Ano novo, preços novos. Todos os anos a história repete-se: a mudança do calendário para um novo ano traz atualizações nos preços. De facto, com a entrada em 2024 são vários os preços que vão mudar. Desta forma, o pão é um dos bens que vai ver o seu preço aumentar, as telecomunicações vão subir, a eletricidade, as rendas, os medicamentos e o IVA zero vai cair, o que vai levar a um aumento dos preços dos bens alimentares que estavam abrangidos pela medida.
O novo ano traz aumentos de preços em muitos produtos e serviços, com impacto na carteira das famílias portuguesas. As famílias vão continuar a esticar o ordenado mensal, com muitos preços a subirem acima da inflação prevista (2,9%, segundo o Banco de Portugal). A habitação continua a pesar no orçamento das famílias, as rendas aumentam 7% e os juros ainda rondam os 4% e descem bem devagar. A retirada dos apoios à inflação, como o IVA zero no cabaz alimentar, também não ajuda.
Os três principais operadores em Portugal, MEO, Vodafone e NOS, vão aumentar os seus preços. Por sua vez, o pão vai ficar mais caro, para fazer face aos custos de produção, a eletricidade vai subir 3,7% para as famílias que estão no mercado regulado, sendo que as restantes operadoras do mercado liberalizado ainda não anunciaram o valor das subidas. Na habitação, as rendas vão ser atualizadas no seu valor mais alto, em 6,94%. O tabaco também vai ter um aumento de, pelo menos, 30 cêntimos, juntamente com as bebidas alcoólicas, cujo imposto vai ter uma subida de cerca de 10%.
Nem o leite escapa
Com a entrada no novo ano, termina a medida de IVA zero em produtos básicos alimentares. Por isso, é expectável um aumento de preços em todo o tipo de produtos alimentares, desde o leite, passando pelos legumes e a fruta, uma vez que as taxas de IVA vão voltar a rondar os 6% e os 23%.
Ao mesmo tempo, as embalagens de plástico podem vir a ter um preço superior aos atuais 30 cêntimos em janeiro. De igual modo, as embalagens de alumínio do takeaway também vão passar a ter um custo associado no início do ano. Para além disto, os sacos de plástico para venda a granel, como a fruta e legumes, vão ter um custo de quatro cêntimos. Os medicamentos mais baratos também poderão registar um aumento em 2024, segundo informa a Associação Nacional de Farmácias (ANF).
CP aumenta preços, mas passe Navegante mantém-se
A nível de transportes, apesar do passe Navegante, em Lisboa, manter os mesmos preços, o mesmo não se pode dizer sobre os bilhetes de comboio da CP. Desta forma, haverá um aumento de preço de 6,25% nos bilhetes para o Alfa Pendular e para o Celta e de 6,43% para os restantes. Também as portagens vão subir. Por isso, e devido à inflação, as concessionárias vão fazer um aumento de 2,04% nas portagens.
No entanto nem tudo é ‘mau’, pois no próximo ano está previsto um aumento do salário mínimo. Desta forma, passa-se dos atuais 760 euros para 820 euros já em janeiro. De igual modo, as pensões também vão registar um aumento entre 5% e 6% a 1 de janeiro. A função pública também vai ter um aumento de 52 euros no ordenado mínimo a partir do inicio do ano.
Aumento de subsídio de desemprego e de pensões
O subsídio de desemprego mínimo vai registar uma subida de 33 euros, passando dos 552 euros para os 585 euros, e o máximo subirá 75 euros, para 1.273 euros. O IRS e o IRS Jovem também vão sofrer alterações, que já estavam previstas no Orçamento de Estado de 2024. Assim, haverá uma redução das taxas do imposto nos cinco primeiros escalões, e uma isenção de 100% no primeiro ano, no caso do IRS Jovem.
As “boas noticias” também se estendem à atualização das pensões pagas pela Segurança Social e Caixa Geral de Aposentações (CGA). Esta alteração foi publicada em 11 de dezembro em Diário da República, tendo os valores ficado ligeiramente abaixo dos que tinham sido anunciados em outubro pelo Governo, uma vez que a inflação usada no cálculo, entretanto, recuou. Por isso, a maioria dos pensionistas terá aumentos de 6%, face a uma inflação prevista pelo Governo de 2,9% para 2024.
Feliz Ano Novo
O Ano Novo é uma época de renovação e esperança. É um momento para deixar para trás o que não deu certo no ano anterior e começar um novo ciclo com otimismo. Que este novo ano seja uma jornada de reflexão e crescimento, onde possamos aprender com as experiências passadas e construir um futuro cheio de esperança e oportunidades. Por isso, o Olhares de Lisboa deseja a todos os seus leitores, anunciantes e entidades públicas e privadas um feliz Ano-Novo!