A cadeia de supermercados Lidl vai investir 110 milhões de euros num novo entreposto em Loures. O projeto foi apresentado esta terça-feira, dia 28 de março. O futuro entreposto ficará localizado em Casal dos Reis, no concelho de Loures e irá empregar cerca de 200 colaboradores.
Por sua vez, foi ainda lançada a primeira pedra deste futuro entreposto em Loures, e que irá criar mais 200 novos postos de trabalho. Este centro logístico conta com o envolvimento de mais de 80 empresas portuguesas na sua construção. A cerimónia contou com a presença do Ministro da Economia, António Costa Silva, do Presidente da Câmara Municipal de Loures, Ricardo Leão, e Milton Rego, administrador de Infraestruturas e Expansão do Lidl Portugal.
Para o último, “é com muito orgulho e satisfação que realizamos a colocação simbólica da primeira pedra de mais um entreposto do Lidl em Portugal”. Atualmente, existem quatro centros logísticos do Lidl em Portugal, e que contam com cerca de nove mil colaboradores. Ao mesmo tempo, há ainda 272 lojas desta cadeia de supermercados de norte a sul do país. Loures será a localização daquele que será o quinto centro logístico da marca, juntando-se aos centros de Santo Tirso, Torres Novas, Palmela e Sintra.
O primeiro centro a ser construído, recordou Milton Rego, foi o de Sintra, em 1994, e que acompanhou a abertura das primeiras lojas Lidl no país, em julho de 1995. De acordo com o responsável, a marca “felizmente cresceu nestes 28 anos, e com este crescimento surgiram novos desafios”. Por isso, é necessário criar uma nova plataforma logística na Área Metropolitana de Lisboa, como comprova este investimento em Loures. No entanto, salientou Milton Rego, “a obra não se faz sozinha”, e por esse motivo, o Lidl irá contar com 80 empresas nacionais e internacionais.
Obra pretende ser uma referência em Portugal
O objetivo é “fazer nascer mais um marco de referência na logística em Portugal” com este novo centro logístico. Este contará ainda com uma área de 54 mil metros quadrados. Por outro lado, vai ter ainda “os materiais mais eficientes existentes no mercado”, e ainda “ soluções de conforto e operação vanguardistas”. No mesmo sentido, a construção desta futura plataforma logística em Loures vai ainda envolver “um vasto leque de obras de urbanização e a construção de vias estruturais de acesso a zonas envolventes”.
Milton Rego sublinhou ainda que a construção deste centro logístico do Lidl é “um enorme desafio para a engenharia nacional”. Ou seja, como se irá localizar numa antiga pedreira, exige “um trabalho de engenharia desafiante, obrigando a um projeto de enorme impacto”. Desta forma, serão movimentados quase dois milhões de metros cúbicos de terra.
Preocupação com o ambiente
Contudo, este futuro entreposto em Loures demonstra ainda uma preocupação ambiental, visto que terá também painéis solares para a produção de energia elétrica. Estima-se que estas estruturas produzam 2,5 MW de energia elétrica, valor suficiente para “abastecer 80 moradias por ano”, exemplificou Milton Rego. Por outro lado, haverá ainda um sistema de captação e aproveitamento de águas pluviais, bem como sistemas de refrigeração, com gás não poluentes, e ainda carregadores para veículos elétricos.
O edifício foi também “projetado para obedecer a critérios de certificação ambiental”, concluiu o responsável. Por sua vez, prosseguiu, a localidade de Casal dos Reis “está muito próxima de áreas com elevada densidade populacional”, não só do concelho de Loures, mas também dos concelhos limítrofes. Deste modo, os funcionários do entreposto poderão ter “uma melhoria na sua qualidade de vida”, uma vez que vão “reduzir o tempo das deslocações” até ao local de trabalho, podendo até fazê-lo a pé ou de bicicleta.
Assim, haverá uma “diminuição das emissões de gases com efeito de estufa”, mas também uma diminuição do sedentarismo. Por fim, concluiu Milton Rego, o futuro entreposto do Lidl em Loures vai ainda permitir “a criação e desenvolvimento de uma nova centralidade”. Com isto, será possível atrair “mais investimentos ao trazer outros investidores”, para que se possa aumentar a oferta de emprego na região.
