Está inaugurado o Centro Interpretativo das Águas de Caneças

A Câmara Municipal de Odivelas (CMO) inaugurou, este sábado, o Centro Interpretativo das Águas de Caneças (CIAC), um espaço que pretende preservar e divulgar a memória histórica da vila de Caneças, em particular das suas fontes.

A autarquia de Odivelas, inaugurou, este sábado, 16 de novembro, o Centro Interpretativo das Águas de Caneças (CIAC), localizado na antiga Fonte das Piçarras, que foi adquirida pelo munícipio em agosto de 2011. Através deste museu, a Câmara Municipal de Odivelas, a par da recuperação e salvaguarda dos símbolos identitários do concelho, pretende preservar e divulgar a memória histórica e secular em torno da riqueza cultural da vila de Caneças, em particular das suas belíssimas fontes. Destas, existem cinco classificadas como património arquitetónico de Interesse Municipal desde setembro de 2004.

Ao Olhares de Lisboa, o presidente da Câmara Municipal de Odivelas (CMO), Hugo Martins, começou por lembrar que a criação deste museu implicou “uma reabilitação profunda na Fonte das Piçarras, que tem uma importância histórica muito grande, uma vez que era uma das fontes que abastecia a cidade de Lisboa, nos séculos XVIII e XIX, e era importantíssima para a vida local. Depois de reabilitado o património físico, ou seja, de reconstruir a fonte em termos de edificado, era importante dar-lhe conteúdo”. A reabilitação do espaço físico, lembrou o autarca de Odivelas, custou cerca de “um milhão de euros”.

Centro Interpretativo custou 250 mil euros

De acordo com Hugo Martins, este centro interpretativo, tem “uma dupla função”, isto é, “por um lado, pretende recordar o passado, a história, a memória, o legado de toda a produção e do processo de distribuição de água” na região de Lisboa, mas também chamar a atenção para as questões da “sustentabilidade ambiental”, de forma a “sensibilizar e estimular os nossos jovens”, para que “estejam despertos para a importância da preservação da água e deste bem escasso”. O local acomoda ainda as instalações da Associação Amigos de Caneças.

Este espaço conta toda a história da distribuição da água em Caneças através de meios tecnológicos e didáticos, um investimento que, segundo o presidente da CMO, ronda “os 250 mil euros”. “Estivemos a reunir e compilar documentação histórica, a criar os expositores, a parte interativa, uma vez que hoje a tecnologia é muito importante para as nossas crianças”, lembrou ainda. Para além da parte interativa, o CIAC é também inclusivo, e foi igualmente pensado para invisuais, surdos e pessoas de mobilidade reduzida. Este espaço tem como figura central a mascote Bicas, que nasceu de uma ideia do Gabinete de Comunicação e do Departamento da Cultura da CMO.

Promover o turismo e a história do concelho

“A Bicas vem, no fundo, dar vida a este espaço de uma forma lúdica, de uma forma recreativa e interativa com as crianças, levando-as ao passado, de forma a explicar como é que era o processo de distribuição e de engarrafamento da água, até àquilo que é a importância da conservação e da preservação da água nos dias de hoje”. O CIAC tem entrada gratuita e já tem visitas marcadas de escolas e outras entidades até ao próximo ano. “Isto significa que, criando estes espaços, damos vida ao concelho, estimulamos o turismo, estimulamos a procura e vamos colocar este espaço no roteiro de núcleos e de centros interpretativos visitáveis do nosso país com a alusão do tema da água”, reforçou ainda Hugo Martins.

A Fonte das Piçarras foi construída por António Mateus dos Santos, e é marcada por uma decoração em estilo neomanuelino. A sua exploração começou em 1933 e antes da sua aquisição pela CMO, encontrava-se em avançado estado de degradação. A inauguração do Centro Interpretativo das Águas de Caneças contou com a atuação da Banda Filarmónica de Caneças e está inserida na programação do 26º aniversário do Município de Odivelas. Para comemorar esta efeméride, a autarquia está ainda a promover um conjunto de iniciativas de entrada livre, destacando-se os concertos de Carminho e Dino D’Santiago no Pavilhão Multiusos de Odivelas, bem como a habitual sessão solene, marcada para a tarde da próxima terça-feira, 19 de novembro, no Pavilhão Multiusos de Odivelas.

Concelho assinala 26 anos na próxima terça-feira

“O concelho de Odivelas, há 26 anos, estava endividado e parco em infraestruturas e equipamentos”, disse ainda Hugo Martins, que destacou a evolução do concelho neste quarto de século, onde se pretendeu “criar um sentimento de identidade e de pertença, bem como habilitar o concelho de infraestruturas, equipamentos e de estruturas educativas e culturais. Hoje, somos um concelho de referência na Área Metropolitana de Lisboa e em termos de acessibilidades, somos um concelho moderno, progressista, e que é hoje o melhor concelho para morar, em termos de acessibilidades. O que é certo é que Odivelas é hoje um dos concelhos mais procurados para viver, devido à sua proximidade à capital, pelas suas boas infraestruturas, pela qualidade de vida que tem e pela qualidade dos seus equipamentos desportivos, educativos e culturais”.

Centro de Enfermagem Queijas

“Temos apenas 27 quilómetros quadrados, mas o tamanho dos nossos sonhos é infinito”, ressalvou Hugo Martins, que ainda tem mais um ano de mandato à frente da CMO. Nos próximos 12 meses, revelou ainda, pretende concluir “um conjunto de projetos e de ações”, que dependem, não só das “prorrogativas da implementação do PRR”, mas também da execução dos projetos. “Tanto é o manancial de trabalho que temos neste momento, com a descentralização de competências e o assumir de responsabilidades novas na Saúde, na Educação e na Área Social, por parte dos municípios”, que tem adiado a conclusão de alguns projetos, admitiu o presidente da CMO.

Criar mais equipamentos em Odivelas

No entanto, espera, em 2025, lançar as obras para o futuro Parque da Cidade e da Divisão Policial de Odivelas, que vai permitir que o concelho tenha a sua “própria autonomia, em termos de policiamento e de infraestrutura”. Este é um projeto que será apoiado pela autarquia em “seis milhões de euros”, sublinhou o presidente, lembrando que a CMO quer também criar mais “dois pavilhões desportivos” e mais “novos três centros de saúde”. “Com estas novas três infraestruturas de saúde, Odivelas fica com praticamente todos os seus equipamentos novos e modernos, que vão conseguir ser mais atrativos para captarmos mais profissionais de saúde para o nosso concelho”, acrescentou Hugo Martins, que assumiu o cargo de presidente da autarquia de Odivelas em 2015, após a renúncia de Susana Amador.

O autarca foi eleito, pela primeira vez, nas autárquicas de 2017, tendo sido reeleito para mais um mandato em 2021. Nestes quase 10 anos à frente da CMO, orgulha-se de ter conseguido melhorar “o parque escolar, os equipamentos culturais, o espaço público”, bem como a requalificação da Avenida D. Dinis, “a construção de escolas, tais como a Escola do Mosteiro, ou o Jardim de Infância Alzira Beatriz Pacheco”, embora a obra mais emblemática que irá deixar no concelho “será o Parque da Cidade. O Parque da Cidade é a infraestrutura que irá dar o colorido, e que irá ser a cereja em cima do bolo para a nossa população, uma vez que será um espaço de encontro, de lazer, e de qualidade de vida, e será um lugar comum de todos os odivelenses”.

N.R: artigo atualizado às 14h15 do dia 17/11/2024.

Quer comentar a notícia que leu?