Moedas recupera vilas operárias para manter ”alma” da cidade

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, visitou as obras em curso do projeto de arquitetura para reabilitação da Vila Romão da Silva, uma das vilas operárias da cidade de Lisboa, construída em 1900, situada na Freguesia de Campolide e que foi desenvolvido de modo a manter as características da vila operária original.

Continuar a apostar na reabilitação urbana como uma das vias para aumentar a oferta de habitação e também para preservar o património e a alma da cidade de Lisboa, são objetivos de Carlos Moedas, que esta quarta-feira visitou as obras de reabilitação da Vila Romão da Silva, em Campolide, na companhia do presidente da Junta de Freguesia, Miguel Belo Marques e de Filipa Roseta, vereadora da habitação.

A intervenção na Reabilitação da Vila Romão insere-se no PRR e corresponde a um investimento 4,5 milhões de euros e que está a ser desenvolvido de modo a manter as características de vila operária.

”Vão ser reabilitados 34 fogos de habitação, espaços de equipamento de proximidade e um auditório que será incluído na rede “Um teatro em cada bairro” com capacidade de 80 lugares aberto para o pátio interior da vila, e ainda um espaço destinado a sede do Sport Clube das Amoreiras”, revelou Carlos Moedas.

Manter o espírito lisboeta

O presidente da autarquia alfacinha lembrou que os pátios e vilas de Lisboa correspondem à promoção privada do alojamento operário entre 1870 e 1930, chegando a ter grande expressão em termos do número de fogos edificados, mas que tem vindo gradualmente a desaparecer com a expansão e renovação da cidade.

Na atualidade poucos exemplos ainda restam desta solução urbana e de habitação a custos reduzidos. Os pátios e vilas resistentes ao tempo e à demolição tornaram-se portadores de um cunho de memória urbana e sociológica.

Para manter viva essa memória é necessário, segundo Carlos Moedas, manter as características originais, proceder-se à reabilitação e recuperação das habitações acordo com os atuais padrões urbanos, dotando essas de condições de resistência aos sismos, conforto térmico e demais requisitos que se imponham considerar-se como a envolvente, espaços exteriores, parte integrante da reabilitação.

Renda acessível

Carlos Moedas fez questão de salientar que ”são projetos como o da Vila Romão que permitem conseguir a reabilitação da alma da cidade, nomeadamente de bairros como o de Campolide e Amoreiras”, revelando que ”todas as pessoas que habitam nesta vila vão ficar aqui” e que os restantes fogos vão ”ser alvo de um concurso de renda acessível” destinado a professores, policias, enfermeiros e outras classes profissionais que consigam pagar uma renda na ordem dos 200 euros.

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A edilidade lisboeta está a promover a reabilitação nesta fase inicial de um pequeno conjunto de pátios e vilas do qual é proprietário, após a avaliação das características da totalidade do património municipal assim identificado, adiantou Carlos Moedas que, à margem da visita, falou aos jornalistas. Em resposta a uma pergunta sobre a decisão da cidade de Paris de proibir a circulação de trotinetes, Moedas, que se diz desconfiado em relação a medidas proibitivas, até porque é um democrata, salientou que em Lisboa já se procedeu, com o acordo dos empresários do sector, a uma redução drástica das trotinetes (que passaram de 18 mil para 8000), tendo sido criados locais próprios para estacionar.

Carlos Moedas, que ”quer uma cidade para todos, onde todos possam viver”, aproveitou a ocasião para lembrar que Lisboa também vai reduzir os tuk tuk. ”Neste momento temos mais de mil tuk tuk em Lisboa, o que é excessivo.”

Por outro lado, e apesar de não ser da competência da autarquia, Carlos Moedas também quer ”reduzir o número de TVDE’s a operar na capital, porque já são excessivos e causam embaraços no trânsito da capital”.

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