A Câmara de Lisboa suspendeu a recolha porta-a-porta de papel e plástico reciclável, por motivos de combate à pandemia Covid-19, mas apela aos lisboetas para não abandonarem lixo na rua.Os lisboetas vão ter novos cuidados a ter na deposição dos resíduos, suspendendo (a partir de hoje) a recolha seletiva porta-a-porta de vidro em entidades comerciais e a recolha seletiva porta-a-porta de papel e plástico reciclável, passando apenas a ser recolhidos resíduos indiferenciados três vezes por semana.
Segundo um comunicado da Câmara Municipal de Lisboa, «para garantir a proteção da saúde pública e dos trabalhadores envolvidos nas operações de recolha e tratamento de resíduos e, em simultâneo, controlar os fatores de disseminação da doença e contágio por Covid-19, o Município de Lisboa tem vindo a implementar um conjunto de medidas de forma a assegurar a regular recolha de resíduos na cidade».
A Câmara salienta que, todas as «medidas têm sido implementadas de acordo com as orientações das entidades competentes, nomeadamente Agência Portuguesa do Ambiente, Direção Geral da Saúde e Entidade Reguladora dos Serviços da Água e Resíduos e seguem diretrizes que estão a ser tomadas em cidades como Amesterdão, Paris, Los Angeles e Roterdão, com quem os serviços de higiene urbana de Lisboa têm mantido contactos nas últimas semanas».
Por isso, Lisboa reafirma, mais uma vez, o seu «compromisso com as metas ambientais mais ambiciosas e que a suspensão temporária da recolha porta-a-porta de material reciclável, por motivos do combate à pandemia, em nada altera esse compromisso. A extensão a toda a cidade do projeto piloto de recolha diferenciado de resíduos orgânicos, a funcionar atualmente na Alta de Lisboa, continua como até aqui, na data prevista, 2023».
«Ciente da compreensão da população para com a importância do papel destes trabalhadores», a Câmara de Lisboa apela à colaboração dos munícipes na correta deposição dos resíduos e informa que, a partir de hoje, «está suspensa a recolha seletiva porta-a-porta de vidro em entidades comerciais; está suspensa a recolha seletiva porta-a-porta, passando apenas a ser recolhidos resíduos indiferenciados três vezes por semana; mantendo-se a recolha seletiva nos Ecopontos de superfície e subterrâneos.»
A Câmara informa, ainda, que todos os serviços de recolha a pedido através do atendimento do município (objetos volumosos/monstros; resíduos de construção e demolição, resíduos de jardins) encontram-se suspensos, estando também encerrados ao público os Parques de Apoio à Higiene Urbana (entrega de resíduos volumosos e/ou específicos).
O comunicado da edilidade confirma que se mantém a recolha seletiva porta-a-porta de bio resíduos (resíduos alimentares e similares) nas entidades comerciais e no projeto piloto doméstico na Alta de Lisboa.
A Câmara de Lisboa deixa um apelo às famílias que tenham pessoas infetadas (ou com essa suspeita), para colocarem os resíduos (independentemente do fluxo) em sacos de lixo resistentes e descartáveis, com enchimento até 2/3 (dois terços) da sua capacidade. Os sacos, devidamente fechados, devem ser colocados dentro de um segundo saco, também devidamente fechado, e depositados no contentor de resíduos indiferenciados. As máscaras e luvas também devem ser colocadas sempre no contentor do lixo indiferenciado.
Estas medidas entram imediatamente em vigor, sendo que as adaptações introduzidas podem evoluir consoante o evoluir da produção de resíduos nos sectores doméstico e/ou comercial.
Esperamos regressar à normalidade o mais cedo possível e apelamos a todos os munícipes que acondicionem bem o lixo em sacos e o depositem nos contentores adequados.
Câmara antecipa pagamentos a ONG
Por outro lado, um outro comunicado da edilidade dá conta que a autarquia antecipou os pagamentos de subsídios e que assume despesas de ONG´S com combate ao COVID-19
A nota da autarquia informa: «a Câmara Municipal de Lisboa vai transferir de imediato (o habitual é ser no mês de maio) as primeiras tranches das verbas contratuais – cerca de 600 mil euros – relativas a múltiplos projetos de associações e organismos que trabalham em Lisboa nas áreas dos sem-abrigo, deficiência, envelhecimento, apoio às famílias e à infância e saúde. Com esta transferência, é assegurada também a manutenção e reforço dos apoios destinados aos equipamentos e equipas de proteção à população sem abrigo».
Assim, no quadro do regulamento de apoios municipais e dos contratos programa que a Câmara tem com várias IPSS que trabalham com a população vulnerável, foi dada a indicação para as IPSS «faturarem em nome da autarquia todos os bens necessários para o combate à epidemia do COVID-19».
Todas estas medidas têm em conta a emergência de saúde pública de âmbito internacional relativa à doença COVID -19, declarada pela Organização Mundial de Saúde, no dia 11 de março de 2020, como uma pandemia, porque importa garantir que as entidades que trabalham na cidade ao nível do apoio aos cidadãos mais vulneráveis mantenham a sua capacidade de atuação.