JÁ TEMOS A FÁBRICA DE UNICÓRNIOS PARA CRIAR EMPREGOS

O presidente da Câmara de Lisboa lançou a Fábrica de Unicórnios, no Hub Criativo do Beato, para potenciar o crescimento de empresas, inclusive apoiar 20 scaleups por ano, contando já com um investimento de oito milhões de euros.

Investir oito milhões de euros no apoio à inovação e empreendedorismo, em conjunto com o setor privado, apoiar mais de 20 scaleups por ano e duplicar o número anual de novos projetos no conjunto das startups e scaleups em Lisboa são alguns dos objetivos da Unicorn Factory Lisboa, apresentada esta quinta-feira por Carlos Moedas, no Hub Criativo do Beato. A primeira fase arranca no início de 2023, com a execução de dois novos programas: Scaling Up Program e Soft Landing Program, cujas candidaturas abrem já nesta edição da Web Summit.

“Vamos construir o primeiro grande programa de scaleups (empresas em alto crescimento) em Portugal. Scaleups, porque queremos fazer as empresas crescer. Vamos multiplicar por seis o budget que tínhamos até agora e conseguir fazer este programa para as empresas crescerem”, declarou Carlos Moeda, cumprindo assim uma das promessas da campanha eleitoral para a presidência da Câmara de Lisboa com o lançamento da Fábrica de Unicórnios, que tem em vista apoiar empresas com negócios inovadores que valham mais de mil milhões de dólares (999 milhões de euros).

No lançamento oficial da Fábrica de Unicórnios, instalada fisicamente no Hub Criativo do Beato, que contou com a intervenção do diretor executivo da Startup Lisboa, Gil Azevedo, e do presidente executivo da Web Summit, Paddy Cosgrave, o autarca de Lisboa realçou a importância de “no mundo digital ter um sítio físico”, uma plataforma de programas e hubs, inspirada pelas melhores práticas internacionais, que apoia startups e scaleups na criação de produtos e modelos de negócio, desenvolvendo processos eficientes e promovendo parcerias.

Desafios

Carlos Moedas considerou que o crescimento de empresas “é o maior desafio” que existe em Portugal: temos de pôr o país a crescer, temos de ter coragem, audácia para pôr o país a crescer e a única maneira de pormos o nosso país a crescer é apostar na tecnologia, na ciência, na inovação e conseguir fazer que aqueles que esta quinta-feira têm ideias possam realmente ter as suas empresas, fazê-las crescer”.

“Confesso que tive sempre a sensação que o Hub do Beato era um bocadinho do amanhã que nunca acontecia, e o meu objetivo era que esse amanhã acontecesse, nem que eu tivesse que andar aqui todos os dias a empurrar e, realmente, foi isso que fizemos durante um ano”, afirmou o presidente da Câmara de Lisboa, lembrando que a Fábrica de Unicórnios foi um compromisso eleitoral que assumiu nas eleições autarquias.


Assumindo a ambição de tornar Lisboa “a capital da inovação na Europa”, o autarca resumiu em duas palavras, “crescimento e processo”, o que pretende com a Fábrica de Unicórnios: “o processo é uma fábrica e o crescimento é um unicórnio”.

“Era realmente esta ideia de fazer um processo, como se entrássemos numa fábrica e, nessa fábrica, fôssemos acompanhados todos os dias por aqueles que ou sabem mais do que nós, são maiores, são diferentes, e nos podem levar nesse caminho do crescimento”, explicou, indicando que, para tal, será lançado o programa Scaling Up que irá apoiar 20 scaleups por ano, que foram escolhidas por serem as “melhoras”.

O programa conta com o apoio de 30 empresas parceiras e 20 investidores, que podem ajudar no crescimento das scaleups, e “vai começar com oito milhões de euros, mas é para acelerar, é para fazer mais”, frisou Carlos Moedas, explicando que esse investimento não é só dinheiro público, porque conta com financiamento do setor privado.

“Conseguimos que empresas que fossem os nossos parceiros estratégicos apostassem na Fábrica de Unicórnios: Google, Galp, Delta, PwC, Fidelidade, Cuatrecasas, BPI, todos eles apostaram e deram dinheiro”, reforçou, antecipando o apoio de mais empresas ao projeto.

Além do Scaling Up, o projeto inclui o programa Soft Landing, para proporcionar as ferramentas práticas, a informação e os recursos, para simplificar o processo de mudança, ou a expansão de operações para Lisboa, de startups e scaleups internacionais.

