OEIRAS ESTÁ A TESTAR OS 10 MIL ALUNOS DAS ESCOLAS PÚBLICAS

O Instituto de Tecnologia Química e Biológica António Xavier da Universidade Nova de Lisboa (ITQB NOVA) e o Município de Oeiras estão a disponibilizar testes de saliva à COVID-19 a todos os alunos do pré-escolar, 1º e 2º ciclo das escolas públicas de Oeiras, até ao mês de março.

Nesta fase da pandemia da COVID-19, e com o recomeço das aulas, o rastreio de SARS-Cov-2 de forma simples e rápida é fundamental para quebrar cadeias de transmissão e, por isso, a Câmara de Oeiras e o Instituto de Tecnologia Química e Biológica António Xavier da Universidade Nova de Lisboa estão a realizar testes de saliva, que se vão prolongar até março, aos cerca de 10 mil alunos das escolas de Oeiras.

A testagem faz parte de um estudo liderado pelas investigadoras Catarina Pimentel e Mónica Serrano, do ITQB NOVA e tem como objetivo a validação de testes para a deteção do vírus SARS-CoV-2 em amostras de saliva e permitir o despiste de casos de COVID-19 na comunidade escolar.

O presidente da Câmara Municipal de Oeiras, Isaltino Morais, recorda que, «desde a primeira hora que o Município de Oeiras tem apoiado os institutos de Ciência e Investigação do concelho em diversas iniciativas de combate à COVID-19 e este estudo não foi exceção. Faz todo o sentido que se reforce a testagem para quebrar cadeias de transmissão, para que a comunidade escolar e as famílias sintam que as escolas são um meio seguro, que sintam alguma tranquilidade, sendo de valorizar também este método de testagem que é menos invasivo para as crianças».

Já para Cláudio Soares, diretor do ITQB-NOVA, «a colaboração entre o ITQB NOVA e a Câmara Municipal de Oeiras tornou-se ainda mais forte durante a pandemia COVID-19», sublinhando também o facto de estes testes serem «menos intrusivos, pelo que são ideais para testar crianças».

O teste de saliva desenvolvido pela equipa de investigadores do ITQB NOVA recorre à técnica RT-PCR e apresenta uma especificidade de 100% e sensibilidade de 92% para cargas virais médias a altas. Utilizam uma deteção diferente dos testes moleculares de RT-PCR tradicionais, o que os torna mais económicos.  São aplicados diretamente a amostras de saliva, eliminam a necessidade de extração do material genético do vírus, com resultados muito promissores.

A sua rapidez, sensibilidade, facilidade de colheita e custo reduzido tornam estes testes particularmente interessantes para o despiste de infeção por SARS-CoV-2. «Pelo seu baixo custo e devido à sua simplicidade, os testes de saliva possibilitam uma testagem mais frequente das comunidades. A testagem frequente da população assintomática é extremamente importante para a contenção da pandemia, pois uma percentagem muito significativa das transmissões é feita por indivíduos assintomáticos ou pré-sintomáticos», explica a investigadora Catarina Pimentel.


«As crianças desta faixa etária não costumam participar nas testagens realizadas nas escolas, pelo que este teste pode ser uma boa alternativa», complementa a investigadora Mónica Serrano.

A equipa de investigadores do ITQB NOVA está desde o final de 2020 a desenvolver e implementar modelos de teste para a COVID-19 com recurso à saliva, em colaboração com o Laboratório de Bromatologia e Defesa Biológica (Unidade Militar Laboratorial de Defesa Biológica e Química) e o Hospital das Forças Armadas e a CMO. Estes testes estão agora em fase de validação.

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