O presidente da Câmara Municipal de Lisboa (CML), Carlos Moedas, assinou, esta segunda-feira, dia 9 de janeiro, o acordo de colaboração entre a autarquia e os operadores de mobilidade suave partilhada que operam na cidade, para que se acabe com o estacionamento abusivo destes veículos e que se limite o número de trotinetes a circular em Lisboa, bem como a velocidade máxima dos mesmos, que passa a ser de até 20 km/h.
Este é um primeiro passo que pretende dar um contributo decisivo para a diminuição de situações abusivas associadas à utilização destes veículos, promovendo a utilização responsável e adequada do espaço público e a segurança dos peões. A criação deste protocolo envolveu os contributos e empenho das empresas de trotinetes e bicicletas partilhadas que operam na cidade, e o documento foi assinado entre a autarquia e cinco operadores de mobilidade suave, entre as quais a Bolt e a Bird.
Para o presidente da CML, “este é um dia importante para Lisboa e para a mobilidade suave” na cidade, uma vez que este acordo vai definir um conjunto de regras para que se acabe com o uso abusivo destas bicicletas e trotinetes partilhadas, algo que era motivo de queixas por parte de muitos munícipes. Assim sendo, este documento assenta em três pontos essenciais, e que correspondem aos três problemas identificados pela autarquia e pelos cinco operadores. O primeiro diz respeito ao estacionamento, que passa a ser feito apenas em pontos autorizados (hotspots), sendo proibido deixar estes veículos junto à entrada para monumentos e espaços públicos; nos passeios; junto às entradas das estações de metro; e ainda em lugares destinados ao estacionamento de automóveis.
Ou seja, no período de Inverno (entre 1 de novembro e 31 de março), cada operador só poderá disponibilizar até 1500 veículos; e no Verão (entre 1 de abril e 31 de outubro), poderão circular na cidade até 1750 trotinetes por operador. Outro problema identificado entre a autarquia e as empresas foi ainda a “velocidade excessiva” em que circulavam alguns veículos, pelo que este protocolo, explicou ainda o presidente da CML, só poderão andar a uma velocidade máxima de até 20 km/h, uma vez que “a maioria dos utilizadores destas trotinetes são jovens e muitas vezes circulavam nestes veículos a uma velocidade elevada”.
“Tem de haver uma passagem de licenciamento para as Câmaras Municipais”, reiterou o edil, recordando que este acordo entre a CML e os cinco operadores de mobilidade suave que operam em Lisboa “só foi feito graças à boa vontade das empresas”. Ainda na perspetiva de Moedas, “este acordo é um acordo sólido e que permite resolver o problema” do excesso de trotinetes a circular em Lisboa, assim como do seu uso abusivo, e o autarca disse ainda que a transição suave é feita de “forma faseada e com consenso”, recordando que, nesta matéria, está ainda prevista a duplicação do número de bicicletas Gira na capital.