CARRIS COM PLANO DE CONTINGÊNCIA DO COVID-19

Em situações de suspeita de risco de contágio pelo Covid-19, os motoristas da Carris estão instruídos para voltarem de imediato «à base» para desinfetarem o autocarro e alertarem as autoridades sanitárias.

Atualização em 15 março | Transporte colectivo rodoviário de passageiros na Área Metropolitana de Lisboa

Novas medidas de contingência a aplicar ao serviço público de transporte rodoviário de passageiros devido à pandemia do novo coronavírus SARS-CoV-2 (COVID-19)
Impondo-se a necessidade de, neste período de contingência nacional e já decretado o Estado de Alerta, se proceder a uma permanente reavaliação das medidas de contingência da infeção do novo coronavírus SARS-CoV-2 (COVID-19) e de se assegurar a coerência entre as soluções a adotar em cada momento, os operadores de transporte colectivo rodoviário de passageiros na Área Metropolitana de Lisboa adoptarão a partir de dia 15 de março os seguintes procedimentos:

  1. A entrada e saída dos utentes deverá passar a processar-se apenas pelas portas traseiras dos autocarros de serviço urbano e interurbano, deixando as entradas de ocorrer pela porta da frente, junto ao motorista;
  2. Deixarão de se efetuar vendas a bordo, deixando os motoristas de ter contacto com dinheiro e operações de pagamento;
  3. Deixarão de ser obrigatórias as validações nos autocarros, ainda que, se deva apelar a que os passageiros viajam com título válido.

Face a estas medidas agora adotadas, será ainda realizado no contexto de cada operador:

  • A criação de um perímetro de distância que salvaguarde o motorista de contactos diretos com utentes;
  • Reforço da proteção dos seus trabalhadores e em particular do mais expostos ao contacto com o público, como acontece com os motoristas;
  • Intensificação das medidas de limpeza e desinfeção dos autocarros e dos locais de contacto direto com o público;
  • Reforço das medidas de informação ao público, inclusive no sentido de se assegurar que as entradas e saídas nos autocarros se processem de forma organizada e sejam mantidas distâncias de segurança entre passageiros e demais comportamentos que minimizem risco de contágio.

