Foi inaugurado, esta quarta-feira, 3 de julho, o primeiro parque Navegante, no Colégio Militar, no qual os portadores do passe Navegante poderão estacionar o carro gratuitamente. Esta medida também está em vigor nos parques da Avenida de Pádua e da Ameixoeira.
O primeiro Parque Navegante de Lisboa foi inaugurado esta quarta-feira, 3 de julho, no Colégio Militar. Aqui, os portadores do passe mensal Navegante poderão estacionar gratuitamente o carro, seguindo depois viagem em transportes públicos ou nas bicicletas da rede GIRA. “É um grande gosto estar aqui hoje, é um momento muito importante para a nossa cidade”, começou pr referir o presidente da Câmara Municipal de Lisboa (CML), Carlos Moedas, aproveitando para agradecer ao vice-presidente da autarquia, Filipe Anacoreta Correia, pela iniciativa e por tudo aquilo que tem feito na mobilidade em Lisboa.
“Esta é uma ideia inovadora e é boa, e a inovação é quando é algo de novo e útil, e isto é novo e útil, portanto é inovação”, disse ainda Moedas, agradecendo também ao Metropolitano de Lisboa, à Carris, à Transportes Metropolitanos de Lisboa, entre outros. “Estou muito contente de estar aqui. Nós queremos uma cidade que seja neutra em carbono em 2030. Esse é o objetivo e que nos une a todos. E é um objetivo que não deveria ser partidário, mas sim um objetivo para as pessoas, em que nós queremos construir uma cidade que seja neutra em carbono em 2030”, prosseguiu o autarca, lembrando que este “é um bom exemplo da tradução da Europa para as pessoas”.
Cidade neutra em carbono até 2030
“Se nós estivermos na rua, a maior parte das pessoas não percebe o que é que quer dizer ser neutro em carbono. Ser neutro em carbono é ter transportes públicos gratuitos para os mais novos e para os mais velhos. Hoje, em Lisboa, somos uma das primeiras capitais desta dimensão na Europa a ter transportes públicos gratuitos. Diria também que o objetivo concreto de ser neutro em carbono na mobilidade traduz aqui três eixos muito importantes”. Ou seja, explicou Carlos Moedas, “a sustentabilidade, a acessibilidade e a inclusão”. No primeiro eixo, dentro do investimento previsto de 259 milhões de euros na Carris, até 2027, “165 são para reformar a frota, para termos uma frota que seja amiga do ambiente a 87% até 2027. É isto que representa a sustentabilidade”.
Igualmente, a CML espera também “ter mais autocarros e autocarros mais sustentáveis”. “O investimento que fizemos em 2023 de 45 milhões, para a renovação de frota, e contarmos o investimento todo, são mais de 54 milhões. Esse investimento foi feito como o maior investimento desde há 15 anos. Nunca se tinha investido tanto na Carris e nunca se tinha investido tanto nesta renovação de frota”, reforçou Moedas. Por outro lado, o segundo eixo “é a acessibilidade”, o que inclui a duplicação do número de bicicletas GIRA na cidade. “É ter a GIRA em todas as freguesias e é também aquilo que estamos aqui a fazer hoje. Falar de ecologia, de ambiente, ou de um mundo neutro em carbono, às vezes é muito fácil, mas é difícil traduzir”.
Reduzir a entrada de carros em Lisboa
O presidente da CML lembrou que, diariamente, “entram, em Lisboa, mais de 360 mil carros. A grande luta foi sempre descobrir como é que evitamos que eles entrem na cidade”. Por isso, a solução é sim estes parques dissuasores. “Temos capacidade nos nossos parques de estacionamento. Por exemplo, o da Ameixoeira é pouco utilizado. Nós podemos pegar nestes parques e continuar não só a construir novos parques, mas fazer com que as pessoas possam deixar o carro nestes parques e mudar para o transporte público. Esse é o objetivo da descarbonização”.
Para usufruir deste parque, o utilizador apenas precisa de validar o seu passe Navegante à entrada, e estacionar o carro a custo zero. A partir desta quarta-feira, esta medida também está disponível nos parques da Avenida de Pádua e da Ameixoeira. Em breve, estará disponível nos parques atualmente em construção em Telheiras e no Lumiar. “Estamos a falar de, pelo menos, cinco parques em que as pessoas com o passe Navegante podem deixar o carro. E isso é aquilo que nós queremos, que as pessoas deixem o carro às portas de Lisboa”, explicou o presidente da CML. No entanto, frisou ainda, “é preciso que a Área Metropolitana, possa também estar connosco neste esforço”.
Aumentar a rede de ciclovias em Lisboa
“Há muitos anos que eu me lembro de ir à Amsterdão e deixar o carro estacionado fora da cidade e apanhar depois o transporte público. Portanto, aquilo que nós temos aqui é inovar, mas olhando para as experiências que são feitas lá fora”. Carlos Moedas falou ainda da necessidade de se “olhar para a inclusividade da nossa mobilidade. A nossa visão de mobilidade não é pôr uns contra os outros. Nós o que queremos aqui fazer é diminuir a quantidade de carros que entram em Lisboa, então vamos mobilizar as pessoas para estacionarem antes de entrar na cidade. É isso que é a inclusividade”. Aqui, o autarca deu ainda como exemplo o encerramento da Rua da Prata ao trânsito automóvel, bem como o controlo do trânsito na baixa da cidade.
“Foi isso que começámos a fazer com a ideia da 5ª Circular, começar a direcionar o trânsito. Nós começámos gradualmente, e vamos conseguir gradualmente, ter uma ideia diferente de mobilidade. Porque quando nós esbarramos com a realidade, a realidade é muito diferente daquilo que é apenas a teoria”. Por fim, o presidente da autarquia lisboeta agradeceu a todos os que contribuiram para esta a realização desta ideia. “Temos um plano em relação às ciclovias que é imbatível, são mais 90 quilómetros de ciclovias, com 20 quilómetros que vão ser segregados exclusivamente para as ciclovias. Fizémos uma auditoria, com assessores e consultores de Copenhaga, que nos contaram os problemas que temos de corrigir”, lembrou ainda. No total, Lisboa conta com três Parques Navegante, que disponibilizam, no conjunto, mil lugares.