FUNDO AMBIENTAL COBRE INVESTIMENTOS EM NAVIOS E METROS DE LISBOA E PORTO

O Fundo Ambiental tem receitas de 157 milhões de euros, mais do dobro do esperado,  um acréscimo destinado à descarbonização e à aquisição de comboios e sistema de sinalização para o Metropolitano de Lisboa.

As receitas e a execução da despesa do Fundo Ambiental têm vindo a aumentar devido à subida do valor dos leilões de licenças de emissão de CO2 e, desta forma, o Governo vai conseguir cobrir as despesas com a expansão das linhas de metro de Lisboa e Porto sem interferir com o Orçamento de Estado.

A garantia é dada pelo ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, que explica que o Fundo tem vindo a beneficiar da subida do preço dos leilões de emissão de CO2, por isso prevê-se que até 2023 consiga libertar 350 milhões de euros em receitas.

Este aumento deve-se à subida do preço nos leilões realizados no âmbito do Comércio Europeu de Licenças de Emissão, que atingiram este mês o valor que se esperava que atingissem até ao final deste ano (com o preço médio da tonelada de dióxido de carbono a fixar-se nos 11,98 euros).

Assim, aumenta também o orçamento previsto para 2018, de 155 milhões para 270 milhões de euros em receitas do Fundo Ambiental. Somam-se a esta verba 190 milhões de euros, disponíveis com a reprogramação do Programa Operacional de Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (POSEUR).

A receita do Fundo Ambiental cresceram 160% até 20 de julho, quando comparado com o mesmo período do ano passado. Para além disso, verificou-se ainda um aumento de 98% na execução da despesa, que era de 76,7 milhões a 20 de julho.

Com este volume de receitas do Fundo Ambiental, e caso o mercado de licenças de CO2 continue estável, o ministro do Ambiente espera que até 2023 seja possível libertar 350 milhões de euros.

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De acordo com as informações dadas pelo Ministério do Ambiente, os projectos de transportes públicos que vão receber verbas do fundo ambiental são a expansão dos metros de Lisboa e do Porto, a compra de material circulante para os dois metros e também para a CP, os sistemas de segurança do Metro de Lisboa e ainda a compra de navios para a Transtejo e a Soflusa. Estes investimentos deverão atingir, no quinquénio 2019-2023, «um valor de cerca de 400 milhões de euros, ou seja, cerca de 30% das receitas desse período alocáveis à descarbonização», contabilizou Matos Fernandes.

Até agora o esforço orçamental que Fundo Ambiental tem feito na área da mobilidade e dos transportes, têm-se concentrado sobretudo nos domínios «da promoção da mobilidade eléctrica e beneficiação do transporte público» e atingiram os montantes globais de 17 milhões de euros e 22 milhões de euros, em 2017 e 2018, respectivamente, dotações que correspondem a 11% do Fundo Ambiental em em 2017 e a 14% do orçamento em 2018.

Por outro lado, o ministro do Ambiente revelou ainda que o Ministério conseguirá obter mais 30 a 40 milhões de euros da venda de um terreno que o Metro detém em Sete Rios. O investimento total previsto para as duas linhas é de 500 milhões de euros, contando com os fundos do POSEUR e o Fundo Ambiental. Para Lisboa, está previsto um prolongamento entre as estações de metro do Rato e do Cais de Sodré, e novas estações em Santos e na Estrela.

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