Marcha de Marvila 2019
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«Deixem passar os heróis da fuligem/fato-macaco e bata de cotim/é no tempo que se perde a sua origem…/deixem passar esta gente que trabalha». Esta foi a forma encontrada pela Marcha de Marvila para, em 2019, homenagear os «heróis da fuligem», os operários que nas mais diversas indústrias contribuíram para o desenvolvimento e o progresso do bairro de Marvila e que apanhavam «o 39».
Na Avenida, os marchantes lembraram que «De manhã bem cedo, depois do mata-bicho/espreita para a rua para ver se ainda chove/pega na lancheira, no capote e lá vai disto/corre pela calçada para apanhar o 39/mal desce a paragem já se ouve a sereia…/para picar o ponto e pegar à hora certa».
O advento da indústria, da indústria e a gradual generalização dos transportes públicos foram «alguns dos motes» utilizados pela marcha de Marvila para homenagear os «heróis da fuligem» que «Depois de mais um dia/sempre a vergar a mola/corre para o portão/tão depressa quando pode».
Com origens marcadamente rurais, cujos vestígios ainda perduram, a Marcha de Marvila «levou» à Avenida da Liberdade a história do bairro onde, partir do século XIX, com a construção das vias férreas e a proximidade do rio, fizeram surgir pequenas indústrias e grandes unidades fabris em Marvila, como a Fábrica de Material de Guerra do Braço de Prata, a Sociedade Nacional dos Fósforos ou a Fábrica de Borracha Luso-Belga, onde proliferavam os «Calafates, soldadores e torneiros/tecelões e serralheiros/cheios de força e valentia/alfaiates, curtidores e cesteiras/pedreiros e costureiras/labutavam dia-a-dia».
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