MODERNIZAR A HISTÓRIA DE LISBOA SEGUNDO OS OLISIPÓGRAFOS

Trazer a memória da cidade para o grande público é o projeto que junta a Câmara Municipal de Lisboa, a Universidade Nova, a Torre do Tombo, a Biblioteca Nacional e o Gabinete de Estudos Olisiponenses.

Olisipografia é a designação correta para o estudo da história de Lisboa. Este conceito quer agora tornar-se mais acessível ao público em geral, com a ajuda do projeto “Olisipógrafos”. Segundo Raquel Henriques, coordenadora científica do projeto, tal acontece através do lançamento de um site, da reedição de obras em e-books e da edição de biografias de especialistas.

“Vamos pôr à disposição de um público alargado, aos lisboetas, mas não só necessariamente lisboetas, uma produção de história literária, às vezes de lendas e mitos de história de arte das personagens, que ajudam a compreendermos melhor a cidade onde vivemos”, revela.

Apresentado no Museu de Lisboa, o projeto “Olisipógrafos. Os Cronistas de Lisboa” é uma iniciativa conjunta da autarquia e do Instituto de História da Arte da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade NOVA, com o apoio da Torre do Tombo, da Biblioteca Nacional e do Gabinete de Estudos Olisiponenses.

Lisboa é, segundo, Raquel Henriques, a única cidade na Europa que tem uma disciplina própria – a olisipografia – em que os especialistas em estudos sobre a história da capital portuguesa são designados de olisipógrafos, existindo “uma produção muito importante de livros”, desde o século XIX ao século XXI.

Considerado o pai da olisipografia, Júlio de Castilho é um dos olisipógrafos que vão integrar o projeto, com a obra “Lisboa Antiga”, bem como Gustavo de Matos Sequeira, autor de “O Carmo e a Trindade”, e Augusto Vieira da Silva, com “As Muralhas da Ribeira de Lisboa”, assim como Luís Pastor de Macedo e José Sarmento de Matos.

São livros muito importantes, mas pouco acessíveis para o leitor que não seja especialista. São livros que estão um pouco antiquados, que não têm imagens, que nos falam de nomes de ruas que às vezes já mudaram de nome, de coisas que já não estão num sítio onde é dito que está”, explicou Raquel Henriques, frisando que o projeto vai reeditar essas obras em e-books, que serão feitos “com mapas atualizados, com fotografias e com notas que esclareçam algumas coisas que são mais difíceis de entender”.

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Quanto ao site do projeto “Olisipógrafos. Os Cronistas de Lisboa”, Raquel Henriques acredita que o mesmo esteja disponível “dentro de seis meses”, através da Câmara Municipal de Lisboa. Aqui poderão ser encontrados os olisipógrafos, que obras fizeram, com informação diversificada, quer sobre o que estudaram, como estudaram e resultados dessas obras.

A iniciativa inclui ainda a edição em papel das biografias de alguns dos olisipógrafos mais importantes, passando por Júlio de Castilho, do século de XIX, chegando a José Sarmento de Matos, do século XXI, que morreu em 2018.

De acordo com a coordenadora científica Raquel Henriques, este projeto deverá ter a duração de dois anos, estando assim concluído em abril de 2023.

Já a vereadora da cultura da Câmara Municipal de Lisboa, Catarina Vaz Pinto, acredita que a história da cidade “desperta uma curiosidade enorme não só num público especializado, como nos lisboetas em geral”.

 

 

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