METRO DE ARROIOS ABRIU AO FIM DE 4 ANOS DE OBRA

Já não era sem tempo. A estação de metro de Arroios reabriu ontem à noite ao público e hoje de manhã, depois de quatro anos de obras, foi inaugurada oficialmente numa cerimónia que contou com a presença do ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Matos Fernandes, que recordou que «estão a ser investidos no metro cerca de mil milhões de euros».

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Finalmente, ao fim de quatro anos de obras, a estação de metro de Arroios, da linha verde do Metropolitano de Lisboa, foi oficialmente reaberta. Esta terça-feira de manhã, João Pedro Matos Fernandes, ministro do Ambiente, que chegou à estação de metro, esteve com o presidente do Metro de Lisboa a fazer uma visita guiada à estação que tem agora uma nova cara.

«É uma obra muito complexa que foi feita sempre com a operação do metro a decorrer e que praticamente não perturbou a superfície, apenas a entrada de peões e duas ou três lojas, mas nunca a circulação esteve interrompida. Foram sete milhões de euros fundamentais. A partir de agora toda esta zona e toda a Avenida Almirante Reis vai ter todas as suas estações a funcionar, todas preparadas para poder ter o comboio em pleno, com as seis carruagens do metro aqui a parar», explicou Matos Fernandes.

O cais foi ampliado para receber composições de seis carruagens e instalar três elevadores para acessos de pessoas com mobilidade reduzida. Quanto aos negócios que poderão ter fechado devido às obras no metro, Matos Fernandes garante não conhecer nenhum em concreto nessa situação e duvida que tenham sido em grande número.

«Falámos com os lojistas. Esta era a obra que tínhamos de fazer. Tivemos um azar pelo meio, o empreiteiro faliu, são coisas que acontecem. Agora a obra está pronta e, por isso, o arranjo de superfície foi muito simples, apenas repor. Toda esta estação é hoje nova, com um belíssimo painel», afirmou o ministro do Ambiente.

Investimentos de milhões na linha circular

João de Matos Fernandes, que fez questão de salientar que a «estação de metro não estava a ser inaugurada, mas sim visitada», anunciou que «estão a ser investidos no metro de Lisboa cerca de mil milhões de euros. Dos quais, aproximadamente 280 milhões vão ser aplicados na construção da linha circular».

Segundo afirmou, as obras do primeiro troço do prolongamento do metro, entre o Rato e a Estrela, estão «a decorrer normalmente», devendo ser iniciado, ainda este ano, a empreitada do segundo troço, entre a Estrela, Santos e Cais do Sodré.

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Em relação ao prolongamento da linha vermelha, o ministro do Ambiente garantiu que «o estudo de impacto ambiental vai ser entregue ainda este ano», esperando que «seja possível lançar o concurso para a obra de prolongamento do metro até Alcântara, com estações nas Amoreiras, Campo de Ourique e Infante Santo na primavera do próximo ano».

Após salientar que já estão orçamentados 115 milhões de euros para a aquisição das carruagens para a linha circular, João de Matos Fernandes adiantou que a estação de Alcântara vai ser aérea, devido a problemas ambientais e por ficar situada na zona do caneiro de Alcântara.

O ministro João Matos Fernandes sublinhou ainda que estão a ser realizadas várias pequenas obras em toda a linha do metro, designadamente nas estações das Olaias, Colégio Militar e nas escadas rolantes do Rato e da Baixa Chiado, que, no total, somam os 6/7 milhões de euros.

41 estações a funcionar

Com a reabertura da estação Arroios, o Metropolitano de Lisboa passa a ter 41 estações (das 56 existentes) dotadas de acessibilidade plena, isto é, dispõem de acesso entre a superfície e o cais de embarque para pessoas com mobilidade reduzida, o que corresponde a 73,2% da totalidade das estações da rede.”

A conclusão das obras estava prevista para o primeiro semestre de 2019, mas, alegando incumprimentos contratuais do empreiteiro, o Metro rescindiu o contrato e um novo concurso foi adjudicado em setembro desse mesmo ano.

Os trabalhos de ampliação e renovação da estação de metro tiveram como principal objetivo ampliar o cais de 70 para 105 metros, de forma a receber composições de seis carruagens, e dotar a infraestrutura de três elevadores para acesso de pessoas de mobilidade reduzida. A remodelação contemplou ainda a reformulação dos átrios e a reorganização dos espaços de apoio à exploração.

Mas passado um ano e meio do encerramento da estação de Arroios, as obras pouco tinham avançado e os tapumes colocados na Praça do Chile mantinham-se no mesmo sítio. Esta situação criou vários problemas aos comerciantes, que perderam clientela ou viram-se obrigados a fechar os seus estabelecimentos. Para tentar compensar estas perdas, a Câmara de Lisboa acabou por suspender a cobrança de taxas de publicidade aos comerciantes até ao final da reabilitação. Já os moradores tiveram de desviar os seus percursos para as estações dos Anjos ou Alameda.

Em janeiro de 2019, altura em que a estação deveria reabrir, o Metro de Lisboa rescindiu o contrato com o empreiteiro devido a atrasos no cumprimento de prazos. Em fevereiro do mesmo ano, foi lançado um novo concurso, cuja adjudicação foi aprovada passado sete meses. A empresa remeteu o procedimento para visto prévio do Tribunal de Contas a 8 de novembro. A declaração de conformidade do Tribunal de Contas foi promulgada em 27 de dezembro de 2019 e enviada à empresa no dia 30.

A empreitada foi – novamente – adjudicada em janeiro de 2020 ao consórcio composto pela DST, Efacec e DTE/Cari, pelo valor de 6,6 milhões de euros (acrescido de IVA), mais dois milhões do que o custo fixado inicialmente.

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