Os 44 projetos da nova edição da Energia BIP ZIP, através da qual a Câmara de Lisboa financia iniciativas de desenvolvimento local, começam hoje, 8 de outubro, a ir para o terreno.
«O caminho faz-se caminhando». Esta foi a frase mais empregue durante a primeira das cinco sessões de assinatura de protocolos – nomeadamente na zona oriental, zona norte, centro histórico, zona ocidental – que vão acontecer entre o Município de Lisboa e os parceiros BIP ZIP nesta 9ª edição do programa municipal, já considerado pela Comunidade Europeia uma referência internacional e um exemplo a difundir «em nome» de estratégias para o desenvolvimento local das cidades.
Melhorar e transformar a vidas das pessoas são, na perspetiva dessas duas responsáveis, os grandes objetivos deste programa que, em 9 anos, «mexeu» com mais de 140 mil habitantes, implementou 354 projetos, promovidos por 625 parceiros e realizou 2.213 atividades.
Para Paula Marques, o BIP/ZIP «é um instrumento de vida pública, de sinergias locais” e este projeto vem “juntar vontades e vozes críticas à família BIP/ZIP que se foi alargando às várias organizações da cidade, às pessoas que trabalham no terreno».
Servir a comunidade
Nesta edição do programa tem como lema «servir a comunidade», participam 135 entidades (49 promotoras e 86 parceiras) que vão promover cerca de 300 atividades em 53 territórios BIP/ZIP – Bairros e Zonas de Intervenção Prioritária na cidade de Lisboa.
Esta edição, à semelhança das anteriores, visa dinamizar parcerias e pequenas intervenções locais de melhoria «dos habitats» abrangidos, através do apoio a projetos locais que contribuam para o reforço da coesão sócio territorial do município de Lisboa.
O Programa BIP-ZIP – Bairros e Zonas de Intervenção Prioritária de Lisboa, criado em 2011 pela autarquia como um instrumento de política pública municipal, destina-se exclusivamente a apoiar atividades e projetos a desenvolver nos Bairros e Zonas de Intervenção Prioritária inscritos na Carta dos BIP/ZIP de Lisboa, aprovada pela Assembleia Municipal.
A dinamização de projetos pensados para e pelas comunidades locais, suprindo as suas necessidades a diversos níveis, podendo concorrer as forças locais e a própria comunidade, é o objetivo deste programa, com consequências diretas em termos de empregabilidade, formação, atuação, nos domínios da saúde, educação, junto dos idosos, jovens desempregados, ou de grupos vulneráveis.
Projetos para para todos…
A Livraria Solidária de Carnide, A Avó Veio Trabalhar ou a Rede de Artes e Ofícios de Lisboa são algumas das iniciativas mais mediáticas oriundas de edições passadas do mundo BIP/ ZIP.
Entre elas está a “Ópera Connosco, Marvila!”, da Associação Plateia Protagonista, que vai dotar alunos do 3.º ciclo com as competências artísticas e técnicas necessárias para a criação de uma ópera. A imagética deste trabalho será influenciada pelos espaços e memórias locais coletivas, num espetáculo final que contará com cinco cantores profissionais e um pequeno ensemble de instrumentistas.
Do outro lado da cidade, na Estrela, vai nascer um «arquivo vivo de sementes», na forma física e digital, uma iniciativa que integra o projeto «Germinar um banco de sementes», da Associação Margens Simples. Além de um repositório físico, estará associada ao banco uma plataforma digital para pesquisa e requisição de sementes
para os adeptos da economia circular: aos interessados, é enviado um envelope de sementes e mais um outro vazio que deverá ser devolvido com os frutos da produção, cumprindo o objetivo de disseminação.
Também o Projeto Alkantara viu uma nova candidatura aprovada, apesar de ainda andar no terreno com o seu BIP/ ZIP «Casal Ventoso Sempre», que tem levado várias expressões da arte urbana a esta zona da cidade, e entre 11 e 13 de outubro promove uma Festa de Arte Urbana no Bairro da Cabrinha. Agora apresentou “Casal Ventoso – Fazemos Acontecer”, mais focado na dinamização comunitária e cidadania e que deixará também um legado físico no território: dois espaços para rastreios, uma unidade móvel de saúde e mesmo um espaço para workshops e realização de debates.
Hoje, foi a vez de serem apresentados os seguintes projetos: Bensaúde vai à Escola», da associação Mulheres sem Fronteiras; Oriente a Circular, Associação Mulheres sem Fronteiras; BioEscolas – Alimentação Biológica, Associação Portuguesa de Agricultura Biológica; Redes Sociais Saudáveis, Associação de Inter-ajuda de jovens Eco-estilistas; Marvila é para Todos, Associação Salvador; Espelho Meu, Associação Viver em Sociedade; Desde pequenino se faz o figurino, Associação de Reformados do Bairro do Condado, Marvila; Spot mais por menos, Centro Social Paroquial São Maximiliano Kolbe; Ópera Connosco, Marvila, Associação Plateia Protagonista; Constuir Acessos sem Restrições, Cooperativa de Serviços e Solidariedade Social; e Pessoa Jovem Ativa, European Association of Young Educators Nenhum campo encontrado.