A Marcha da Madragoa vai participar, pela primeira vez, nas celebrações do Ano Novo Lunar em Macau, entre os dias 12 e 17 de fevereiro. O responsável da marcha, Nuno Soares, contou ao Olhares de Lisboa que o grupo está “entusiasmado” para participar nesta iniciativa, que será uma experiência inesquecível para os cerca de 50 elementos que vão marcar presença neste evento.
A marcha vencedora de 2022, a Madragoa, irá estar presente em Macau, entre os dias 12 e 17 de fevereiro, para marcar presença nas comemorações do Ano Novo Lunar. “A expetativa é de entusiasmo, é a primeira vez que vamos a Macau”, ressalva o responsável da Marcha da Madragoa, Nuno Soares, ao Olhares de Lisboa. Recorde-se que a viagem a Macau é a recompensa pela vitória nas Marchas Populares de Lisboa.
Para dezembro, está prevista a presença da Marcha da Bica, vencedora de 2023, nas Festividades de Macau, Cidade Latina. “Vamos representar o país e o nosso bairro, estamos muito orgulhosos e muito expetantes”, acrescentou ainda Nuno Soares, que espera que esta prestação “corra bem”. Para além da Madragoa, esta parada vai ainda incluir 15 carros alegóricos e espetáculos de grupos lusófonos, como é o caso da Associação de Danças e Cantares Portuguesa `Macau no Coração` e da Casa de Portugal em Macau.
Equipa “ansiosa” pela viagem
As exibições serão num palco instalado na praça do Lago Vai San e a parada termina na Doca dos Pescadores. No total, a Madragoa irá levar cerca de 50 elementos da marcha, ou seja, quase todos os que participaram na edição de 2022. O convite para ir a Macau surgiu apenas em dezembro de 2023, o que fez com que a organização da marcha apenas tivesse dois meses para preparar todos os documentos necessários, tais como passaportes e autorizações de viagem. “Foi um bocadinho demorado, mas já temos tudo pronto e estamos ansiosos para ir”, ressalva Nuno Soares.
Naquele país asiático, a Madragoa irá fazer “quatro exibições”, com os figurinos e com a coreografia que apresentaram em 2022, e que lhes deu a vitória. Nesse ano, o tema apresentado foi ‘Para Sempre Madragoa’. O objetivo era fazer uma referência à história deste bairro, conhecido pela sua ligação ao Rio Tejo e que era habitado por varinas e pescadores. Os arcos faziam referência à Rosa da Madragoa. Esta foi personagem de vários fados, mas era também a flor que simboliza a paixão, a beleza, a alma e o coração, elementos que se associam ao amor pela Madragoa.
Madragoa ficou em sétimo lugar no concurso em 2023
Para o responsável, ganhar o concurso nesse ano era algo que já estava à espera, “porque o projeto era muito bom”. No entanto, “todos os anos, esperamos ganhar, mas naquele ano em específico tínhamos ainda mais confiança”, salienta. Em 2023, a Madragoa não revalidou o título. Contudo, conquistou o sétimo lugar e o prémio de ‘Melhor Figurino’, a par com Alcântara e Alfama. “Na nossa ideia, [este ano] não falhou nada. Depende do gosto de quem está a avaliar, porque o júri todos os anos muda”, relativiza Nuno Soares.
Para a edição de 2024, a organização da Marcha da Madragoa ainda não abriu as candidaturas para formar o grupo de marchantes, mas sabe que grande parte deles virá do grupo que participou em 2023. Sobre a equipa técnica, Nuno Soares também não revela, para já, quem são os elementos, mas adianta que o tema já está definido. Sobre o tema do concurso para a edição das Marchas Populares de 2024, ‘O Tejo’, Nuno Soares mostra-se contente com o mesmo, “até porque está muito relacionado com a Madragoa, que está ligada ao Tejo e às varinas. É um tema muito bom e que para nós nos diz muito”.
Responsável satisfeito com as novas regras
Por outro lado, sobre as novas regras do concurso, que entraram em vigor em dezembro último, o responsável concorda com as alterações, em especial com a redução das penalizações. “As regras foram debatidas com a organização de cada marcha e houve um consenso com a EGEAC”, revela. A Marcha da Madragoa é organizada pelo Esperança Atlético Clube. Por isso, e tal como as restantes coletividades organizadoras, recebe um apoio da Câmara de Lisboa para a concepção e preparação da marcha.
A esta verba, juntam-se ainda os apoios “logísticos e financeiros” da Junta de Freguesia da Estrela, e que, no entender de Nuno Soares, são essenciais, porque “não conseguimos fazer uma marcha só com o apoio que a Câmara dá”. “Precisamos sempre de uma ajuda extra”, ressalva. Em 2023, a autarquia reforçou a verba que dá as entidades que organizam as marchas com mais 10 mil euros, passando de 30 mil para 40 mil euros. “Este reforço foi muito importante”, considera o responsável da Marcha da Madragoa.
Ao mesmo tempo, entende que o apoio da CML “é um bom incentivo” para que esta tradição continue. “Se fosse maior, era óptimo, mas já é uma mais valia e uma grande ajuda para a performance das marchas”, acrescenta. Por fim, Nuno Soares diz ainda que a expetativa para a Marcha da Madragoa, em 2024, “é ganhar”. “Estamos muito confiantes no projeto que vamos apresentar e vamos apostar as fichas todas para o primeiro lugar”, garante.
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