VÍTIMAS DAS CHUVAS VÃO TER APOIOS DO GOVERNO E CÂMARA DE LOURES

A ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, visitou esta quarta-feira o concelho de Loures, um dos municípios do distrito de Lisboa mais afetados pela chuva intensa que caiu na madrugada de terça-feira. O presidente da Câmara de Loures, Ricardo Leão, que acompanhou a visita da ministra da Presidência, revelou que a autarquia vai avançar, de imediato, com um milhão de euros para apoiar as vítimas da intempérie.

A Ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, visitou, esta manhã, algumas das zonas mais afetadas pela intempérie dos últimos dias no concelho de Loures. Durante a visita, Mariana Vieira da Silva, acompanhada pelo presidente da autarquia, Ricardo Leão, anunciou que o Governo está a trabalhar no apoio financeiro a conceder às autarquias afetadas.

Por seu turno, a Câmara de Loures revelou que vai reforçar o Fundo de Emergência Municipal em um milhão de euros para ajudar comerciantes e famílias afetadas.

A ministra Vieira da Silva e o presidente Ricardo Leão, acompanhados por Sónia Paixão, vice-presidente, e por Nelson Batista, vereador responsável pelo pelouro do Ambiente, visitaram as zonas da Flamenga e Ponte de Frielas (inundações); Torres da Bela Vista (desabamento de terras), na freguesia de Santo António dos Cavaleiro, para se inteirar dos estragos provocados pela intempérie, designadamente, na Pastelaria Didu e em outros espaços comerciais e casas particulares, que sofreram inundações com mais de 1,5 metros de altura; e ainda a passagem hidráulica, na Apelação, no Bairro Sol Avesso (corte de estrada), e oficina perto da ribeira de Fanhões (carros que caíram ao rio); a Estrada Municipal 629, na zona de Á-dos-Calvos, em Loures; e a Estrada Nacional 115, em Santo Antão do Tojal e Á-das-Lebres. a Rua Ramiro Correia, em Unhos; Ponte Bairro Novo Palhais, em Loures.

Segundo Mariana Vieira da Silva, agora, é tempo de “recuperar”, salientando que Loures foi um dos concelhos que mais sofreu com a tempestade de terça-feira, a par com Lisboa ou Oeiras, por exemplo, acrescentando que o Governo vai recorrer “a todos os instrumentos nacionais e europeus que existem para estes momentos” para auxiliar as vítimas das inundações.

A ministra lembrou que os municípios da Área Metropolitana de Lisboa vão ter quinta-feira, dia 15, uma reunião na CCDR, “onde se irá definir a abrangência e o tipo de apoios”, acrescentando que “se for possível os municípios terem, até ao final deste ano, a recolha dos danos, logo de imediato teremos o relatório para que o Conselho de Ministros possa tomar decisões”, afirmou.

Contudo, o apoio será dado às autarquias em função dos danos, não se sabendo, por enquanto, o valor que será entregue a cada uma das Câmaras Municipais que foram fortemente afetadas pelo mau tempo.

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Autarquia empenhada no apoio às vítimas

Por sua vez, Ricardo Leão anunciou o reforço do Fundo de Emergência Municipal em um milhão de euros para apoiar as famílias e comerciantes que ficaram sem os seus bens, esperando que “este apoio comece a ser entregue o mais rapidamente possível”. Com esta proposta, a ser aprovada na próxima reunião do executivo, a autarquia pretende, de certa forma, antecipar os apoios que vão ser concedidos pelo Governo para minimizar os prejuízos das famílias e comerciantes.

Ao mesmo tempo, segundo o autarca, e tendo em conta os danos causados pelos deslizamentos de terras, quedas de muros, de árvores, inundações e cheias, a Câmara Municipal de Loures gastou, nos últimos dias, mais de 700 mil euros em maquinaria e empreitadas para a estabilização de taludes e a desobstrução de vias.

Para já, os serviços municipais estão a fazer uma “intervenção mais profunda” nas localidades mais afetadas pelo mau tempo, através da “consolidação de terras e criação de muros de contenção”, para garantir a segurança e que estas situações não se voltem a acontecer.

De acordo com Ricardo Leão, foram cerca de 82 famílias as afetadas pelo mau tempo em Loures, muitas das quais perderam tudo o que tinham em casa. Algumas “encontraram soluções na casa de amigos” ou familiares, mas 12 destas famílias foram encaminhadas para um centro de alojamento criado no Pavilhão Paz e Amizade, em Loures. Ao mesmo tempo, assegurou o presidente da autarquia, estão a ser avaliadas as condições de habitabilidade de cada uma das casas afetadas pela intempérie, para perceber se essas famílias poderão ou não regressar às suas habitações. “Se não conseguirem, juntamente com a Segurança Social, encontraremos solução para elas”, garantiu Ricardo Leão.

Atualmente, a Estrada Nacional 250 foi parcialmente desobstruída, acrescentou o autarca, agradecendo a colaboração do Ministério da Defesa que “colocou elementos da Força Aérea com camiões e retroescavadoras” a ajudar a limpar aquela via, que é uma das principais do concelho de Loures, mas também outros locais do concelho afetados pelo mau tempo. Recorde-se que, na semana passada, a Câmara de Loures pediu ao Governo para declarar o estado de calamidade no município, na sequência dos estragos provocados pelo mau tempo.

A Câmara de Loures estima que os prejuízos possam atingir os 20 milhões de euros, conforme explicou o autarca, considerando, contudo, que o mais importante é “saber, independentemente do estado de calamidade ou não, se esses apoios” chegarão. No entanto, os estragos ainda estão a ser avaliados, pelo que, brevemente, a autarquia possa ter um valor exato do prejuízo total, reforçou o presidente.

“Tivemos quedas de muros, taludes que desabaram, aluimento de terras, que obstruíram muitas vias nacionais e municipais”, referiu, salientando que a visita serviu para constatar “o trabalho exaustivo dos nossos operacionais, bombeiros, trabalhadores da câmara, das juntas de freguesia, e das forças de segurança”, sublinhando que foram cerca 420 operacionais, apoiados por 120 veículos, que, ao longo dos últimos dias, estiveram no terreno para diminuir os impactos do mau tempo na circulação viária.

Na visita, Mariana Vieira da Silva elogiou o trabalho da Câmara de Loures e a sua rápida resposta à intempérie. “Vemos aqui a capacidade, perante uma catástrofe de grandes dimensões, de responder aos mais diversos níveis”, reforçou a ministra, lembrando que existem estragos que ainda não são possíveis avaliar, porque é preciso que o nível da água baixe.

Para além de Loures, a ministra garantiu ainda que, nos próximos dias, irá visitar outros concelhos afetados pelo mau tempo, tais como Lisboa ou Oeiras, acrescentando ainda que “este é um trabalho conjunto entre o Governo e as autarquias”.

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