Notícia colocada em: 12 de março
A Carris tem em curso um plano de contingência do Covid-19 que prevê o reforço da limpeza dos veículos, autocarros, elétricos e elevadores. Revelou o presidente da Câmara Municipal de Lisboa durante a apresentação da carreira 706, a primeira da Carris a receber os novos veículos elétricos.
Segundo Fernando Medina, «a Carris elaborou um plano de contingência, em conformidade com as medidas determinadas pela Autoridade de Saúde e em articulação estreita com a Câmara Municipal de Lisboa, que inclui um conjunto de medidas de proteção aos trabalhadores, clientes e fornecedores, de forma a reduzir, na medida do possível, as repercussões previsíveis numa situação desta natureza».
O autarca confirmou, ainda, que existem vários «protocolos, numa lógica preventiva», para passageiros e trabalhadores. «O plano está condicionado aos cenários e fases do evoluir da situação e pode ser revisto a qualquer momento», adianta.
Neste plano de contingência constam medidas preventivas, como informação sobre medidas de higienização, comunicação de eventual sintomatologia ao posto médico da Carris e à Saúde 24.
Fernando Medina salienta que este plano prevê «medidas ao nível da limpeza reforçada dos veículos, com especial atenção às superfícies mais tocadas como os corrimãos das portas, as pegas do interior, o contorno superior dos bancos e o contorno do habitáculo do tripulante, e a desinfeção em situações de caso suspeito a bordo», revelando, por outro lado, que a Carris tem também disponível material de prevenção a utilizar em conformidade com as orientações da DGS (Direção Geral de Saúde), como máscaras cirúrgicas e P2, luvas de nitrilo descartáveis, batas e toalhetes com base alcoólica.
Vai ser entregue a todos os tripulantes um kit composto por máscara, lenços, toalhitas com base de álcool e luvas, para ser utilizado apenas em casos de suspeição de sintomas do próprio tripulante ou de clientes a bordo.
Um comunicado da Carris dá conta que a empresa «tem preparada uma sala de isolamento, no posto médico da empresa, para avaliação e despiste de trabalhadores que possam apresentar sintomas».
«Foi elaborado ainda um plano de ação no que diz respeito à operação da Carris, nomeadamente na comunicação de sintomas por parte de tripulantes ou de clientes que viajem dentro dos equipamentos, que inclui a recolha da viatura para desinfeção», garante a transportadora.
«No que diz respeito a viagens laborais, a Carris não realizará viagens associadas à sua atividade que tenham como destino qualquer dos países que integrem as áreas identificadas no site da DGS, como sendo áreas com transmissão comunitária ativa, e, até novos desenvolvimentos, só autorizará viagens para outras regiões e que sejam estritamente necessárias», sublinham os responsáveis da Carris, acrescentando que «a empresa vai manter relação próxima com as autoridades públicas para seguir todas as diretivas apropriadas consoante a avaliação da situação».
Inauguração de carreira 706
Estas revelações sobre as medidas preventivas tomadas pela Carris foram realizadas no decorrer da apresentação pública da primeira carreira, a 706, a receber os novos veículos elétricos. O presidente da empresa, Tiago Farias, e Fernando Medina dizem que este é o primeiro passo para a completa eletrificação da frota. Em 2021 devem chegar mais 30 destes autocarros.
A transportadora lisboeta quer chegar a 2030 sem autocarros a gasóleo e a 2040 com uma frota 100% elétrica. «Espero que um dia façamos uma cerimónia a celebrar o fim dos autocarros movidos a combustíveis fósseis», disse Tiago Farias, apontando que «por cada quilómetro percorrido por um autocarro elétrico deixam de ser emitidos 1,5kg de dióxido de carbono» para a atmosfera. No caso da 706, uma carreira com sensivelmente 18 quilómetros em ida e volta, são 27 os quilos de CO2 não emitidos. Além disso, também as emissões de óxido de azoto (NOx) e de partículas finas são evitadas.
«Esta mudança, de um sistema assente no carbono para um sistema assente no elétrico, é essencial», afirmou Fernando Medina, destacando o simbolismo do momento para a empresa, mas também para quem a ela recorre diariamente. «Autocarros com menos ruído, com menos poluição e mais conforto são capazes de gerar bom ambiente para quem os usa e para os trabalhadores», disse, advogando que os novos veículos trazem consigo «uma mudança importante da perceção e da imagem do transporte público em Lisboa».
«O transporte público não é para quem não consegue mover-se em transporte individual. Tem de ser um direito para todos os que se querem mover de forma rápida e com qualidade», defendeu Fernando Medina, acrescentando que «todos os que utilizarem os novos autocarros vão notar uma enorme diferença».
De um lote de 15 autocarros elétricos que a Carris encomendou à CaetanoBus, 11 já chegaram e vão estar ao serviço da 706. Os quatro veículos que ainda estão para vir têm como destino o futuro shuttle Marquês de Pombal – Praça do Comércio, que a autarquia vai criar quando implementar a nova Zona de Emissões Reduzidas da Baixa. Para 2021 está agendada nova fornada destes veículos: mais 30.
Para já os autocarros só podem ser abastecidos na estação da Pontinha, onde estão montados 15 carregadores. Cada carregamento, que é feito durante a noite, dá para cerca de 180 quilómetros. Segundo contas de Tiago Farias, o abastecimento de um autocarro elétrico custa à volta de 25 euros por dia, enquanto o de um a diesel pode ultrapassar os 120 euros. «O custo por quilómetro é francamente mais baixo», nota o presidente da Carris.