A Câmara Municipal de Loures, em conjunto com a União das Freguesias de Moscavide e Portela, apresentou, na passada sexta-feira, dia 8 de julho, o projeto de requalificação do Jardim Dr. João Gomes Patacão, em Moscavide.
A sessão, aberta ao público, teve lugar no Auditório Maria Margarida Inácio, no Centro Cultural de Moscavide. O projeto inclui a criação de novas zonas verdes para usufruto da população, assim como a colocação de novos equipamentos, e ainda a colocação de piso confortável que favorece a mobilidade, dando prioridade à circulação dos peões no espaço público e abrindo o jardim à envolvente.
De acordo com o presidente da Junta de Freguesia de Moscavide e Portela, Ricardo Lima, a requalificação deste espaço “é uma das grandes prioridades de Moscavide”, uma vez que esta é uma “obra reivindicada há muitos anos”, tendo em conta que a proposta foi apresentada em finais de 2017.
O Jardim Dr. João Gomes Patacão, situado no centro da vila de Moscavide, e construído na década de 1950, vai contar com um novo parque infantil, equipamentos de fitness, uma ludoteca com vista para o exterior, uma área multifuncional de jogo com possibilidade de ser transformado para receber um palco, e ainda com mais bancos circulares, cadeiras e mesas para piquenique. A ideia será enquadrar o jardim numa visão mais contemporânea, tornando-o menos fechado.
Ao mesmo tempo, as instalações sanitárias vão ser remodeladas e esta intervenção no jardim vai também incluir a reabilitação do lago e a criação de mais acessibilidades a pessoas com mobilidade reduzida. O projeto inclui ainda a retirada das vedações que se encontram à volta do jardim, de forma a abrir o espaço à envolvente urbana, e a valorização do tanque e da fonte ornamental, elementos centrais da paisagem deste jardim.
De acordo com Ricardo Lima, em resposta a um residente, está ainda prevista a retirada das árvores que não estão em condições, sendo que serão plantadas novas, de forma a conseguir algumas sombras no local. O autarca adiantou ainda que está prevista a colocação de caixotes de lixo subterrâneos, em vez dos tradicionais contentores, mas esta decisão ainda está a aguardar uma resposta dos Serviços Intermunicipalizados de Águas e Resíduos (SIMAR) de Loures e Odivelas.
A requalificação do Jardim Dr. João Gomes Patacão, que vai custar perto de um milhão de euros, vai incluir também um “percurso que liga todos os espaços” deste parque, que vai incluir também um percurso ciclável. Este espaço, cuja iluminação será garantida por LED’s, irá manter os lugares de estacionamento. Esta requalificação pretende assim valorizar a convivência entre gerações, proporcionar o espírito de mobilidade, com novos pavimentos e zonas verdes.
Para já, a colocação de videovigilância não está contemplada no projeto de requalificação do Jardim Dr. João Gomes Patacão, mas Ricardo Lima, que acrescentou ainda que nenhum dos parques da freguesia tenha videovigilância, admitiu que poderá falar com a Câmara Municipal de Loures para a colocação de câmaras naquele espaço, se assim o justificar.
Sobre esta questão, o presidente da autarquia, Ricardo Leão, admite que este “é um processo complexo”, não apenas devido às questões da proteção de dados, mas também devido à dimensão do concelho, que tem cerca de 170 quilómetros quadrados. No entanto, o autarca admitiu que a Câmara de Loures já está a trabalhar nesta questão e já encetou contactos para a instalação de câmaras em “pontos críticos” do concelho de Loures.
Ainda no tema da segurança, o presidente da Câmara de Loures adiantou que o número de agentes da Polícia Municipal de Loures vai aumentar para 59 elementos, aumento este que representa “um custo enorme” para a autarquia de Loures. Contudo, Ricardo Leão salientou ainda a importância de “reforçar o número de meios” de trabalho destes agentes.
Para o presidente da Câmara de Loures, o projeto de requalificação do Jardim Dr. João Gomes Patacão “marca uma mudança de paradigma em relação ao executivo anterior”, que, a seu ver, não trabalhava em prol da população. Para o autarca, a Câmara Municipal de Loures e as Juntas de Freguesia, funcionam como “parceiros”, sendo que apenas com estas parcerias “é que se conseguem criar e resolver prioridades”.
O presidente da Câmara de Loures destacou ainda a “conjuntura difícil” que se vive atualmente na área da construção civil, que leva ao aumento do custo dos produtos e da mão de obra. De acordo com o autarca, “hoje em dia já não se consegue fazer uma obra por menos de um milhão de euros”, o que leva à necessidade de definir prioridades, uma vez que as autarquias dispõem de orçamentos limitados para a realização de empreitadas.