BIBLIOTECA DE ALCÂNTARA RECEBE SALA REPÚBLICA E RESISTÊNCIA

Biblioteca-Museu República e Resistência, estará disponível na Biblioteca de Alcântara, a partir de hoje, sábado

O acervo da Biblioteca-Museu República e Resistência, que se localizava no bairro do Rego e foi encerrada em 2019, estará disponível na Biblioteca de Alcântara, a partir de hoje, sábado.

A Câmara Municipal de Lisboa (CML) inaugurou, esta sexta-feira, dia 10 de fevereiro, a Sala República e Resistência na Biblioteca de Alcântara. Este espaço irá acolher e divulgar o acervo histórico do antigo Museu da República e Resistência, fundado em 1993 no bairro Grandela, freguesia de S. Domingos de Benfica, e posteriormente no bairro do Rego, Avenidas Novas.

Dar conhecer a Coleção República e Resistência é o principal objetivo do município que pretende “reforçar a missão da Biblioteca de Alcântara como uma Casa da Cidadania e encontro de culturas”, realçando que o local está “profundamente ligado às lutas e aos ideais republicanos e à resistência antifascista”.

Assim, os artigos poderão ser consultados ou requisitados mediante empréstimo. “A inauguração da Sala República e Resistência e deste espaço é extremamente importante na história da cidade, mas também da República”, disse ao Olhares de Lisboa o vereador com o pelouro da Cultura da CML, Diogo Moura.

No entanto, a nova sala terá três mil dos 26 mil documentos que existiam no antigo museu. Este espaço, recorde-se, reunia uma extensa coleção de monografias, publicações periódicas, entre outros documentos relacionados com a I República e o Estado Novo. Em 2017, relembrou Diogo Moura, “algumas peças foram transportadas para o Museu do Aljube, e outras, como bustos e bandeiras, foram transportadas para o Museu de Lisboa”.

Museu da República e da Resistência

Ainda segundo o autarca, “este espaço vem encerrar o processo que já vinha desde 2017”. Contudo, após o encerramento do Museu da República e da Resistência, em 2019, ficou ainda por se definir o destino dos documentos que compunham o acervo daquele espaço. Desta forma, e nos últimos anos, explicou o vereador, “esteve-se a fazer a inventariação e a catalogação” dos mesmos.

Ainda na perspetiva do autarca, “a biblioteca de Alcântara está ligada à luta e à resistência ao longo destas últimas décadas”. Por isso, acrescenta, foi o sítio ideal para se instalar esta sala.

Parceria com universidades e o Museu do Aljube

Por outro lado, este espaço irá trabalhar em estreita colaboração com o Museu do Aljube, com universidade e Centros de Investigação. Ou seja, pretende-se desenvolver iniciativas e uma programação dedicada a estas temáticas, que mostram o seu significado para a cidade e o país.


“Ficam três mil documentos expostos” nesta biblioteca, disse ainda Diogo Moura, admitindo uma mudança frequente no seu acervo, tendo em conta a programação do espaço. Para já, a Sala República e Resistência da Biblioteca de Alcântara já tem programadas diversas iniciativas até abril.

De acordo com Edite Guimarães, Chefe de Divisão das Bibliotecas de Lisboa, este projeto “já vinha a ser estudado desde o início do ano passado”., salientando a importância da articulação com outras instituições do país que se dedicam à mesma temática. Por outro lado, para o vereador da Cultura, “este é um trabalho que é para todos”.

“É com muito gosto que encerramos este capítulo”, terminou Diogo Moura, salientando que esta a Sala República e Resistência vai dar “visibilidade” a esta parte da história de Portugal.

‘Teatro em Cada Bairro’

O espaço do Museu da República e da Resistência, que fechou as portas em 2019, deu lugar ao primeiro equipamento da iniciativa ‘Teatro em Cada Bairro‘, inaugurado em dezembro do ano passado. Ainda de acordo com o vereador da Cultura, o próximo espaço será inaugurado em maio, no cineteatro Turim, em Benfica.

Contudo, a autarquia espera ainda, no futuro, abrir outro em Alvalade. Para já, estima-se que comecem as obras para criar mais dois espaços destes nas freguesias de Belém e Ajuda. Estas medidas juntam-se a outras que a CML tem vindo a realizar na área da Cultura, a par do Passe Cultura, que permite o acesso gratuito a 47 equipamentos geridos pela autarquia e EGEAC.

Esta medida, recorde-se, está disponível para jovens até aos 23 anos e pessoas com mais de 65 anos. Até ao momento, e do total de aderentes, 75% são jovens e 25% idosos. Para aderir, basta apenas apresentar o Cartão de Cidadão na bilheteira ou na entrada de cada um destes equipamentos. No entanto, o Passe Cultura só está disponível para residentes no concelho de Lisboa, que devem apresentar ainda um atestado de residência.

Desde que a medida foi implementada, em dezembro do ano passado, os equipamentos mais procurados foram o Teatro S. Luís, em primeiro lugar, e o teatro L.UCA, em segundo. Em terceiro lugar, surge o Padrão dos Descobrimentos. “O nosso trabalho vai ser continuar a implementar este Passe, e dar-lhe mais visibilidade”, finalizou Diogo Moura.

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