NINGUÉM PÁRA A MARCHA DE ALFAMA

A Marcha de Alfama já está a ultimar os preparativos para o desfile na Avenida da Liberdade, três anos depois da última edição das Marchas Populares de Lisboa, em 2019. O Olhares de Lisboa conversou com o coordenador da Marcha de Alfama, João Ramos.

Para o responsável, a paragem forçada derivada da pandemia, não influenciou o trabalho, quer dos marchantes, quer do Centro Cultural Dr. Magalhães Lima, coletividade organizadora da marcha e onde são realizados os ensaios.

Estes terminam a 2 de junho. Três dias depois, a 5 de junho, Alfama apresenta-se no Altice Arena. Uma semana depois, é a vez do desfile na Avenida da Liberdade, na noite de 12 para 13 de junho. A Marcha de Alfama já venceu as Marchas de Lisboa 21 vezes e a última vez que ganhou foi em 2018.

Para João Ramos, “a Marcha de Alfama é uma máquina bem oleada, não são os dois anos que estivemos parados que nos vão afetar”, conta, acrescentando ainda que grande parte do trabalho já tinha sido feito em 2020 e foi agora reaproveitado para a edição de 2022.

Os ensaios arrancaram no passado dia 26 de abril, e são realizados de segunda a sexta-feira, sempre tendo em conta as recomendações da Direção Geral da Saúde (DGS). Foram selecionados 50 marchantes, “quase todos de Alfama, havendo um ou outro de outros bairros”. Deste número, 48 são os marchantes oficiais e os restantes são suplentes.

Por isso, no caso de alguém testar positivo à Covid-19, será imediatamente substituído, conta-nos João Ramos, que acrescenta que, o grupo selecionado tem uma média de idade a rondar os 24 anos. “Como são jovens, quase ninguém tem medo da Covid”, conta-nos.

Por isso, segundo o coordenador da marcha de Alfama , não foi difícil arranjar marchantes. No entanto, existem alguns requisitos principais para integrar o grupo: “saber marchar, ter porte e alguma agilidade física”.

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Contudo, é também preciso gostar de cantar, pois todos os marchantes têm de cantar durante os ensaios. “Os primeiros três dias dos ensaios é só canto, por isso toda a gente que entra na Marcha de Alfama tem de cantar, até porque tem que se saber cantar para se poder dançar”, acrescenta João Ramos.

Contudo, e com o avançar dos ensaios, apenas oito marchantes são escolhidos para cantar, e no desfile da Avenida da Liberdade, o número reduz para metade. Em 2022, as letras das duas marchas interpretadas pela Marcha de Alfama são da autoria de João Ramos e Ricardo Dias; já as músicas, uma é da autoria de Carlos Dionísio, e a segunda deste e de João Ramos.

O figurinista e cenógrafo da Marcha de Alfama é Nuno Lopes e a ensaiadora é Vanessa Rocha. Já as mascotes são Laura Furtado e Gonçalo Costa e Mafalda Gonçalves é porta-estandarte. A fadista Raquel Tavares e o apresentador João Baião – presença habitual na Marcha de Alfama -, serão os padrinhos desta marcha.

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