A Linha Violeta do Metro de Lisboa (ML) vai servir, através de um sistema de metro ligeiro de superfície, os concelhos de Loures e Odivelas. Esta ligação será entre o Hospital Beatriz Ângelo e a Quinta de São Roque. Contudo, a ligação à restante rede será feita através de uma interface com a já existente estação de Odivelas, da Linha Amarela.
O Metro de Lisboa vai expandir-se para Loures e Odivelas com a nova Linha Violeta. O projeto para esta nova linha será maioritariamente à superfície, sendo composta por 19 estações, entre o Hospital Beatriz Ângelo e a Quinta de São Roque. Igualmente, espera-se que as obras deverão estar concluídas no segundo semestre de 2026. Esta informação foi revelada durante a comemoração dos 75 anos do Metropolitano de Lisboa, na passada sexta-feira, dia 27 de janeiro.
Ao mesmo tempo, realizou-se o lançamento do concurso público para a extensão da Linha Vermelha e para a criação da Linha Violeta do Metro de Lisboa. Esta sessão contou com a presença do Primeiro-Ministro, António Costa. Simultaneamente, a sessão contou ainda com a presença do Ministro do Ambiente e Ação Climática, Duarte Cordeiro, e do presidente do Conselho de Administração do Metropolitano de Lisboa, Vítor Domingues dos Santos.
A Linha Violeta será uma linha de metro ligeiro de superfície que vai servir os concelhos de Loures e Odivelas. De igual modo, esta terá o formato de “C”, ligando o Hospital Beatriz Ângelo à Quinta de São Roque. Porém, o transbordo para seguir para Lisboa será feita na estação de Metro de Odivelas (Linha Amarela).
19 ESTAÇÕES NO TOTAL
Esta nova linha terá cerca de 13 km de extensão e um total de 19 estações. Contudo, três serão subterrâneas, duas em trincheiras e 14 à superfície. Em suma, esta nova linha servirá o concelho de Loures em 11 estações. De igual modo, irá servir as freguesias de Loures, Santo António dos Cavaleiros e Frielas, numa extensão de cerca de 7,4 km.
Já no concelho de Odivelas, serão implementadas oito estações. Estas irão ficar situadas nas freguesias de Póvoa de Santo Adrião e Olival Basto, Odivelas, Ramada e Caneças, numa extensão total de 5,1 km. Este projeto deverá custar cerca de 250 milhões de euros.
À semelhança da expansão da Linha Vermelha até Alcântara, também a criação da Linha Violeta está inserida no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Por isso, a obra deverá estar concluída no último trimestre de 2025, de acordo com o Estudo de Impacte Ambiental deste projeto. Recorde-se que este documento está em consulta pública até 14 de fevereiro.
Até ao momento, estão concluídas as fases de diagnóstico e de viabilidade do projeto. De igual forma, está também definido o Estudo Prévio, tendo sido analisado alternativas de traçado e de localização das estações.
PERCURSO DA LINHA VIOLETA
O percurso da Linha Violeta tem início à superfície junto ao Hospital Beatriz Ângelo. Contudo, após esta estação, existe um percurso em trincheira e de túnel, que ultrapassa uma área de relevo mais acentuado.
Após esse percurso, a linha volta à superfície, tendo como próximo destino a estação Planalto da Caldeira. O metro segue depois à superfície, até à estação Torres da Bela Vista, junto à Rua António Sérgio. Aqui, está prevista a oferta de cerca de 150 lugares de estacionamento.
Imediatamente, o metro volta a entrar em túnel nas estações Jardim da Radial e Ramada Escolas. Estas são duas zonas densamente povoadas, com a existência de duas escolas e um centro de saúde. Já na estação Ribeirada, a Linha Violeta volta à superfície, em trincheira. Neste local, está previsto um total de 98 lugares de estacionamento e um espaço verde envolvente à estação.
Após a paragem na Ribeirada, o traçado da linha desenvolve-se em trincheira, à superfície e em túnel. Deste modo, segue até à estação Jardim do Castelinho, que será subterrânea. O troço seguinte da Linha Violeta do Metro será entre o Castelinho e a Odivelas Estação. Este irá ocupar a parte central da Rua José Gomes Monteiro e será um interface com a Linha Amarela do Metro de Lisboa.
METRO PASSA PELA PÓVOA DE SANTO ADRIÃO ANTES DE ENTRAR EM LOURES
Neste sentido, o metro segue novamente à superfície, junto à EN8, atravessando a A8, até à estação Heróis de Chaimite, servindo a freguesia de Olival Basto. Ainda em Odivelas, os passageiros passam pelas estações Chafariz D’El-Rei e Póvoa de Santo Adrião. Ambas as estações são também à superfície e cujo percurso se desvia da EN8, por causa do centro histórico da Póvoa de Santo Adrião.
Após a Póvoa de Santo Adrião, a linha regressa à EN8 e entra no concelho de Loures, nas estações Flamenga e Santo António dos Cavaleiros. Estas serão ambas à superfície, servindo zonas comerciais e habitacionais. À saída da estação Santo António dos Cavaleiros, a linha mergulha de novo em túnel para atravessar uma área urbana residencial, comercial e de serviços.
Contudo, o traçado regressa de novo à superfície, para a estação Quinta do Almirante, servindo diversas atividades económicas e equipamentos desportivos. Segue-se a estação Conventinho, junto ao Museu Municipal de Loures.
A estação Loures ficará no lado poente da Avenida das Descobertas e a cerca de 600-800 metros do centro histórico da cidade. De seguida, e após passar sobre a A8, a linha continua pela Avenida das Descobertas com a estação Várzea de Loures. Esta ficará junto ao LoureShopping, e antecede a estação do Infantado. Logo a seguir, ainda na mesma avenida, surge a estação Quinta de São Roque, estação terminal da Linha Violeta do Metro de Lisboa.
2270 PASSAGEIROS POR HORA
O investimento previsto no âmbito do PRR é de 25 milhões de euros. Contudo, a este valor acrescenta-se 80 milhões do município de Loures e 70 milhões de Odivelas. Estas verbas servem para o reordenamento urbano e rodoviário e para expropriações.
Estima-se que venham a ser feitas 70 674 viagens por ano na Linha Violeta. O seu percurso completo poderá demorar cerca de 75 minutos. De igual modo, deverá contar com 11 comboios em circulação nas horas de ponta. Ou seja, haverá um período de espera de sete minutos entre cada composição e uma estimativa de 2270 passageiros por hora nestes dois períodos.
Igualmente, os comboios deverão ter entre 18 a 40 metros de comprimento, transportando entre 40 a 80 passageiros sentados e entre 100 a 230 em pé. Além disso, devem atingir uma velocidade máxima de 50 km/hora em meio urbano e 70 km/hora fora das localidades ou em túneis.
De acordo com o Estudo de Impacte Ambiental, estima-se que a Linha Violeta consiga atrair quase 12 milhões de passageiros anuais logo em 2026. No entanto, o objetivo é chegar aos 16,2 milhões em 2055.
Quinta de São Roque é o nome da estação que ficará em frente ao ALDI do Infantado