‘Loures Investe em Si’ até este sábado no Pavilhão Paz e Amizade

Começou esta quinta-feira, dia 4 de abril, a segunda edição do ‘Loures Investe em Si’, uma iniciativa promovida pela Câmara Municipal de Loures (CML) que pretende juntar e divulgar o tecido empresarial do concelho. Esta mostra realiza-se no Pavilhão Paz e Amizade, em Loures, tem entrada livre e termina este sábado, dia 6 de abril.

Está a decorrer, desde esta quinta-feira, dia 4 de abril, a segunda edição da mostra ‘Loures Investe em Si’, este ano dedicado ao lema ‘Valorizar Pessoas e Empresas’. Esta iniciativa realiza-se no Pavilhão Paz e Amizade, até ao próximo sábado, 6 de abril, e pretende juntar e divulgar o tecido empresarial do concelho de Loures. Esta é a segunda edição do evento, e junta, em 2024, 52 stands. Aqui, o público em geral poderá conhecer melhor algumas empresas que operam no território de Loures, bem como a sua atividade nas áreas da Inovação, Comércio e Indústria. Esta feira pretende ainda mobilizar os stakeholders, com vista a potenciar o crescimento económico sustentável.

O primeiro dia do ‘Loures Investe em Si’ contou com a presença de José Eduardo Carvalho, presidente da Associação Industrial Portuguesa (AIP), do presidente da Câmara Municipal de Loures (CML), Ricardo Leão, e ainda dos vereadores Sónia Paixão, Nuno Dias e Nélson Batista. Antes da inauguração oficial do certame, os autarcas percorreram todos os stands presentes. De acordo com Ricardo Leão, durante a cerimónia inaugural, “Loures é o quinto maior concelho do país”. Por isso, houve uma necessidade de mudar a estratégia e comunicação da autarquia, através do slogan ‘Loures no Centro’.

Mais de 23 mil empresas sediadas em Loures

“Queremos mesmo que Loures esteja no centro, porque ele está no centro da Área Metropolitana de Lisboa”, lembrou ainda o autarca, sublinhando algumas oportunidades que Loures oferece ao nível das acessibilidades e infraestruturas. Aqui, destacou artérias importantes como CRIL, a CREL, a A8 ou a futura Linha Violeta do Metro, entre outras e que ajudam a captar investimentos para o concelho. “Hoje, somos um concelho que tem mais de 23 mil empresas sediadas, e que oferecem 85 mil postos de trabalho”, destacou ainda o presidente da CML. No total, este conjunto de empresas soma um volume de negócios de “oito mil milhões de euros por ano”, e cerca de “mil milhões de euros” em exportações.

Na mesma intervenção, Ricardo Leão manifestou-se “triste” pela forma como foram distribuídas as verbas do PT2030. “Eu sou daqueles que acho que as políticas têm que estar direcionadas para as pessoas e não para os territórios. As pessoas estão aqui. Quando nós somos confrontados com o PT 2030, e contrariando o PT2020, para a Região de Lisboa, [a verba] baixa de 1100 milhões de euros para 340 milhões de euros”, referiu o presidente. Por isso, “a co-participação que se exige das autarquias é superior, uma vez que existe uma co-participação de 40%, o “que exige um esforço de 60% dos municípios”.

Rever forma de atribuição e acesso a fundos comunitários

Por isso, Ricardo Leão adiantou ainda que irá, entregar uma nova carta dirigida ao Governo, subscrita pelos presidentes das Câmara de Loures, Mafra e Vila Franca de Xira. “Lisboa, Cascais, Sintra e Oeiras empurram o resto dos concelhos [da AML] para baixo”, explicou o autarca, que quer, desta forma, que a situação seja revista, para que os restantes municípios não sejam prejudicados no acesso a fundos comunitários. “Não podemos ser tratados da forma como somos neste momento. Mas não é só na questão do PT2030”, realçou, lembrando que a região também é prejudicada no acesso aos fundos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

Aqui, o presidente lembrou os investimentos previstos para a construção, recuperação e reabilitação de diversos estabelecimentos escolares do país. Este investimento será financiado pelo PRR e pelo Banco Europeu de Investimento (BEI), e ronda os 1200 milhões de euros. Deste valor, “600 milhões vêm do PRR, e os outros 600 milhões vêm do empréstimo do BEI” – que o Governo “irá ou não fazer”, vincou Leão. Estes 600 milhões de euros do PRR vão ser destinados às autarquias para realizarem as obras apresentadas. “Eu hoje estive a falar com a presidente da CCDR, e foi-me dito que, para Lisboa e Vale do Tejo, já foram distribuídos 125 milhões”.

