O Instituto Superior Técnico (IST) e a Carnegie Mellon University lançaram, em conjunto, o primeiro projeto científico da Fábrica de Unicórnios, no Beato. O projeto foi apresentado na última terça-feira, 17 de outubro e incide num laboratório de investigação em robótica.
Este novo laboratório, apresentado na última semana, tem o nome de Interactive Tecnologies Institute (ITI) e fica na Fábrica de Unicórnios, no Beato. De igual modo, é financiado pela FCT e patrocinado pela Fundação Santander e pela Feedzai. O ITI vai acolher cerca de 90 alunos de doutoramento e 80 de mestrado. Assim, estes investigadores vão estudar e desenvolver sistemas de interação entre pessoas e tecnologias digitais, que sejam sustentáveis e equilibrados.
O projeto foi criado em 2010 em parceria com a Carnegie Mellon University e chega agora à Fábrica de Unicórnios, espaço de inovação inaugurado pela Câmara Municipal de Lisboa (CML) em 2022. “É com muito gosto que vejo o IST aliar-se ao projeto da CML de tornar a Unicorn Factory num marco da cidade na atração de investimento, talento e inovação”, diz Rogério Colaço, presidente do IST, citado em nota de imprensa.
“O polo do IST através do Instituto de Tecnologias Interactivas pretende contribuir para o sucesso desta importante e ambiciosa iniciativa através da ligação à investigação e desenvolvimento”, acrescenta. Por sua vez, o responsável do ITI, Nuno Jardim Nunes, afirma que esta instituição “é uma unidade de investigação única no panorama português combinando tecnologia, design e as artes. Esta combinação é perfeita para dinamizar o projeto que a CML tem para a Unicorn Factory”.
“Aumentar a pool de talento para as áreas do digital, replicando em Lisboa o exemplo desta área interdisciplinar onde a nossa instituição mentora de Carnegie Mellon foi pioneira. Estamos num momento em que é cada vez mais importante questionar o que devemos fazer com a tecnologia digital que é claramente a tecnologia de escala deste século”, sublinhou.
Parceria estendida a outras zonas da cidade
No entanto, esta parceria entre a Fábrica de Unicórnios e o IST será estendida a outras zonas da cidade. Por isso, haverá espaços temáticos dedicados a tecnologias e comunidades de empreendedores que se foquem numa certa indústria. Um deles diz respeito ao Innovation District, no Arco do Cego, inaugurado na última quarta-feira, 18 de outubro. Este espaço junta dois projetos, ou seja, o Técnico Innovation Center by IST e o WELLTECH Hub by Unicorn Factory.
O último conta com 700m2, e junta empreendedores, investidores, investigadores, grandes empresas e especialistas em diversas áreas, tais como o bem-estar, saúde mental, nutrição e desporto. Prevê-se que o espaço esteja pronto no primeiro semestre de 2024. Contudo, e como as restantes iniciativas da Unicorn Factory, este projeto procura criar uma comunidade coesa. Deste modo, pretende-se posicionar a cidade como um ator relevante dessa indústria a nível europeu. Isto é, o objetivo é criar maior especialização e capacidade competitiva na capital.
Por sua vez, o presidente da CML, Carlos Moedas, lembra que “a missão da Fábrica de Unicórnios é produzir inovação disruptiva que crie empregos e gere valor para a cidade, especialmente para os jovens. Para isso, temos de saber aproximar o empreendedorismo da atividade científica para conseguir construir negócios que possam escalar de Lisboa para o mundo. A parceria com o IST, tanto no Beato como no Arco do Cego, permite-se fazer esta ligação entre cientistas e empreendedores”.
Fábrica de Unicórnios já criou mais de oito mil empregos
Por fim, a edição deste ano da Web Summit vai marcar o primeiro ano de atividade da Fábrica de Unicórnios. Desde o seu lançamento, o projeto já trouxe 54 empresas tecnológicas para Lisboa, das quais 12 são empresas “unicórnio”. Neste sentido, já foi possível a criação de mais de 8000 postos de trabalho na cidade. Ao mesmo tempo, a Fábrica de Unicórnios lançou oito grandes programas de aceleração em várias áreas durante o ano de 2023.
Um deles é o Scale Up Program by UFL, que é, nomeadamente, um dos programas mais conhecidos da Fábrica de Unicórnios. Este projeto vai agora para a terceira edição em menos de um ano, sendo que, atualmente, está a decorrer o processo de candidaturas. Por fim, conclui Moedas, “o modelo de Lisboa é único. Não há nenhuma outra cidade na Europa com a capacidade de aliar tecnologia, cultura e ciência como base do seu posicionamento estratégico”. Por isso, e na sua perspetiva, é “essa visão que explica que Lisboa esteja nas três cidades finalistas da Capital Europeia da Inovação”.
Foto de capa: CML/ALA