Uma parábola do povo bíblico de Israel sobre a separação da luz das trevas foi utilizada por Isaltino Morais, durante a inauguração do primeiro Columbário do País, instalado na Capela do Cemitério de Oeiras.
O primeiro Columbário português, da era moderna, foi hoje inaugurado no interior da Capela do Cemitério Municipal de Oeiras, para acolher as cinzas dos entes queridos, de forma respeitosa e dignificante, realçou Isaltino Morais, presidente da Câmara Municipal de Oeiras, durante a cerimónia de abertura desta estrutura.
Isaltino Morais, acompanhado por todo o executivo municipal, utilizou algumas parábolas do povo bíblico de Israel para explicar a solução encontrada pela autarquia para que, «este espaço de cultos dos mortos, faça parte da vivência espiritual das pessoas e levá-las a refletir naquilo que poderá existir para além da vida», num ambiente climatizado, com aspeto ‘clean’, com assentos e outros itens de comodidade para quem visita o espaço.
Dotada de 340 compartimentos individuais para colocação de cinzas, esta estrutura tem um sistema de abertura e fecho que não é visível, resultando em algo que muito se assemelha a uma pintura a óleo, o que faz deste um sistema inovador e ainda único em Portugal, tendo implicado um investimento na ordem dos 75 mil euros.
A ideia de criação do Columbário «partiu» do vereador Ângelo Pereira, reconhece Isaltino Morais que, desde o início, apoiou esta iniciativa, porque «as ideias surgem das mais diversas formas e contribuem para a diversidade».
A missão do povo bíblico de Jerusalém na luta entre a luz e as trevas, travada no coração dos homens e que se transformou na batalha decisiva da história, foi uma das parábolas utilizadas pelo autarca para explicar o simbolismo da fotografia escolhida para imagem do Columbário.
Separação das trevas da luz
Na perspetiva do edil, a separação da luz das trevas foi decisiva na procura da fotografia ideal que, de certa forma, conseguisse transmitir uma mensagem corajosa e libertadora, obrigando à reflexão sobre a vida.
Assim, a imagem representa a passagem «da escuridão das trevas para a luz do nascer do sol, das pedras mais escuras da vida, que nos obrigam a ultrapassar obstáculos, para as mais polidas e claras que nos aproximam de Deus, e da luz do nascer do sol que nos ilumina na passagem» para o descanso eterno.
Para o presidente da Câmara de Oeiras, «perante uma sepultura estamos a celebrar a morte», enquanto no Columbário «estamos a celebrar aquilo que está para lá da vida e a prestar uma homenagem não só aos mortos mas à vida».
Por último, Isaltino Morais, que também estava acompanhado pela presidente da União das Freguesias de Oeiras e São Julião da Barra, Paço de Arcos e Caxias, Madalena Castro, lembrou que associado à estrutura está uma aplicação informática, para gestão dos espaços livres e ocupados, anunciando também que o próximo Columbário vai ser instalado em Carnaxide.