LISBOA SERÁ CONVIDADA DE HONRA NA FEIRA DO LIVRO DE BUENOS AIRES

A cidade de Lisboa será Convidada de Honra na 48ª Feira do Livro de Buenos Aires, que se realizará entre 25 de abril e 12 de maio de 2024. Este evento é a terceira feira literária mais importante da América Latina, e a quinta maior do mundo, recebendo anualmente cerca de um milhão de visitantes. A apresentação decorreu nos Paços do Concelho.

A Feira do Livro de Buenos Aires tem ainda como particularidade homenagear cidades em vez de países. Desta forma, Lisboa sucede-se às cidades de Montevideo (2018), Barcelona (2019), La Habana (2019) e Santiago do Chile (2022). Segundo o diretor da Feira, Ezequiel Martinez, Lisboa “é uma cidade que nos inspira” e é com muito gosto que recebe a capital portuguesa no evento. “Estamos convencidos que esta participação será inesquecivel”, acrescentou o responsável, sublinhando ainda que a presença de Lisboa será importante para reforçar laços entre Portugal e a Argentina.

Já para o presidente da Fundação El Libro, Alejandro Vaccaro, “a Feira do Livro de Buenos Aires tem cerca de 50 anos e é um grande acontecimento cultural”. No total, este evento conta com “cerca de 1500 atividades culturais”, desde apresentações de livros, conferências, entre outros. Outra característica, reforçou, é ainda “o pluralismo”, e também a “diversidade” de autores. Aqui, é possível encontrar livros que não existe à venda em mais lugar nenhum.

A Fundação El Libro é a entidade que organiza a Feira do Livro de Buenos Aires e não recebe nenhum apoio estatal, reforçou o responsável. Por fim, Alexandre Vaccaro destacou ainda a importância de Lisboa como convidada de honra do certame. “Lisboa é uma cidade de enorme capital cultural, e queremos recebê-la de braços abertos”, finalizou.

Apoio à cultura é fundamental

Já o vereador com o pelouro da Cultura da Câmara Municipal de Lisboa (CML), Diogo Moura, referiu que “Buenos Aires é palco da literatura internacional”.Por isso, salientou, uma enorme “honra” para Lisboa estar presente no evento. “Se os livros desaparecessem, desapareceria a história e seguramente o homem”, acrescentou o autarca, lembrando ainda que são os livros que contribuem para a educação e desenvolvimento das sociedades.

Por isso, prosseguiu, a autarquia tem como prioridade a aposta na cultura. Deste modo, dá apoio às livrarias independentes, realiza a Feira do Livro de Lisboa, bem como outros eventos literários, com destaque para o Festival 5L. Já sobre a presença da capital portuguesa na Feira do Livro de Buenos Aires, Diogo Moura disse que espera que o evento possa ajudar “a reforçar a imagem de Lisboa como uma cidade de literatura e cheia de recantos por descobrir”.

Ao mesmo tempo, espera ainda que ajude a “levar ao encontro do público argentino a diversidade e riqueza dos nossos autores e da escrita contemporânea portuguesa”. O vereador terminou a sua intervenção a agradecer a toda a equipa da CML, bem como às entidades parceiras, e que tornaram esta presença possível.

Dar visibilidade aos autores nacionais

Por sua vez, o presidente da CML, Carlos Moedas, começou por recordar que “das primeiras memórias que tem quando chegou a Lisboa foi o cheiro de uma livraria”. Na sua perspetiva, a presença de Lisboa na Feira do Livro de Buenos Aires será “uma grande oportunidade e também uma grande responsabilidade para Lisboa”. Para o edil, este evento vai ao encontro da visão que tem para a capital portuguesa, que considera ser uma cidade “plural e da diversidade”.

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“Esta feira literária promove justamente esse pluralismo e a discussão de ideias”, acrescentou Moedas. “Nós queremos mostrar, em Buenos Aires, aquilo que estamos a fazer em Lisboa. [Estamos a] dar visibilidade aos autores, sobretudo às mulheres, que são hoje uma grande força na nossa literatura portuguesa”. De seguida, o autarca abordou ainda o projeto ‘Teatro em Cada Bairro’. O objetivo desta iniciativa é, exatamente, dar visibilidade aos artistas e juntar a cultura com a inovação.

Para Moedas, este programa vai ao encontro da estratégia que a CML tem para o setor da cultura. Contudo, o autarca apelou ainda para que existam “mais embaixadores do talento lisboeta”. “Se nós investirmos numa cidade de talento, investimos numa cidade que cria emprego”, sustentou o presidente da CML. Na sua visão, este talento está presente em diversas áreas. Por fim, o autarca reforçou ainda que é importante construir uma “Lisboa da Cultura”, algo que se irá consolidar com a presença na Argentina.

“Espero estar presente nesta grande Feira do Livro, que marcará também os 50 anos da nossa democracia”, concluiu Carlos Moedas. A cerimónia terminou com um apontamento musical na escadaria dos Paços do Concelho.

 

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