Os dois novos programas abrem candidaturas durante a Web Summit, em que a Fábrica de Unicórnios vai permitir promover “mais de 1000 oportunidades de parcerias e sinergias”, disponibilizando o acesso a mais de 30 parceiros empresariais, incluindo as maiores empresas portuguesas, unicórnios e grupos tecnológicos globais, e a mais de 20 investidores.

“Fundada a partir do Orçamento Participativo de Lisboa, pela Câmara Municipal de Lisboa, Associação Mutualista Montepio e IAPMEI, a Startup Lisboa constituiu-se como uma associação privada sem fins lucrativos – a Associação para a Inovação e Empreendedorismo de Lisboa (AIEL) – e com uma missão muito clara que se mantém até hoje: ajudar as startups numa fase inicial a desenvolverem-se e a atraírem investimento”, pode ler-se.

Agora, a associação “expande a sua atuação”, passando a apoiar scaleups em fase de crescimento e a desenvolver uma rede de hubs e programas em parceria com unicórnios, empresas e outras incubadoras, através da Unicorn Factory Lisboa, “marca umbrella que alberga a Startup Lisboa, o Hub Criativo do Beato e as novas iniciativas, mantendo a liderança em Gil Azevedo”.

É, por isso que Gil Avedo diz: “Somos facilitadores. Estamos diariamente empenhados em apoiar e ligar os fundadores a pessoas e entidades importantes para os seus negócios, capacitando e facilitando o acesso ao investimento, mentores, parceiros e potenciais clientes. Fizemo-lo durante uma década na Startup Lisboa para projetos numa fase inicial, e hoje concretizamos a maior evolução estratégica, reforçando o papel da AIEL e da Startup Lisboa ao potenciar a ajuda a startups, a apoiar scaleups a crescer e internacionalizarem-se, e a atrair scaleups internacionais para a cidade, colaborando e desenvolvimento todo o ecossistema”, explica diretor executivo da Unicorn Factory.

Marca chapéu

Marca chapéu, que agrega a Startup Lisboa e o Hub Criativo do Beato, a Unicorn Factory Lisboa, tem como slogan “It’s only a myth until you make it true”, e esta é uma plataforma de programas e hubs que visa apoiar startups e scaleups para ganharem escala global e, eventualmente, atingir o patamar “unicórnio”, isto é, uma avaliação de mil milhões de dólares.

Com a Unicorn Factory Lisboa, a autarquia tem como objetivo aumentar a sua atratividade para a instalação de empresas na cidade, projeto sob a liderança da Startup Lisboa, organização que, desde o seu arranque há dez anos, já incubou mais de 400 startups, que criaram 4.500 postos de trabalho e levantaram 340 milhões de euros de investimento.

“Somos facilitadores. Estamos diariamente empenhados em apoiar e ligar os fundadores a pessoas e entidades importantes para os seus negócios, capacitando e facilitando o acesso ao investimento, mentores, parceiros e potenciais clientes. Fizemo-lo durante uma década na Startup Lisboa para projetos numa fase inicial e hoje concretizamos a maior evolução estratégica, reforçando o papel da AIEL e da Startup Lisboa ao potenciar a ajuda a startups, a apoiar scaleups a crescer e internacionalizarem-se, e a atrair scaleups internacionais para a cidade, colaborando e desenvolvimento todo o ecossistema”, diz Gil Azevedo, diretor executivo da Unicorn Factory Lisboa e da Startup Lisboa.

Até temos o Web Summit

Por seu turno, afirmou o CEO e cofundador, Paddy Cosgrave, revelou que a sétima edição da Web Summit, que conta com mais de 70.000 participantes, 2.630 ‘startups’ e empresas, 1.120 investidores e 1.040 oradores, arranca em Lisboa no dia 01 de novembro e termina em 04 de novembro.

“Quando chegámos aqui no primeiro ano, quase todos os jornalistas internacionais que contactámos, todos os oradores perguntavam-nos: ‘Porquê Portugal? Porque é que a Web Summit vai a Portugal?’ Seis anos depois, não poderia ser mais diferente”,

“Portugal passou de um país desconhecido para a tecnologia, Lisboa de uma desconhecida capital de tecnologia para completamente o oposto. Portugal é efetivamente o mais falado. Lisboa é certamente o tipo de cidade mais comentada do mundo para pessoas que abrem empresas, pessoas com criptomoedas e o volume de pessoas que se mudaram para cá tem sido incrível”, salientou.

E “esperamos que a Web Summit tenha desempenhado um pequeno papel nessa mudança de perceção de Portugal e de Lisboa”, acrescentou.

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