Oeiras inaugurou alojamento para professores deslocados

A Câmara Municipal de Oeiras (CMO) inaugurou, esta quinta-feira, 2 de maio, um novo alojamento destinado a professores deslocados, localizado na Rua da Fundição de Oeiras. Assim, passam a existir 13 quartos destinados ao alojamento de professores deslocados.

Nesta quinta-feira, 2 de maio, a Câmara Municipal de Oeiras (CMO) inaugurou um novo alojamento destinado a professores deslocados, no número 22 da Rua da Fundição de Oeiras. Desta forma, passam a existir 13 quartos, podendo alojar um máximo de 26 pessoas. A “Casa do General” vem juntar-se aos alojamentos temporários já existentes na Rua da Figueirinha e na Rua Marquês de Pombal. O novo alojamento agora inaugurado é constituído por oito quartos e corresponde a um investimento municipal de cerca de 120 mil euros.

Este é um edifício de dois pisos, que corresponde à antiga habitação do Comandante do Quartel do Regimento de Artilharia da Costa – RAC. O espaço foi alvo de obras de beneficiação e adaptação, tendo ainda uma boa exposição solar, cozinha, área de convívio e jardim. Espera-se ainda que, até ao final do ano, sejam disponibilizadas mais duas residências para a mesma finalidade. As próximas residências a serem entregues são a ‘Casa dos Oficiais’ (com sete quartos) e a ‘Casa dos Sargentos’ (com oito quartos), e situam-se nas localidades de Linda-a-Pastora e de Queijas.

Na inauguração do alojamento da Rua da Fundição de Oeiras, esteve presente o presidente da CMO, Isaltino Morais, que referiu que a entrega destas casas “é um bom exemplo”. “Esta obra, na verdade, consistiu na adaptação do imóvel e visa acomodar professores que ensinam nas escolas do nosso concelho”, vincou o autarca, lembrando que é fundamental que as autarquias e os organismos públicos ajudem a resolver o problema da habitação através da construção de casas públicas.

Oeiras vai contar com mais duas mil casas de renda apoiada e acessível

“Temos, neste momento, um programa de construção de cerca de duas mil casas”, lembrou Isaltino Morais, acrescentando que este é um programa que representa um investimento de 400 milhões de euros, com recursos a fundos do PRR e que “uma parte já está contratualizada e outra em vias de contratualização”. “No caso de Oeiras, vamos realizar no mínimo 10% do PRR e 12% do PRR Habitação. Bastaria que houvesse mais 20 municípios como Oeiras e estava o problema resolvido”.

“Vamos responder a cerca de 500 a 600 famílias carenciadas e a cerca de 1.400 a 1.500 famílias da classe média, onde se encontram os professores”, acrescentou ainda o autarca, lembrando que os salários dos professores são baixos e que, por isso, não conseguem acompanhar o custo de vida na Grande Lisboa. Por outro lado, disse ainda, “quando um funcionário é deslocado, como são os professores, o Estado devia suportar a renda”. As rendas destas habitações para professores deslocados rondam os 150 euros mensais, adiantou o presidente da CMO, considerando ainda que esta medida “é um incentivo a que não haja carência de professores no nosso concelho. Gradualmente, iremos alargar a oferta de alojamentos para os professores”.

Casas para médicos e polícias

Isaltino Morais referiu ainda, no mesmo discurso, que “deviam ser as direções das escolas a colocar os professores” e a tratar de todo o processo de contratação, em vez de ser o Estado, para que os docentes não sejam obrigados a ir para estabelecimentos longe da sua área de residência. “Acho que deve-se lutar para que as escolas façam a colocação dos professores”, defendeu o autarca, lembrando que, para além dos professores, a CMO está ainda a apostar na habitação acessível para jovens, para médicos e polícias. “Por exemplo, a esquadra da polícia, em Carnaxide, vai ser transformada em apartamentos para polícias”, sendo que aquela zona irá receber uma esquadra nova, na Outurela.

“A Câmara de Oeiras sempre fez habitação, porque tem sensibilidade social para o fazer”, defendeu ainda Isaltino Morais, negando que isto acontece “por ser uma câmara rica”. “Há tantos outros equipamentos que poderiam estar feitos e que não estão, porque demos prioridade à habitação. A habitação é a grande prioridade do nosso concelho”, sustentou o autarca, referindo que “fazer habitação é uma questão de prioridade política e não uma questão de dinheiro”. “Ainda este ano, a partir de Agosto ou Setembro, vamos começar a entregar casas aos diferentes agregados familiares, e a partir daí, vamos sempre entregar casas”, referiu ainda, salientando a importância da habitação para a concretização das outras necessidades das famílias, tais como educação, cultura, saúde, entre outras.


Programa surgiu em 2019

“É muito difícil extravasar a emoção e a alegria que sinto” com a entrega destes alojamentos, concluiu o autarca de Oeiras, considerando que esta medida “traduz o nosso respeito pelos professores”. Por fim, Isaltino Morais agradeceu ainda a todas as equipas da CMO, em especial ao Departamento de Obras Municipais. “Estão criadas todas as condições para que os professores sintam que, aqui em Oeiras, são considerados muito importantes para a educação dos nossos filhos”, acrescentou, salientando que “são momentos com este que nos dão uma satisfação extraordinária relativamente àquilo que fazemos”.

“Acontecimentos como este é muito difícil encontrar por esse país fora. Nós recebemos bem os professores, mas também temos sorte em virem trabalhar para cá”, referiu o autarca de Oeiras. Este programa de Alojamento Apoiado para Docentes existe desde o ano letivo 2019-2020 e destina-se a todos os professores oriundos de vários pontos do país para lecionar nas escolas públicas do concelho. Qualquer docente deslocado poderá solicitar, junto da Direção do seu Agrupamento de Escolas, a integração na lista anual de docentes que pretendem usufruir desta medida.

A renda mensal tem todas as despesas incluídas. Por fim, a ‘Casa do General’, a ‘Casa dos Oficiais’ e a ‘Casa dos Sargentos’ representam, no seu conjunto, um investimento total de 386.402,78€.

 

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