Ricardo Leão pede reforço de verba para a região de Lisboa e Vale do Tejo

“Fomos a única entidade que superou a verba, em termos de candidaturas. A verba não vai chegar a todas”, acrescentou Ricardo Leão. Contudo, lembrou ainda que estão destinados “480 milhões de euros” para o resto do país, e que, em muitas regiões, não houve candidaturas do PRR. “Na próxima reunião da Associação Nacional de Municípios, vou pedir para que se envie uma carta ao ministro, para que essa verba não seja desaproveitada, uma vez que Lisboa e Vale do Tejo tem um conjunto de candidaturas, e a verba não chega”.


Neste sentido, Ricardo Leão defende uma transferência dessa verba desaproveitada para a região de Lisboa e Vale do Tejo. “Quero aproveitar todos os mecanismos de financiamento que estão ao meu dispor”, reforçou. “O PRR vai servir para construir vias, construir escolas e fazer novos centros de saúde. Isto também é muito importante para os empresários e para os operadores”, disse ainda o presidente da Câmara de Loures. Por fim, o autarca defendeu ainda a importância de “criar estruturas e mecanismos de apoio às empresas na área dos financiamentos disponíveis”.

Melhorar a competividade económica da Área Metropolitana de Lisboa

Nesta inauguração, esteve ainda José Eduardo Carvalho, presidente da Associação Industrial Portuguesa (AIP), que começou por falar na falta de integração entre as empresas e os agentes económicos em toda a Área Metropolitana de Lisboa (AML). “[O concelho de] Lisboa representa 30% de todas as empresas do país, 36% do PIB, 40% das remunerações que são pagas no país e 35% da coleta do IRS”, sendo ainda a “economia com o maior peso dos serviços no país”. No entanto, sublinhou, a Área Metropolitana de Lisboa “tem uma balança comercial desequilibrada”.

“O que é mais preocupante é a resignação dos seus principais atores perante a insuficiência dos programas operacionais regionais de Lisboa”, prosseguiu José Eduardo Carvalho. O presidente falou ainda numa “ausência total de operação e de integração em projetos, ações e iniciativas entre as autarquias, os municípios, as empresas e as universidades”. Isto, a seu ver, reduz “o potencial de desenvolvimento que esta sub-região podia ter”. Por outro lado, o responsável admitiu que a AIP deve também repensar “na sua intervenção nos domínios da competitividade territorial desta sub-região”.

‘Loures Investe em Si’ termina este sábado

“Até agora, a AIP centrava-se na melhoria da qualidade de gestão das empresas e da sua competitividade. Atualmente, justifica-se introduzir, no core da AIP, a competitividade na envolvente territorial”, frisou. José Eduardo Carvalho realçou ainda o esforço da Câmara Municipal de Loures nesta matéria, e reforçou ainda a “disponibilidade, o empenho e o compromisso [da AIP] em colaborar” com a autarquia neste objetivo. Por outro lado, prosseguiu, “há um modelo de cooperação entre as pequenas e grandes empresas e as universidades que está neste momento a funcionar”.

“Se houver capacidade de cofinanciamento para a componente do investimento privado que não está subvencionado, isto vai permitir uma alteração da nossa economia”, defendeu ainda o presidente da AIP. Por fim, José Eduardo Carvalho pediu ainda que, e aproveitando a mudança do Governo, “se faça um balanço do PRR”. Desta forma, considera, é possível “definir prioridades, verificar o que é que está bem e mal, ou se há necessidade de reafectação de projetos”, entre outros. O Loures Investe em Si está a funcionar, esta sexta-feira, dia 5 de abril, entre as 17h00 e as 23h00.

Por fim, no último dia, sábado, o evento estará aberto entre as 13h00 e as 20h00. Estes dois dias vão contar com conferências, apresentações de empresas, e ainda alguns momentos musicais.

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