REFUGIADOS DE ARROIOS JÁ ESTÃO EM OTA

A Base Aérea da Ota, em Alenquer, recebeu os cidadãos estrangeiros infetados por covid-19, oriundos de um hostel de Lisboa.

A base aérea da Ota recebeu 165 dos cerca de 200 imigrantes e refugiados que, domingo, abandonaram o hostel da Rua Morais Soares, no bairro de Arroios, em Lisboa. Desta forma, Os requerentes de asilo e refugiados que ocupavam o hostel  foram transferidos para as instalações do Centro de Formação Militar e Técnica da Força Aérea, a antiga Base Aérea n°2, na Ota, numa operação conjunta da Câmara Municipal de Lisboa, do Ministério da Defesa Nacional e do secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Duarte Cordeiro, que tem a seu cargo a coordenação da execução do estado de emergência na região de Lisboa e Vale do Tejo, e ainda com a colaboração dos corpos de bombeiros voluntários do distrito de Lisboa.

Com esta transferência, afiança a Câmara de Lisboa, «todas as pessoas ficarão devidamente acomodadas e em segurança, de forma a que possam cumprir o necessário e obrigatório isolamento profilático».  Várias fontes militares lembram que, desde meados de março, a Força Aérea na Ota disponibilizou cerca de 500 camas face a uma eventual rutura dos serviços hospitalares, logo que foi ativado o Pano Municipal de Emergência de Alenquer

Segundo a autarquia, o «Governo – através da Secretaria de Estado para a Integração e as Migrações, em articulação com o Ministério da Defesa Nacional, o Ministério da Saúde, o Ministério da Administração Interna e o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social – está a acompanhar o processo e a evolução da situação das pessoas agora deslocadas para o novo local de acolhimento, sendo que o Alto Comissariado para as Migrações está no terreno para facultar tradutores e mediadores interculturais».

O Conselho Português para os Refugiados está também a acompanhar o processo.

A solução possível…

O hostel albergava «um total de cerca de 185 pessoas residentes e alguns profissionais e, portanto, foram sendo feitos testes a toda esta população e “muito deles deram positivo», adiantou a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas.


Entretanto, a presidente do Conselho Português para os Refugiados (CPR) disse que aquele organismo está a acompanhar atualmente 950 requerentes de proteção, cerca de 800 dos quais se encontram em alojamentos externos aos serviços, em hostels na cidade de Lisboa.

Mónica Farinha reconheceu que, perante o actual quadro da pandemia, esta solução «não é a ideal em termos de acolhimento, mas, tendo em conta o aumento dos pedidos desde há uns anos e a demora na transição dos requerimentos, foi a forma encontrada, devido à sobrelotação dos centros de acolhimento do CPR».

«É uma grande preocupação que temos, não garantimos o isolamento social, pois há vivência comunitária, nas cozinhas e wc partilhados, e nos espaços comuns. Sabemos que as pessoas não estão confinadas nos quartos», explicou.

De acordo com a presidente do CPR, os hóspedes deste hostel, agora evacuado em Lisboa devido a um caso positivo de covid-19, «estavam a cumprir as regras de confinamento dentro do espaço, apesar da dificuldade em garantir que uma situação como a que aconteceu não ocorra».

Desde meados de março que a Força Aérea na Ota disponibilizou cerca de 500 camas face a uma eventual rutura dos serviços hospitalares, logo que foi ativado o Pano Municipal de Emergência de Alenquer.

Crédito de foto:  Carlos Manuel Castro | CML

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