Ao longo do tempo, tem sido posto em prática pela Câmara Municipal de Oeiras um plano de reabilitação de edifícios históricos degradados para habitação jovem. O objetivo é dar uma nova vida aos núcleos históricos do concelho. Este é o caso do Edifício Villa Longa em Paço de Arcos, prédio de 1919 que foi totalmente requalificado pelo município e que tem 32 casas disponíveis que vão servir para habitação jovem
O presidente da Câmara Municipal de Oeiras, Isaltino Morais, inaugurou ontem o edifício Villa Longa, em Paço de Arcos, após obras de requalificação, tendo entregue os 32 apartamentos desse edifício e mais cinco outas habitações, distribuídas pelo Quarteirão do Largo da Boavista, em Oeiras, e pela Rua Costa Pinto, em Paço de Arcos.
A Câmara Municipal de Oeiras assumiu como ação fundamental da sua política de habitação a recuperação dos Centros Históricos do Concelho, tanto a nível urbanístico como do espaço público, afirma o presidente da autarquia, adiantando que o programa Habitação Jovem nos Centros Históricos, pretende promover a revitalização destas áreas urbanas, a reabilitação do seu património arquitetónico e o rejuvenescimento da sua população.
Totalmente financiado pelo Município, este programa, que até ao momento já implicou um investimento de 15 milhões, totalmente financiados pelo município, prevê a inclusão no mercado de arrendamento de cerca de 300 fogos e estima-se que o investimento municipal neste programa ascenda a mais de 32 milhões de euros, entre a aquisição e reabilitação dos edifícios, adiantou o autarca que aproveitou a ocasião para revelar que, este ano, a Câmara vai entregar cerca de 800 bolsas de estudo a jovens do concelho, para que todos «tenham as mesmas oportunidades de acesso ao ensino».
Isaltino Morais, após salientar que as rendas de habitação jovem variam entre os 200 e os 500 euros, anunciou que, até ao fim do ano, vai abrir um novo sorteio de apartamentos para jovens, lembrando que a Câmara Municipal de Oeiras assumiu como ação fundamental a sua política de habitação e recuperação dos centros históricos do concelho e por isso criou o programa “Habitação Jovem nos Centros Históricos” para revitalizar estas áreas urbanas e promover o rejuvenescimento da população.
Depois realçar a qualidade dos apartamentos entregues, o autarca defendeu que com este programa pretende-se contribuir para a resolução de três problemas: «resolução do problema habitacional dos jovens; reabilitação do edificado em centros históricos das diferentes localidades do concelho; e combater o problema da desertificação destes centros».
Para Isaltino Morais, que reafirmou a necessidade das pessoas se vacinarem contra a Covid, um dos objetivos deste programa passa, essencialmente, por «recuperar o património e levar jovens para os centros históricos, que só desta forma se revitalizam».
O edil salientou, ainda, a importância do programa de Renda Apoiada, que já realojou cerca de 6 mil famílias, 1500 das quais já adquiriram os seus apartamentos, e do programa de renda acessível. Segundo anunciou, «vai ser lançado um concurso para a construção de mais 1.500 casas de renda acessível».
Mas para que este programa de combate às carências habitacionais do concelho seja exequível, Isaltino Morais considerou necessário «a expropriação de terrenos da Reserva Agrícola Nacional para construção de habitação social».
Espaço emblemático de Paço de Arcos
O Edifício Villa Longa, que representou um investimento de 2 milhões de euros (incluindo IVA), é um dos mais significativos no concelho de Oeiras, pela sua excecional presença no território, pelo seu valor arquitetónico e por guardar a memória urbanística de uma Nova Paço de Arcos que não se chegou a concretizar.
Localizado em Paço de Arcos, o renovado edifício é composto por 32 apartamentos destinados aos jovens que concorreram ao programa municipal de Habitação Jovem que lhes permite arrendar uma casa a preço acessível.
De planta retangular, com quatro pisos e dois em águas furtadas, este robusto edifício de 1919 desenvolve-se num único volume de grandes dimensões com inspirações pontuais de Arte Nova.
A requalificação do edifício manteve os elementos característicos como frontões e pináculos, ou a grande escadaria central. Com uma área de lote de 1.400m2 e uma área de construção de 2.300m2, as tipologias adaptadas ao novo programa resultaram em 32 fogos – 18 T1’s e 14 T0’s (dois fogos preparados para pessoas com mobilidade reduzida no piso térreo).
A cerimónia de inauguração foi também aproveitada para o lançamento do livro “Villa Longa 1919 -2021 História dum Edifício”.