“Esta localização é sem dúvida privilegiada”, disse ainda Milton Rego. Esta, por outro lado, permite “um abastecimento mais próximo e rápido às nossas lojas”. Por fim, estima-se ainda que este entreposto vá abastecer “mais de uma centena de lojas” Lidl na região de Lisboa. “Este não será apenas mais um entreposto, mas sim uma referência que marcará a todos”, concluiu o responsável.
Entreposto em Loures vai permitir uma progressão no concelho, considera Ricardo Leão
Por outro lado, o presidente da Câmara Municipal de Loures (CML), Ricardo Leão, manifestou a sua satisfação por o concelho ter sido escolhido para receber o novo centro logístico do Lidl. “Hoje é um dia muito feliz para o nosso concelho”, prosseguiu o edil, que aproveitou ainda para agradecer todo o trabalho da autarquia e de toda a equipa associada ao projeto para que este fosse uma realidade. Leão sublinhou ainda que o Departamento de Urbanismo da CML está a interpretar aquilo que é “o novo desígnio do executivo da Câmara”, ou seja, a captação de investimento privado.
Para o presidente, este é “importantíssimo nos concelhos”, sobretudo em Loures, porque permite uma progressão. Neste sentido, Ricardo Leão considera que o investimento atrai empregos e riqueza, sendo esta uma prioridade do executivo que lidera. Por isso, ressalvou a importância de as autarquias agilizarem os processos, para que de facto, consigam atrair os investimentos. No caso de Loures, exemplificou, é preciso que “os empresários olhem para o concelho como um parceiro para que possam investir aqui” e trazer riqueza e novos postos de trabalho.
Ainda na visão do autarca, há ainda o objetivo de “colocar Loures no centro”, como refere o slogan do munícipio. A ideia é que este esteja “no centro das políticas de habitação, de educação, e da atividade económica”. Assim, a Câmara de Loures espera ainda captar investimentos “e dar condições àqueles que já cá estão”.
Contudo, para além do futuro entreposto do Lidl, estão ainda previstos para Loures as novas instalações da DPD e da DHL, que vão instalar as suas sedes sociais neste munícipio. Por fim, Ricardo Leão agradeceu ainda “todo o empenho” do Lidl, e ainda “todas as parcerias que tem feito com o concelho de Loures” na área social.
Antonio Costa Silva considera que é importante “reter o talento”
Já para o Ministro da Economia, António Costa Silva, a Câmara de Loures está a fazer um bom trabalho na captação de investimento e riqueza para o concelho. Por outro lado, salientou que o Lidl “é um grupo muito importante que vem introduzir uma nova dinâmica e competitividade no setor do retalho em Portugal”.
Para o ministro, a “competição leva a uma maior qualidade nas empresas e nos produtos”, o que ajuda a “desenvolver a economia”. Sobre o futuro centro logístico de Loures, Antonio Costa Silva considerou que esta “é uma obra magnífica”, e que priorizou a economia circular.
“Isso é uma das imagens de marca do Lidl, fazer as coisas com qualidade e excelência”, acrescentou o Ministro da Economia, sublinhando ainda que esta cadeia tem também “muita atenção à conexão com os territórios” onde está inserida. No entanto, reforçou ainda o “percurso da empresa ao longo dos anos” e o seu “contributo impressionante para a economia portuguesa”.
Antonio Costa Silva considera também que esta cadeia de supermercados tem ainda uma “preocupação com os colaboradores”. Neste aspeto, considera ainda que em Portugal é fundamental “reter as pessoas e o talento”, à semelhança do que faz o Lidl. Para além da valorização dos funcionários, o Lidl desenvolve ainda diversas políticas de responsabilidade social. Estas envolvem, não só a doação de alimentos, mas também a preocupação com o ambiente e a eficiência energética.
Continuar a promover a economia circular
Segundo o Ministro da Economia, em toda a União Europeia, são produzidos cerca de “quatro mil milhões de toneladas de lixo por ano”. Por isso, considera que é importante se apostar cada vez mais na economia circular. “Se nós reciclarmos este lixo, conseguimos recuperar por si só cerca de 30% dos minerais estratégicos que a União Europeia tem”, sublinhou Antonio Costa Silva. Neste sentido, adiantou que o Ministério da Economia está a trabalhar em parceria com as indústrias petroquímicas, para que estes resíduos tenham um “novo tratamento”.
