A Marcha do Bairro Alto está em Macau a convite da entidade de turismo local até ao próximo dia 19 de fevereiro. Uma comitiva com 47 elementos, entre marchantes, músicos, ensaiadores e dirigentes partiu esta semana de Lisboa com o objetivo de representar da melhor forma a cidade de Lisboa e o país.
À partida no aeroporto, e em declarações ao Olhares de Lisboa, Vítor Silva lembrou que esta “tem sido uma caminhada interessante”.
O presidente do Lisboa Clube Rio de Janeiro (coletividade responsável por esta marcha) salientou que esta viagem “é muito importante para a Marcha do Bairro Alto, que nunca teve oportunidade de estar fora a representar a cidade e o país”.
O dirigente explicou que foi a coletividade que tratou de toda a logística e que o convite partiu diretamente do Turismo de Macau, e não da EGEAC. Vítor Silva registou a importância da divulgação através das redes sociais, não só do desfile na avenida como também do trabalho de bastidores.
Para o responsável, “isto mostra a potencialidade que as marchas têm”, revelando que a coletividade vai estar em França entre 8 e 12 de março e mais tarde, em junho, fará um périplo pelo território português.
A isso acresce os convites para França durante o mês de agosto, aí já com o desempenho de 2018.
Vítor Silva diz que este “é um prémio que os jovens merecem”, depois da polémica classificação em 2017.
Recorde-se que a Marcha do Bairro Alto foi penalizada em dez pontos, sendo relegada para o segundo lugar da classificação.
“Por intervenção de alguém perdemos dez pontos. Mas não apago da memória que ficámos em primeiro lugar, venha a história que vier. Agora só temos de demonstrar em 2018 que somos efetivamente melhores”, sustenta.
Ainda antes de embarcar no avião que os levaria a Macau, o ensaiador e coreógrafo Dino Carvalho insistiu também que este “é um momento único para a Marcha do Bairro Alto”. Principalmente por ter sido “ um convite direto”.
Já Carla Fonseca, também ensaiadora, falou da importância de “conhecer nova culturas” e “outros países que também vão desfilar” em Macau. “Dignificar a cidade e o Bairro Alto” são os objetivos principais.
Ansiosos pela partida, Cátia Cardoso e Ricardo Rosa eram apenas dois dos vários marchantes orgulhosos por esta participação fora de portas. “É um orgulho pertencer à marcha. A minha avó, minha mãe, o meu irmão e o meu tio também pertenceram”, contou Cátia, há 21 anos na Marcha do Bairro Alto.
Um orgulho partilhado com Ricardo: “entrei em 1992 e não há palavras que descrevam pertencer à marcha. Criamos aqui família e é algo que temos de respeitar e saudar”.
O marchante lamenta “não terem deixado a Marcha do Bairro Alto ganhar em 2017” e acredita que “a ida a Macau, apesar de merecido, foi um prémio por esse motivo”.