Carlos do Carmo disse adeus aos palcos. Marcelo chamou-lhe o Príncipe da República. António Costa e Fernando Medina homenagearam-no. O Coliseu dos Recreios esteve esgotado, no sábado à noite, para aplaudir de pé o fadista de 80 anos, e cerca de 60 de carreira.
O fadista Carlos do Carmo foi homenageado pelo governo com a medalha de mérito cultural e pelo Presidente da Câmara de Lisboa com a chave da cidade, uma honra dada habitualmente aos Chefes de Estado que visitam Portugal. Para Fernando Medina, «Carlos do Carmo, como nenhum outro, interpretou a alma da cidade de Lisboa», salientando que o artista «cuidou não só do futuro do fado como do futuro da cidade»
Além de Fernando Medina, subiram também ao palco o primeiro-ministro, António Costa, e a ministra da Cultura, Graça Fonseca.
A voz intemporal, com uma sobriedade jovial que mantém intacta, sempre meio falada meio cantada, é divinal na interpretação de uma ‘Gaivota’, ‘Canoas do Tejo’, ou ‘Por Morrer uma Andorinha’. Carlos do Carmo despediu-se do seu público com dificuldades «em dar-vos as boas noites. Não é só uma questão de emoção, é uma questão de amor. Sinto-me um homem coberto de amor, vocês têm-me dado tudo. Agradeço-vos», enaltecendo, de seguida, as presenças do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, do primeiro ministro, António Costa, da ministra da cultura, Graça Fonseca, e do Presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina.
Já o Primeiro Ministro, António Costa, enfatizou que a entrega da medalha de mérito cultural, também feita no sábado ao fadista, demonstra «a confiança pelo muito que poderá fazer pela música e cultura portuguesas».
Coube também ao primeiro-ministro chamar ao palco a mulher de Carlos do Carmo, sua companheira há 55 anos.
O espetáculo abriu com “Vim para o fado”, passou em revista poetas, músicos, muitos amigos e os prémios que recebeu e encerrou com um ‘encore’ de “Lisboa menina e moça”, aplaudido de pé.