O presidente da Junta de Freguesia do Areeiro, Fernando Braamcamp, pediu esta sexta-feira a suspensão do mandato, na sequência do processo Tutti Frutti, onde é acusado de 39 crimes de corrupção passiva. A notícia foi avançada pelo Observador. Entretanto, o secretário-geral do PSD, Hugo Soares, prometeu que nenhum presidente de junta acusado por crimes de relevância será candidato nas eleições deste ano.
O presidente da junta de freguesia do Areeiro, Fernando Braamcamp, vai renunciar ao mandato na sequência do processo Tutti Frutti, noticiou o Observador que adianta que a ideia inicial dos três presidentes de junta envolvidos seria manterem-se nos cargos, mas Braamcamp decidiu sair o coloca pressão nos outros dois acusados pelo Ministério Público (Vasco Morgado, da junta de Santo António; e Luís Newton, da junta da Estrela).
Segundo fontes sociais-democratas, esta decisão de Fernando Brancamp, que já não pode candidatar-se por se encontrar no seu terceiro mandato à frente da Junta do Areeiro, surgiu após o secretário-geral do PSD, Hugo Soares, ter afirmado: “nenhum presidente de junta acusado em crimes de relevância será candidato pelo PSD nas próximas eleições autárquicas”.
Em declarações aos jornalistas, à entrada para a sétima edição da Academia do Poder Local (APL) do PSD, Hugo Soares, que manifestou confiança na seriedade e no trabalho dos autarcas sociais-democratas, disse haver casos de suspeita, em tribunal, que devem ser julgados “de forma exemplar”.
Fernando Braamcamp — que está a braços com alguns problemas de saúde que o têm afastado da política partidária ativa nas últimas semanas — é acusado pelo Ministério Público por 39 crimes, todos eles em concurso e coautoria.
Fernando Braamcamp, que será substituído por Pedro Jesus, com o pelouro da Higiene Urbana, é, segundo a acusação, o autarca a quem o Ministério Público (MP) imputou mais crimes. Ao todo contam-se 39 os crimes de que é acusado. A maioria está relacionada com a alegada contratação de serviços de várias empresas para a Junta de Freguesia do Areeiro.
Entre os 60 arguidos no caso Tutti Frutti, encontra-se também o tesoureiro desta junta, Ameetkumar Subhaschandra. Também ele é acusado de 39 crimes de corrupção passiva, relacionados com a contratação das mesmas empresas.
Também Inês Drummond, vereadora do PS na Câmara Municipal de Lisboa, renunciou ao mandato depois de ter sido acusada de quatro crimes de prevaricação. O mesmo sucedeu com o vereador da Câmara de Lisboa, Ângelo Pereira, do PSD, que pediu a suspensão das funções – o que foi “aceite de imediato”.
Ângelo Pereira, que já pediu a autonomização do processo, é acusado de apenas um crime de recebimento indevido de vantagem, o presidente da distrital do PSD em Lisboa tem a expectativa de se poder defender com mais facilidade se o seu caso for julgado à parte. Tem também outra intenção: que o caso seja decidido mais depressa e dessa forma poder voltar à política ativa (já que acredita que a acusação acabará por cair por terra.