As marchas populares são o símbolo máximo das tradições lisboetas e, por isso, a Junta de Freguesia de São Vicente homenageou as suas marchas.
Cumpriu-se a 87ª edição da tradicional competição das Marchas Populares de Lisboa. A sua primeira edição remonta ao ano 1932 e, não há dúvida, Lisboa e a sua Grande Marcha continuam bem vivas e afinadas nas vozes de todos os que desfilam. Este ano, a marcha de S. Vicente ganhou os prémios de melhor cenografia e figurinos, ficando em 4º lugar na classificação geral, enquanto a da Graça ficou no 17º lugar.
A presidente da Junta de Freguesia, Natalina Moura, congratulou-se com o facto de a Marcha de São Vicente ter ganho 4º lugar geral e prémios de cenografia e figurinos.
«O nosso agradecimento a todas as marchas da Freguesia, a de São Vicente e da Graça e ás Marcha Infantis da Voz do Operário e de S. Vicente pelo trabalho árduo e dedicação à nossa freguesia», afirmou Natalina Moura, no decorrer dos Arraiais de São Vicente, onde as Marchas Populares se «mostraram» à população.
Este ano, a presidente de Junta de Freguesia fez questão de salientar que o «ambiente não foi esquecido e, nesta edição de 2019, iniciou-se a utilização dos copos reutilizáveis, para a redução do consumo de plástico».
Mas vamos às Marchas. Gargantas afinadas e passos ensaiados, os marchantes «exibiram-se» perante o público no largo da Graça que se encontrava «completamente engalanado» para os receber.
Centenas de pessoas, entre figurinistas, marchantes, coreógrafos, ensaiadores e cavalinho, deram assim por concluído o seu trabalho de meses num projeto que teve na noite de 12 de junho o seu grande final. As marchas populares, caso da de São Vicente, já está a passar o «testemunho» aos mais novos, são o símbolo máximo das tradições dos bairros e das gentes de Lisboa, onde os mais velhos vão dando lugar aos mais novos, num revitalizar de memórias e numa prova de vida e de amor que, a cada ano, os bairristas renovam, salientou a Olhares de Lisboa Bruno Santos, da Academia Recreativa Leais Amigos, que organiza a marcha de S. Vicente
Apesar de satisfeito com o resultado obtido pela Marcha de São Vicente, Bruno Santos espera, no próximo ano obter uma ainda melhor pontuação. «De ano para ano, temos vindo a melhorar a nossa classificação e, por isso, esperamos conseguir em 2020 um lugar no pódio. Já começamos a pensar nos temas que vamos ensaiar. No entanto, só vamos começar a trabalhar mais afincadamente em setembro», adianta.
Este evento conta com a participação das coletividades, clubes e instituições da freguesia, num total de cerca de 50 espaços licenciados para oferecer as tradicionais iguarias da época, com destaque para as sardinhas e para o caldo verde. O arraial teve animação musical durante os 10 dias, que se repartiram por três palcos situados no Largo da Graça, no Miradouro Sophia de Mello Breyner Andresen e no Largo de São Vicente.
Este ano, como explicou, a Marcha de São Vicente «recuou» ao século XVIII para «falar» dos amores dos cocheiros e das criadas dos palacetes que, à época, existiam em S. Vicente (padroeiro de Lisboa). Através da estória do romance amoroso entre o cocheiro Tozé e a criada Filó, a Marcha de S. Vicente «reviveu» a época dos coches e dos carros engalanados e recordou «os romances escondidos», em que os códigos eram trocados entre bilhetes e o picar de olhos.
A Marcha da Graça, por seu turno, homenageou a Vila Berta, projetada e edificada no início do século XX para habitação operária, «abrindo assim a porta da Berta a quem à Berta bater à porta».
Na área geográfica da freguesia de São Vicente existe também a Marcha Infantil da voz do Operário e a Marcha de Santa Engrácia, que este ano não participou no concurso 2019
Aqui: Resultados das Marchas Populares de Lisboa 2019
Descarregue e leia no seu computador, tablet ou telemóvel [Descarregamento não encontrado]