Foi assinado, esta sexta-feira, 9 de fevereiro, o acordo entre a EGEAC, a família e a Associação Coleção Julião Sarmento, no sentido de instalar o espólio do artista plástico, falecido em 2021, para o Pavilhão Azul, na Avenida da Índia, onde a sua obra poderá ser visitada pelo público, a partir de 4 de novembro, data de aniversário do artista.
A EGEAC, através do seu presidente, Pedro Moreira, e vogal executiva, Susana Oliveira, assinaram, esta sexta-feira, dia 9 de fevereiro, nos Paços do Concelho, um acordo com a família e a Associação Coleção Julião Sarmento, no sentido de criar, no Pavilhão Azul, na Avenida da Índia, um novo equipamento cultural, onde ficará alojada a coleção de arte contemporânea de Julião Sarmento, falecido em 2021. Esta coleção é formada por um acervo de obras de arte. Algumas delas são trabalhos de pintura, escultura, desenho, instalação, fotografia, entre outras formas de arte.
Luís Leal, representante da Associação Julião Sarmento, começou a sua intervenção a agradecer à Câmara Municipal de Lisboa (CML), em especial ao presidente Carlos Moedas, pela reconhecimento e apoio a este projeto, “reconhecendo a mais valia cultural que ele representa para a cidade de Lisboa e, no fundo, para o país”. Agradecendo ainda ao vereador com o pelouro da Cultura, Diogo Moura, Luís Leal lembrou também que “este acordo foi um longo processo” até à formalização do mesmo. O responsável referiu ainda que este será o início de um percurso que vai “concretizar o sonho do Julião Sarmento”.
Julião Sarmento foi um dos artistas plásticos mais conceituados em Portugal
Luís Leal foi amigo pessoal do pintor, e lembrou-o como “uma personalidade extremamente calorosa, afetiva, gostava de se reunir e partilhar os bons momentos com os amigos”. “Todos os admiradores da obra do Julião Sarmento são convocados para contribuírem para a concretização deste seu legado e para o sucesso do nosso acordo de parceria”, disse ainda o responsável da Associação Julião Sarmento. O mesmo adiantou ainda que o futuro espaço cultural será inaugurado no dia 4 de novembro, data de aniversário do artista. Julião Sarmento nasceu em Lisboa em 1948, e iniciou a sua atividade profissional e artística nos anos 70.
Na década seguinte, afirmou-se como um dos artistas plásticos portugueses com maior projeção, nacional e internacional. Igualmente, teve o seu trabalho exposto em galerias e museus de grande prestígio. Desta forma, trabalhou com galerias em cidades como Lisboa, Porto, Londres, Madrid, Barcelona, Nova Iorque, entre outras. O artista faleceu a 4 de maio de 2021, em Lisboa, aos 72 anos. Já Gonçalo Reis, administrador da EGEAC, disse ainda que “esta é mais uma demonstração do empenho e da energia” que o presidente Carlos Moedas tem dado ao setor da cultura. Na sua perspetiva, demonstra ainda “uma visão de cidade, uma visão em que a arte, a cultura, o conhecimento e os talentos são um ponto posicionante para Lisboa”.
Dia especial
“Com este protocolo, estabilizamos e definimos os termos da relação” entre a EGEAC e a Associação Julião Sarmento. Em breve, será lançado o concurso para a direção artística do futuro espaço cultural. “A coleção vai ter um orçamento e um enquadramento estável”, acrescentou ainda Gonçalo Reis. Por outro lado, referiu-se ainda a Julião Sarmento como uma pessoa com uma “personalidade fortíssima, um artista do mundo e para o mundo”. O presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, começou a sua intervenção a reforçar que a “cultura é o centro”. “Este projeto começou antes de eu ser presidente da Câmara”, recordou ainda o autarca. Aqui, agradeceu ainda ao anterior executivo da CML, por ter iniciado este trabalho, bem como aos parceiros desta iniciativa, entre os quais a EDP.
“Hoje é um dia especial”, disse ainda o presidente da CML, que confidenciou que teve a oportunidade de conhecer Julião Sarmento e a sua família há muitos anos. “O Julião era um homem que dava atenção às pessoas”, recordou Moedas, frisando ainda que ele era uma “pessoa sempre disponível para os outros”. Sobre o futuro espaço cultural, o autarca lembrou a “pressão” que Luís Leal fez para que pudesse concretizar este objetivo. Graças a esta insistência, foi possível concretizar esta obra. Carlos Moedas agradeceu também às equipas da EGEAC e da Sociedade de Reabilitação Urbana (SRU). “O espaço vai acontecer e, portanto, é um dia histórico”.
Julião Sarmento representou a audácia, considera Moedas
Carlos Moedas disse ainda que Julião Sarmento era um homem “que não tinha medo de dizer que era o melhor, que queria ser o melhor, que trabalhava para ser o melhor. Os portugueses não podem ter medo de quererem ser os melhores”. Por isso, considera ainda o presidente, Julião Sarmento representa esta “audácia da ambição sem medo” e que trouxe, “o quebrar da monotonia”. O autarca referiu ainda que, muitos dos que estão aqui hoje, “representam uma geração influenciada por Julião Sarmento”.
Ou seja, “que não tem medo de dizer que em Portugal somos bons e podemos ser os melhores”. No total, o futuro espaço cultural terá mais de 1200 obras da coleção de arte contemporânea do artista plástico. O acordo assinado pela EGEAC, família e Associação Coleção Julião Sarmento será válida durante cinco anos, após a abertura ao público do Pavilhão Azul. Este espaço está agora a ser requalificado para acolher a coleção de Julião Sarmento. No passado, foi um antigo armazém de alimentos, e estava complemente devoluto. Ao mesmo tempo, insere-se na Zona Especial de Proteção da Torre de S. Vicente de Belém.