URBANISTAS REUNEM-SE PARA «FALAR» DE LISBOA PÓS-COVID-19

O Encontro de Urbanismo 2020 quer «Preparar as Cidades para Riscos Globais», designadamente pandemias. Assim, a 2.ª Sessão, a ser transmitida online, segunda-feira, às 18 horas, vai «dar» “Lições do Passado: Prosperar Após Crises de Saúde Pública”.

Hoje, segunda-feira, dia 13 de julho, às 18h00, vai realizar-se a segunda sessão do Encontro de Urbanismo 2020 dedicada ao tema “Lições do Passado: Prosperar Após Crises de Saúde Pública”, que conta com a participação de Maria Antónia Pires de Almeida (Historiadora e Investigadora Científica), Manuel Valente Alves (Médico e Investigador) e Ana Tostões (Arquiteta e Historiadora da Arquitetura).

A sessão será transmitida online através do link: https://www.lisboa.pt/Live e vai abordar a forma como as cidades se foram reconstruindo depois das várias pandemias, vividas ao longo dos anos, e que aprendizagens são feitas para preparar da melhor forma o futuro.

Aliás, um século passado sobre a pandemia da «gripe espanhola», ou «pneumónica», que irrompeu no ano em que terminou a Iª Grande Guerra Mundial, em 1918, num contexto de graves dificuldades económicas e sociais, vai servir de mote para o debate sobre urbanismo, prevendo-se que alguns dos oradores recordem a forma como Portugal «saiu» desta crise pandémica que provocou a morte a cerca de 50 milhões de pessoas em todo o mundo.

«Foi um verdadeiro inferno, não só para Portugal, mas em todo o mundo. Por isso dizemos que se tratou de uma pandemia. Envolveu todos os continentes, em duas ondas. A primeira no verão de 1918 e, logo depois, no princípio do outono», recorda Francisco George, ex-diretor-geral da Saúde, que, no entanto, faz questão de salientar que Portugal «é hoje um outro país», defendendo que «as infraestruturas de saúde, na altura, eram muito frágeis, não existiam medicamentos, os hospitais eram de tal forma débeis que foi preciso mobilizar instituições de ensino, como o Liceu Camões, no centro de Lisboa, que foi mobilizado para servir de hospital».

Já a historiadora Fernanda Rolo relembra que, em Portugal, foram «entre 50 mil a 70 mil mortos, de norte a sul do país. Houve aldeias que desapareceram, famílias que se extinguem. Ainda há muitos sobreviventes dessas famílias e há muitas memórias sobre tudo isso, mas têm sido sempre memórias contidas, memórias caladas».

Ainda a propósito da “gripe espanhola”, a atual diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, alertou para «as consequências devastadoras para a humanidade» que uma pandemia pode ter.

Centro de Enfermagem Queijas

No fundo são todas estas questões que vão ser debatidas neste Encontro de Urbanismo de 2020, “COVID 19 – Preparar as Cidades para Riscos Globais”, coordenado pelo Prof. João Ferrão, Geógrafo, Instituto de Ciências Sociais, Universidade de Lisboa, que vai proporcionar uma visão abrangente sobre os riscos sistémicos globais que se tornam patentes através de acontecimentos disruptivos como a pandemia COVID-19.  Perante estes riscos, e focando nos efeitos imediatos da pandemia em curso, vai promover-se um debate em que cidadãos e especialistas são convidados a construir em conjunto recomendações estratégicas de ação a curto, médio e longo prazo.

Sendo a cidade palco e objeto das mais profundas transformações em curso, os Encontros de Urbanismo deste ano irão destacar temáticas relacionados com a pandemia na cidade de Lisboa, abarcando um leque amplo de aspetos e perspectivas para preparar da melhor forma possível o futuro da cidade.

 

 

Quer comentar a notícia que leu?