As Comissões de Utentes e Moradores de Marvila denunciam, há vários meses, a falta de condições em alguns lotes municipais, nomeadamente a inoperância dos elevadores, o que impede que pessoas com mobilidade reduzida possam sair de casa. As duas comissões preparam uma ida aos Paços do Concelho, no próximo dia 9 de outubro, para expor o problema ao presidente Carlos Moedas.
Na sequência dos sucessivos pedidos e apelos à Câmara Municipal de Lisboa (CML), para a resolução do problema dos elevadores avariados nos lotes 568 e 570, e que têm sido infrutíferos, as Comissões de Utentes e de Moradores de Marvila vão organizar, no próximo dia 9 de outubro, quarta-feira, uma visita até aos Paços do Concelho. Aqui, está prevista uma ação de protesto contra a situação, que, de acordo com ambas as comissões, tem afetado a qualidade de vida dos moradores daqueles dois lotes municipais, geridos pela Gebalis.
Sob o lema “O Eng. Carlos Moedas Não Teve Tempo de Vir a Marvila, Marvila Vai à Praça do Município”, os moradores querem exigir medidas imediatas. Igualmente, acusam a autarquia de estar a desconsiderar Marvila e os seus problemas, apesar de Carlos Moedas ter destacado esta zona durante a sua campanha eleitoral. Esta mobilização surge na sequência de um outro protesto, que teve lugar na última segunda-feira, 30 de setembro. Aqui, os moradores dos lotes 568 e 570, localizados no Bairro do Condado, acamparam na entrada dos referidos prédios, de forma a chamar a atenção para a situação e pressionar as autoridades.
Moradores querem respostas imediatamente
Apesar dos reiterados pedidos de intervenção e da divulgação prévia deste protesto, e ao contrário daquilo que era o desejo expresso pelos residentes, o presidente da CML, Carlos Moedas, não compareceu, nem justificou a sua ausência nesta ação. No entanto, esteve presente o vereador do PCP, João Ferreira, e o presidente da Junta de Freguesia de Marvila, António Videira. Durante este protesto, dezenas de moradores expressaram a sua frustração e garantem que não vão aguardar mais tempo por uma solução. De acordo com as duas comissões, a falta de elevadores operacionais, impede as pessoas com mobilidade reduzida de saírem das suas casas. Este problema já dura há mais de três anos.
Um dos elevadores encontra-se parado há vários anos, e o outro avaria-se com frequência, sendo que, muitas vezes, faz uma única viagem antes de parar novamente. A falta de funcionamento dos elevadores tem deixado muitos moradores, sobretudo os mais idosos, praticamente presos nas suas casas. “Muitos de nós dependem de familiares e solidariedade de vizinhos para termos alguma mobilidade e satisfazer necessidades básicas. Recorremos, também, aos bombeiros para realizar alguma deslocação mais premente”, explicam as duas comissões num comunicado enviado às redações.
Comissão de Moradores tem vindo a protestar nos últimos anos
Recorde-se que, nos últimos anos, já se realizaram vários abaixo-assinados e apresentadas exposições à CML e à Gebalis, empresa gestora dos bairros municipais. A situação também foi levada várias vezes às reuniões públicas da autarquia, mas nunca foi apresentada uma solução definitiva. Este problema atinge cerca de 200 moradores, que exigem uma intervenção urgente que assegure o pleno funcionamento de pelo menos um dos elevadores e a substituição dos equipamentos a médio prazo.
Recorde-se que, no passado mês de julho, as duas comissões realizaram a ‘Rota dos elevadores avariados’, uma outra ação de protesto que teve o objetivo de chamar a atenção dos eleitos locais para a falta de condições nos lotes municipais do Bairro do Condado. No final de 2023, a Comissão de Moradores esteve na Câmara Municipal de Lisboa a expor o problema e, até ao momento, ainda não obteve respostas.