Ativismo juvenil vai clamar pela necessidade de proteger 30% do oceano até 2030

O Oceanário de Lisboa e a Fundação Oceano Azul mobilizam estudantes para assinar carta aberta à ONU pela proteção dos oceanos. Trata-se de uma iniciativa global que pretende dar eco à voz de crianças e jovens de todo o mundo pela defesa da vida marinha.

Sabe-se hoje que os oceanos estão a ser literalmente ocupados por quantidades descomunais de lixo e desperdícios provenientes do consumo humano. A Greenpeace sustenta que os oceanos estão a ser invadidos por gigantescas “ilhas” de plástico. “Mais de 12 milhões de toneladas de plástico chegam todos os anos aos nossos oceanos a nível mundial” – há uma “ilha de plástico” no Pacífico que é três vezes maior do que a área total da França.

É no sentido de travar esta galopante escalada de crimes ambientais que as principais organizações ambientalistas de todo o mundo querem que os líderes mundiais escutem as intervenções dos mais pequenos e façam algo para travar este grave problema ambiental.

Em Portugal, o Oceanário de Lisboa e a Fundação Oceano Azul associaram-se a uma causa que promete fazer correr muita tinta: mobilizar os estudantes para assinar uma carta aberta à ONU pela proteção dos oceanos. A iniciativa prevê o envolvimento de crianças e jovens de vários países do mundo na subscrição de uma carta aberta às Nações Unidas, para que os Estados Membros se comprometam com a proteção de 30% do oceano até 2030.

Proteger 30% do oceano

O designado “Mini 30×30 Challenge | A students’ wave for the ocean” é uma iniciativa global e colaborativa que visa mobilizar estudantes, dos 4 aos 18 anos, para a defesa e proteção do oceano, com a meta global 30×30, ou seja, proteger 30% do oceano até 2030. Nesse sentido, o Oceanário de Lisboa em coordenação com a Fundação Oceano Azul, e em parceria com a Direção-Geral da Educação, o Programa Escola Azul da Direção-Geral de Política do Mar, a Ciência Viva, o Jardim Zoológico de Lisboa, o Comité Português para a Década do Oceano, as Redes Global e Europeia de Escolas Azuis, a Rede Portuguesa de Escolas Associadas da UNESCO, o programa Blue Azores, a Associação Europeia de Zoológicos e Aquários e a Ocean Conservation Trust (entre outras entidades promotoras), estão a mobilizar crianças e jovens para subscreverem uma carta aberta às Nações Unidas, transmitindo uma mensagem unificada dos alunos que encoraje os Estados-Membros a comprometerem-se com a meta global 30×30.

Poderosos-graúdos irão ouvir a voz das crianças

A carta será entregue durante a 3.ª Conferência dos Oceanos das Nações Unidas (UNOC3), que decorrerá entre 9 e 13 de junho de 2025, em Nice, França, e vai reunir os líderes mundiais para assumirem compromissos mais ambiciosos em prol da proteção do oceano. “Num momento em que estão em causa decisões críticas para o futuro do planeta, torna-se fundamental que a voz dos estudantes seja ouvida neste fórum”, defendem.


Para isso, será disponibilizado um kit de recursos educativos a todos os professores e estudantes que queiram participar e envolver-se nesta iniciativa, para que possam aprender mais sobre a importância das Áreas Marinhas Protegidas (AMP) e debater os seus benefícios, através do website: www.students4ocean.com.

Depois de explorarem os materiais do kit de recursos educativos e compreenderem a importância das AMP como ferramentas eficazes para a conservação do oceano, os alunos votarão nos benefícios que consideram mais importantes.

Os votos serão submetidos através de um formulário online, onde os professores terão também a oportunidade de submeter uma fotografia de grupo da turma, que poderá fazer parte de uma peça gráfica de grandes dimensões, soletrando “30×30”, que será apresentada na UNOC3 e divulgada através de meios digitais. Cada pixel desta imagem vai corresponder a uma das fotografias de cada turma, simbolizando a união de estudantes de todo o mundo pela proteção do oceano. O resultado da votação global irá integrar a carta aberta às Nações Unidas, que os alunos podem subscrever.

A organização da fação portuguesa pela mobilização dos “pequenos” ativistas em prol da preservação da biodiversidade dos oceanos, acredita que esta iniciativa, pelo seu simbolismo de representar a voz dos homens e mulheres do amanhã, irá ter eco na necessidade de os “senhores do mundo” tomarem medidas concretas na defesa da vida marinha.

“Espera-se uma mobilização de milhares de alunos de todo o mundo nesta iniciativa de cidadania ativa pela proteção do oceano em que se fará chegar, aos decisores políticos, a voz das crianças e jovens, para que esta seja considerada na UNOC3, nos compromissos para a meta global 30 x 30, fundamentais para o futuro do oceano”.

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