O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, inaugurou esta sexta-feira, dia 6 de janeiro, um novo troço do Eixo Central na Alta de Lisboa. O novo troço liga a Avenida Krus Abecassis ao Largo do Médico, na freguesia de Santa Clara, e no futuro, irá ligar esta zona da cidade, de forma direta e contínua, ao centro de Lisboa.
Neste local serão plantadas 530 novas árvores, e 13 mil arbustos, trazendo, desta forma, um espaço verde para a cidade de Lisboa, que contará com uma área com um total de 4.500 metros quadrados de relvado. Este novo troço localiza-se entre a Avenida Krus Abecassis, e o Largo do Médico, na freguesia de Santa Clara. Para a presidente desta Junta de Freguesia, Maria da Graça Ferreira, o aumento do Eixo Central terá um “grande impacto” na freguesia e também em Lisboa, uma vez que, na sua perspetiva, esta ligação irá funcionar como “uma alternativa significativa ao escoamento do tráfego viário na cidade e na zona norte” de Lisboa.
Contudo, este troço hoje inaugurado faz parte de um conjunto de um total de 10 que constituem o Eixo Central, que, no futuro, ligar, direta e continuamente, a Alta de Lisboa ao centro de Lisboa, passando pelas Avenidas da Liberdade, Fontes Pereira de Melo e República, criando uma ligação na zona das Calvanas, estabelecendo assim uma ligação ininterrupta entre estes dois pontos da cidade, que conta ainda com percursos pedonais e cicláveis.
“O Eixo Central insere-se em dois contextos, ambos da maior importância para a freguesia”, prosseguiu Maria da Graça Ferreira, explicando que estes contextos estão relacionados com a “modificação urbana” e a mobilidade na freguesia. “Entendo como a prioridade das prioridades promover uma circulação mais facilitada dentro da freguesia e a sua ligação ao exterior”, considera a presidente da Junta de Santa Clara, que entende que esta ainda é vista como “uma freguesia periférica e muito isolada” do resto do concelho de Lisboa, e que, por isso, são necessárias “muitas intervenções, no sentido de promover esta coesão” em todo o município.
Maria da Graça Ferreira terminou a sua intervenção dizendo que “a mobilidade representa o ponto de partida” de acesso a serviços, bem como a outros contextos, e que leva a “mudanças significativas na qualidade de vida e no desenvolvimento global” da freguesia. Por fim, a autarca lembrou ainda que está em curso o projeto de construção de uma estrutura viária que liga a estação do Metro da Ameixoeira à Avenida Glícinio Quartin e entre esta artéria e a Rua Maluda, manifestando o seu desejo em que este projeto fique concluído o mais depressa possível.
A inauguração do novo troço do Eixo Central contou ainda com a presença do presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, que descerrou uma placa alusiva à obra. “São muitos anos de trabalho e muitos anos deste sonho”, começou por referir o autarca, salientando ainda as boas relações entre a autarquia e a Sociedade Gestora da Alta de Lisboa (SGAL), empresa que ajudou a revitalizar esta zona da cidade.
“A concretização deste troço é extremamente importante para a nossa cidade”, acrescentou Moedas, considerando que este é “extremamente importante em termos de mobilidade, de cidade verde que queremos ser e em termos de habitação”, uma vez que permite a ligação direta com o centro histórico de Lisboa. O novo troço entre a Avenida Krus Abecassis e o Largo do Médico tem 550 metros de comprimento, e representou um investimento municipal de nove milhões de euros, uma vez que este projeto inclui também a construção das novas instalações da Carris, porque, na perspetiva do presidente da CML, “a mobilidade tem sido central neste projeto para Lisboa”.
Neste sentido, Carlos Moedas avançou ainda a informação de que, ainda este ano, a frota da Carris será reforçada com mais 88 novos autocarros. A cerimónia de inauguração do novo troço do Eixo Central contou ainda com a presença do presidente da Carris, Pedro Bogas, vereadores da Câmara de Lisboa, e ainda o comandante da PSP, Paulo Pereira. Ainda na mesma intervenção, Carlos Moedas recordou o “papel essencial” da SGAL no Plano Especial de Realojamento (PER), que, no final dos anos 90, permitiu o “realojamento de tantos lisboetas” que, até então, viviam em barracas, distribuídas por diversas zonas da cidade, em especial na Alta de Lisboa.
Segundo o presidente da CML, este programa arrancou há 30 anos, e marcou uma união de esforços entre Cavaco Silva, o primeiro-ministro da altura, e o então presidente da Câmara de Lisboa, Jorge Sampaio. “Vamos celebrar com muita coragem e vamos ter aqui mais dois mil fogos nesta zona da nossa cidade, onde o problema principal é realmente o problema de conseguirmos mais habitação para aqueles que não a conseguem pagar”, salientou Carlos Moedas, que acrescentou ainda que, neste âmbito, a autarquia está também a “encontrar soluções para os nossos polícias”, que, muitas vezes, não conseguem pagar casa dentro do concelho de Lisboa, assim como, por exemplo, os professores, entre outros.
“Não estamos aqui hoje porque estamos a inaugurar um troço de estrada, estamos aqui a inaugurar um troço de cidade que nos traz movimento, que nos traz mais mobilidade e mais habitação”, finalizou Carlos Moedas, agradecendo a colaboração da presidente da Junta de Freguesia de Santa Clara.
Nr: Artigo atualizado a 9 janeiro