais mais antigas da Europa e que tem cerca de três mil anos de continuidade urbana. Por isso, foi escolhida para experimentar esta tecnologia.
Este primeiro rastreamento foi realizado até à última sexta-feira, 11 de outubro, numa das zonas arqueologicamente mais ricas da cidade, ou seja, a Baixa Pombalina, onde as evidências arqueológicas remontam pelo menos até à Idade do Ferro, e à presença fenícia na cidade. A gravimetria quântica conta com extraordinários resultados em diferentes áreas, como a Defesa, a Saúde, ou a Geologia, sendo agora aplicada ao património arqueológico. Entre os dias 18 a 20 de novembro, a cidade de Lisboa acolhe a conferência “European Quantum Technologies Conference (EQTC)”, promovida pelo programa da Comissão Europeia “Flagship in Quantum Technologies”, onde serão apresentados publicamente os primeiros resultados desta primeira intervenção no subsolo de Lisboa.
Fotos: José Vicente (CML | DMC | DPC)