A Iniciativa Liberal de Almada lamentou o chumbo do orçamento municipal para 2025. Num comunicado enviado às redações, os liberais criticam a inércia do PS, bem como a mudança de posição por parte do PSD, que inviabilizou a proposta, no valor de 182 milhões de euros.
Após o chumbo do orçamento municipal para 2025, a Iniciativa Liberal de Almada emitiu um comunicado, enviado às redações, a lamentar esta inviabilização, lamentando que a “governação conjunta entre o PS e o PSD em Almada, liderada pela Presidente Inês de Medeiros, revelou-se uma desilusão absoluta”, falando mesmo em “sete anos de estagnação, promessas vazias e falta de visão estratégica”, que, por sua vez, “colocaram Almada numa trajetória de retrocesso em vez de progresso”. Recorde-se que a proposta de orçamento para 2025 da Câmara Municipal de Almada (CMA), no valor de 182,3 milhões de euros, foi rejeitada na Assembleia Municipal com os votos contra do PSD, da CDU, do Bloco de Esquerda, do CDS e do Chega.
Proposta de orçamento foi aprovado em reunião do executivo
O orçamento e as Grandes Opções do Plano (GOP) tinham sido aprovados em novembro em reunião de câmara, com os votos contra dos quatro vereadores da CDU e da vereadora do Bloco de Esquerda, a abstenção do vereador do PSD e os votos a favor do PS, usando a presidente o voto de qualidade. No entanto, na última reunião da Assembleia Municipal de Almada, o orçamento foi rejeitado, assim como a proposta de Imposto Municipal Sobre Imóveis (IMI) de 0,35% e o IMI Familiar. Algumas medidas deste orçamento eram, por exemplo, o apoio às famílias e a concretização do processo de transferência de competências nas áreas da saúde, social e educação, bem como a melhoria de respostas e infraestruturas do concelho.
Outros objetivos passam também pela melhoria da mobilidade do concelho, assim como pela maior atração e concretização de investimentos privados e a sustentabilidade das finanças locais. Do total da verba, cerca de 70% (127,6 milhões de euros) destinava-se a despesa corrente, dos quais 62,4 milhões de euros eram para despesas com pessoal e 54,7 milhões de euros para despesas de capital. Uma das áreas em destaque neste orçamento era a Habitação, estando previstos 18 milhões de euros de investimento. Já a área da Inclusão, tinha destinados 13,5 milhões de euros para apoio alimentar, alargamento do horário pré-escolar, transporte escolar, requalificação de refeitórios e reparações em edifícios escolares.
Documento incluía construção de dois centros de saúde
Neste orçamento municipal para 2025, estava ainda incluída a construção dos centros de saúde da Costa da Caparica e do Feijó, no valor de oito milhões de euros, e a criação da bolsa nacional de alojamento urgente e temporário. “Este desfecho, com o PSD a inviabilizar o orçamento para 2025, apenas comprova que ambos os partidos se preocupam mais com jogos partidários do que com os interesses dos almadenses”, reagiu ainda a Iniciativa Liberal (IL), reforçando que, na gestão de Inês de Medeiros, “o PS governou sem direção, falhando na resolução de problemas estruturais como a modernização urbana, a mobilidade e o desenvolvimento económico sustentável. O executivo negligenciou a participação da população, promovendo uma gestão opaca e alheia às reais necessidades da cidade”.
“O PS foi incapaz de gerir consensos ou apresentar uma proposta equilibrada e ambiciosa para Almada”, escrevem ainda os liberais, salientando que este chumbo orçamental “irá alimentar uma estratégia de vitimização por parte do PS, abrindo a porta a coligações com as forças mais à esquerda como o BE e o LIVRE nas próximas eleições autárquicas”. Por outro lado, a IL critica ainda os eleitos democratas, dizendo que estes decidiram, “repentinamente, abandonar a coligação, invocando a falta de reciprocidade e exigindo medidas como a redução do IMI e da Derrama. Estas propostas, que poderiam ter sido feitas e defendidas nos últimos sete anos, surgem apenas agora, a poucos meses das eleições, num claro exercício de oportunismo eleitoralista”, lê-se ainda na mesma nota.
PSD admitiu que queria chumbar o documento
A Assembleia Municipal de Almada é composta por 13 deputados do PS, 10 da CDU, três do Bloco de Esquerda, três do PSD, dois do Chega, um do CDS e um do PAN. Integram ainda este órgão, por inerência, os presidentes da União de Juntas de Freguesias de Almada, Cova da Piedade, Pragal e Cacilhas (PS), da União de Juntas de Freguesias da Charneca de Caparica e Sobreda (PS), da União de Juntas de Freguesias do Laranjeiro e Feijó (CDU), da União de Juntas de Freguesias da Caparica e Trafaria (PS) e da Junta de Freguesia da Costa da Caparica (independente).
Na véspera da votação do documento, o PSD divulgou que admitia chumbar o orçamento da Câmara de Almada para 2025 por alegada “falta de reciprocidade na gestão” do município, após sete anos de coligação com a maioria PS liderada por Inês de Medeiros. A Iniciativa Liberal de Almada defende medidas como a “redução real e sustentada do IMI, acompanhada por um plano de modernização urbana”, a “atração de investimento privado, transformando Almada num polo de inovação tecnológica e empreendedorismo”, uma “gestão transparente e participativa, que devolva aos almadenses a confiança na governação local”, e ainda a criação de “infraestruturas modernas e mobilidade eficiente, que sirvam tanto os residentes como os trabalhadores e estudantes que diariamente atravessam o concelho”.