TRINTA E SETE PROJETOS CONCORREM AO PROGRAMA BIP/ZIP PARA DAR RESPOSTA À CRISE PANDÉMICA

O programa de desenvolvimento local da Câmara de Lisboa BIP/ZIP entrou na sua 10.ª edição. Este ano com preocupações vincadas no apoio às populações mais afetadas pela crise pandémica. A assinatura dos protocolos/apresentação dos projetos realizou-se hoje

A 10.ª edição do programa da Câmara Municipal de Lisboa BIP/ZIP conta com 37 projetos apoiados, em que participam 113 entidades (40 promotoras e 73 parceiras) que vão promover cerca de 215 atividades em 42 territórios BIP/ZIP de Lisboa, que procuram respostas imediatas às comunidades no contexto atual provocado pelos impactos da pandemia COVID-19.

Em declarações a Olhares de Lisboa, no mercado de Santa Clara (local escolhido para a apresentação da primeira de 4 sessões territoriais), a vereadora da Habitação, Paula Marques, explicou que, apesar de ser estranho comemorar em situação de pandemia os 10 anos do BIP/ZIP, cujo conceito tem muito a ver com a relação em comunidade, foi decidido «manter os mesmos eixos de candidatura dos anos anteriores».

No entanto, como salientou, «todas as candidaturas têm de ter ações desenvolvidas em áreas de apoio ao estudo, ao emprego ou de reforço das respostas locais no combate ao isolamento, com enfoque na saúde mental.

«É evidente que todas as áreas que já estavam identificadas no programa BIP/ZIP são áreas importantes, porque são áreas de desenvolvimento dos territórios. Não é menos importante a cultura ou menos importante o ambiente ou menos importante o lazer em emergência. Mas, agora a questão é que temos uma outra realidade que nos vai acompanhar e essa outra realidade tem áreas de impacto maior», justificou a autarca (Cidadãos Por Lisboa, eleita na lista do PS).

Por isso, as propostas, independentemente da área temática escolhida, têm de ter em consideração «a questão do emprego e do tecido económico local, a questão do apoio ao estudo e às famílias, o reforço das redes locais para combate ao isolamento de pessoas vulneráveis e também as questões da saúde mental», reforçou Paula Marques.

O eixo que tinha a ver com o espaço público, por exemplo, “até agora era uma coisa muito de intervenção física”, que passará a ter a responder, pelo menos, a uma destas principais dificuldades sentidas nos territórios devido à pandemia, referiu.


Para Paula Marques, «a cidade constrói-se com as comunidades e, estas parcerias público/comuns, tem congregado as comunidades e, em muitas situações, tem ido bastante mais longe, do que inicialmente estava previsto. A título meramente exemplificativo Paula Marques destaca três projetos que conseguiram congregar a comunidade em seu torno. São os casos da recuperação de um edifício municipal na Mouraria, o atual Edifício Manifesto, da Associação Renovar a Mouraria que tem sido âncora de outros projetos para essa zona histórica de Lisboa; na zona entre as Olaias e a Avenida Paiva Couceiro, na Penha de França, a criação da comissão de moradores do Bairro Horizonte que tem desenvolvido vários projetos comunitário; e, por último, a livraria Solidária de Carnide e a sua boutique da Cultura, que «leva leituras» a casa de pessoas com algum tipo de limitação, quer ao nível da mobilidade ou de literacia, adaptando-se e transformando-se para dar «respostas de emergência no combate ao isolamento, no fornecimento de alimentação, assim como na transmissão de informação».

Desta forma, e segundo Paula Marques, este novo ciclo do Programa traduz-se assim numa oportunidade de incrementar ações para enfrentar as grandes dificuldades e desafios que se apresentam às comunidades dos territórios BIP/ZIP, nomeadamente: Apoio e reforço da empregabilidade e do tecido económico local; Apoio ao processo educativo e formativo; Apoio direto às comunidades e grupos vulneráveis BIP/ZIP, através do reforço das redes e respostas locais; Apoio à nova utilização comunitária do espaço público; Sinalização e apoio às necessidades mais imediatas e relevantes nos territórios; Apoio na sensibilização, divulgação e acesso à informação e boas práticas COVID-19, seja presencial e/ou através de conteúdos/plataformas digitais.

O montante total de apoio municipal para estes 37 projetos é de 1.600.277 euros (480.083 euros no ano de 2020 e de 1.120.194 euros no ano de 2021). Estes projetos contam ainda com o valor de 493.694 euros, angariado pelas próprias parcerias, que totaliza um valor de 2.093.971 EUR ao serviço das comunidades dos territórios de intervenção prioritária.

Programa da Apresentação dos projetos 2020 / assinatura de protocolos

20 de outubro

Zona Norte

Hora: 10h00

Local: Sede da Junta de Freguesia do Lumiar: Alameda Linhas de Torres, 156

Zona Oriental

Dia: 22 de outubro 2020 (quinta)

Hora: 10h30

Local:    Biblioteca Municipal de Marvila, Rua António Gedeão

 

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