Novamente sobre o futuro entreposto do Lidl em Loures, o ministro considera que este “será uma plataforma de desenvolvimento, não só do Lidl, mas todo o concelho de Loures”. Ou seja, este centro está localizado numa área classificada no PDM como rural e irá promover uma ligação com as vias principais de circulação do país. Para António Costa Silva, o setor da logística tem uma “importância crucial para o desenvolvimento da economia”.
O ministro considerou ainda que “o concelho de Loures tem um potencial de desenvolvimento impressionante”. Para tal, dá como exemplo o volume de negócios do concelho, que atualmente é de 6,6 mil milhões de euros. Este valor diz respeito a “cerca de dois por cento da totalidade de volume de negócios das empresas portuguesas”. No entanto, Antonio Costa Silva acredita ainda que o concelho irá crescer ainda mais, devido à sua “centralidade e proximidade com as vias logísticas fundamentais”.
É fundamental incentivar a criação de riqueza
Ao mesmo tempo, o Ministro da Economia recordou que o Governo está a finalizar a fase inicial do PRR, ou seja, as “agendas mobilizadoras”. Atualmente, existem 53 agendas mobilizadoras, e que dizem respeito a “consórcios de empresas”.
Estas, por sua vez, querem trilhar “o caminho para a economia do futuro”. Ao mesmo tempo, as empresas do concelho de Loures estão presentes em nove destas 53 agendas, contendo temáticas relacionadas com a mobilidade e a sustentabilidade. “Só podemos ter um país forte e cada vez mais desenvolvido, se os nossos concelhos e as nossas empresas construírem este tipo de parcerias”, reforçou João Costa e Silva.
O ministro alertou ainda para a importância de “disseminar a criação de riqueza pelo território nacional”, através da criação de condições para que as empresas se possam desenvolver. Por outro lado, é importante ainda criar riqueza, mas também distribuí-la. António Costa Silva adiantou que, em 2022, a “economia portuguesa teve um desempenho notável”, crescendo cerca de 6,7% em termos do PIB, “o maior crescimento desde 1987”.
Contudo, o ministro recordou que este crescimento também foi possível graças à descida deste indicador em 2020, devido à pandemia, mas que, em grande parte, foi graças à “contribuição muito significativa do consumo interno e da procura externa líquida sobretudo dos serviços do turismo e de outros setores”.
Economia portuguesa registou um crescimento em 2022, avança António Costa Silva
Desta forma, Antonio Costa Silva salientou ainda que, em 2022, o setor do turismo “ultrapassou o recorde de 2019”. Há quatro anos, o país registou 18,4 mil milhões de euros e 27 milhões de hóspedes no país. Por outro lado, no ano passado, a economia nacional registou 21,1 mil milhões de euros só no setor do turismo.
O ministro avançou ainda com a informação de que a área da indústria metalomecânica superou as receitas do turismo, tendo registado 23 mil milhões de euros, o que “nunca aconteceu antes no país”. A grande parte das empresas industriais estão situadas nos concelhos de Braga, Guimarães, Famalicão e Barcelos, onde existem 67 mil empresas deste setor, correspondendo a quatro por cento do PIB.
No entanto, António Costa Silva sublinhou ainda os recordes registados noutras áreas. Uma delas é, por exemplo, a indústria automóvel, que conseguiu um volume de negócios de 12 mil milhões de euros em 2022. “A nossa indústria de componentes é muito interessante, porque enquanto em vários países europeus está em retração, nós continuamos a conseguir crescer três, quatro por cento ao ano”, acrescentou o Ministro da Economia.
Meta é conseguir um PIB de 250 mil milhões de euros
No mesmo sentido, recordou ainda que, atualmente, “não existe um único carro a circular no espaço europeu que não tenha pelo menos um componente fabricado em Portugal”. Este pormenor comprova a “capacidade da nossa indústria e a capacidade de se ligar e transformar o futuro”. Em 2022, acrescentou o ministro, Portugal conseguiu, pela primeira vez, um PIB de mais de 210 mil milhões de euros, e mais de “50% de exportações”.
Para o futuro, o Ministro da Economia espera alcançar um PIB a rondar os 250 mil euros. “Nós vamos conseguir criar cada vez mais riqueza no país”, garantiu João Costa e Silva. Por fim, o ministro reforçou ainda a importância de “redistribuir essa riqueza”, para que se tenha um país cada vez mais sólido “e capaz de olhar para o futuro”.
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