LISBOA SEM SIDA

A campanha Lisboa Sem Sida foi lançada no Dia Mundial da Sida, que tem como tema “Solidariedade Global, Responsabilidade Partilhada”, assumindo a DGS e o Ministério da Saúde o compromisso de «mitigar o impacto da Covid-19 na resposta à infeção por VIH».

O lançamento da campanha «Zero Discriminação» marcou as comemorações do Dia Mundial da Sida, que hoje se comemora. Eliminar o estigma e a discriminação, dando visibilidade positiva a quem vive com o VIH, é o principal objetivo desta campanha, inserida no projeto Lisboa Sem Sida, que consistirá em materiais informativos online e em formato físico, um quiz educativo, assim como materiais audiovisuais para a internet.

Manuel Grilo, vereador do pelouro de Educação e Direitos Sociais da Câmara de Lisboa reconhece que «é necessária uma resposta política para eliminar o estigma e a discriminação das pessoas que vivem com VIH, quer seja no trabalho, nos serviços de saúde, no acesso aos seguros ou em contexto social, familiar ou íntimo». Por isso, «esta terceira campanha municipal aborda a não discriminação, enquanto pilar da estratégia da cidade para eliminar a infeção por VIH até 2030».

Além do quiz, dos vídeos e da campanha visual nas redes sociais, a Câmara de Lisboa também se uniu ontem à DGS, iluminando a estátua de D. José de vermelho.

João Brito, coordenador do Centro Antidiscriminação VIH e Sida, refere que «não há dúvida que o tratamento para a infeção por VIH teve uma evolução enorme. No entanto, não podemos dizer a mesma coisa relativamente ao estigma e à discriminação que existe em relação às pessoas que vivem com VIH», acrescentando que «a única forma de eliminar o estigma e a discriminação é explicar às pessoas como é que se transmite e como é que não se transmite a infeção».

Nos últimos 40 anos, a realidade da infeção pelo VIH mudou. Os tratamentos e a prevenção evoluíram. Mas o estigma e a discriminação permanecem, afastando as pessoas da prevenção e da realização do teste do VIH. O estigma e a discriminação afastam também as pessoas que vivem com VIH dos serviços de saúde formais e do tratamento. Afetam também o seu bem-estar e a sua capacidade para lidar com a infeção, levando muitas vezes à Auto discriminação e a uma invisibilidade forçada.

Em Portugal, de acordo com o estudo Stigma Index (2013), realizado pelo Centro Antidiscriminação VIH e Sida, as pessoas que vivem com VIH são discriminadas uma ou mais vezes por ano, mas 60% não confrontam quem as discrimina. Além disso: 51% das pessoas que vivem com VIH são alvo de difamação; 21% são forçadas a mudar de funções no trabalho; 11% são excluídas de atividades familiares; e 9% viram ser-lhes recusados cuidados de saúde

Centro de Enfermagem Queijas

Desconhecimento causa discriminação

O estigma associado ao VIH é causado, sobretudo, pelo desconhecimento sobre a infeção, pelo medo da transmissão e por estereótipos e preconceitos, que levam a atitudes discriminatórias. Por isso, a campanha #zerodiscriminação pretende sensibilizar para o impacto do estigma, melhorar o conhecimento sobre a infeção e contribuir para fazer de Lisboa uma cidade que não discrimina as pessoas que vivem com VIH.

A divulgação do Quiz – “Será que discrimino” e do vídeo da campanha será feita no site oficial da campanha e nas redes sociais (Facebook e Instagram). Os mupi da campanha marcarão também presença nas ruas de Lisboa e serão distribuídos cartazes nos serviços municipais, hospitais, centros de saúde, escolas e outros locais da cidade.

Esta campanha, que resulta de uma colaboração entre a Câmara Municipal de Lisboa, o Grupo de Ativistas em Tratamentos (GAT) e o Centro Antidiscriminação VIH e Sida, conta ainda com o apoio da Direção-Geral da Saúde (DGS), da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) e de várias outras organizações que trabalham na área do VIH, em Lisboa.

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