VINHO DE CARCAVELOS “VILLA OEIRAS” DÁ ORIGEM A NOVA CERVEJA

Chegaram para ficar, as cervejas artesanais já fazem parte da rotina dos Portugueses, apesar do seu custo. Agora, em Oeiras, em resultado de uma parceria entre o vinho de Carcavelos “Villa Oeiras”, produzido pelo Município de Oeiras, e a Cervejeira Lince foi lançada a nova cerveja Villa Lince.

Este Outono chega ao mercado a cerveja “Villa Lince”, que resulta de uma parceria entre o vinho de Carcavelos “Villa Oeiras”, produzido pelo Município de Oeiras e a Cervejeira Lince, sediada em Marvila, Lisboa. A apresentação deste novo produto aconteceu a 6 de novembro, no evento “Encontro com Vinhos”, promovido pela revista de vinhos “A Essência do Vinho”, que decorreu no fim de semana passado, no Centro de Congressos de Lisboa, na Junqueira.

O ponto de partida desta nova cerveja foi a Lince Quad, uma típica cerveja belga, escura, forte, maltada, com notas de especiarias e que estagiou seis meses em «cascos» onde foi envelhecido o vinho Villa Oeiras.

Segundo um dos sócios da Cervejaria Lince, António Carriço, que confessou que a “Villa Lince” vai «ser mais cara» e que só vai ser «vendida no bar em Marvila desta cervejeira, o “Villa Lince” resulta de um processo de combinação do Villa Oeiras com a Lince, o que deu origem a uma cerveja rica em aromas a frutos secos, especiarias e malte, com uma elegante frescura, complexidade e textura.

Na perspetiva de António Carriço, «a cerveja Villa Lince ganhou muito do sabor e do aroma do vinho Villa de Oeiras».

Desta primeira edição foram produzidas 600 garrafas de 50cl, com um teor alcoólico de 9,8 graus, que podem ser adquiridas diretamente por 9,50 euros aos parceiros, na Loja da Confraria do Vinho de Carcavelos, entre outros locais. Pode também ser apreciada no bar da Cervejeira Lince, em Marvila.

Já para Alexandre Lisboa, responsável da Câmara Municipal de Oeiras coordenador de Projeto de produção do “Viila Oeiras”, esta parceria só demonstra as «grandes potencialidades da mais pequena Região Demarcada de Vinhos do Mundo», Carcavelos, e onde se produz um dos quatro tipos de vinhos generosos de grande tradição em Portugal: o Porto, o Madeira, o Moscatel de Setúbal e o Carcavelos.


Apesar da reduzida quantidade produzida 50 mil litros/ano, o Villa de Oeiras é um vinho já conhecido em praticamente todo o mundo, sendo exportado para a Europa Comunitária, Brasil, China, EUA e Rússia.

Alexandre Lisboa revelou, por outro lado, que «o grande interesse da Câmara de Oeiras com esta parceria foi o de mostrar as grandes potencialidades e diversidades do vinho de Carcavelos», lembrando que «esta cerveja estagiou em barris que, ao longo de 10 anos, serviram para envelhecer o Villa de Oeiras».

O Carcavelos é um vinho fortificado de estilo oxidativo. Apesar de no passado ter havido versões secas, hoje só se produzem vinhos doces, com a fermentação sendo interrompida na metade pela adição de aguardente de Lourinhã, a 77% de teor alcoólico. Pelas regras da DOC, o vinho deve estagiar por no mínimo dois anos em madeira e mais seis meses em garrafa, mas hoje, na prática, esses tempos costumam ser muito maiores. O Villa Oeiras permanece por um período médio de 10 anos em barris.

De acordo com a legislação de 2008, são permitidas tanto variedades tintas quanto brancas, com preferência às brancas. Mas na prática, hoje, só são utilizadas 3 variedades: Arinto, Galego Dourado e Ratinho, todas brancas, sendo as duas últimas quase que limitadas a Carcavelos, e em grande risco de extinção.

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