Edil de Oeiras aproveitou a inauguração da nova praça de Talaíde para se mostrar apreensivo com a hipótese de os fundos do PRR não ficarem em Portugal, fruto dos desentendimentos entre os partidos da Assembleia da República. Se o Governo de Luís Montenegro “cair”, Isaltino Morais prevê novos atrasos em importantes projetos em Oeiras.
O presidente da Câmara Municipal de Oeiras, Isaltino Morais, inaugurou, hoje dia 7, a nova Praça de Talaíde, localizada na estrada de Talaíde, junto à ribeira das Parreiras, uma requalificação que pretende dar nova vida àquela zona.
Os trabalhos consistiram na construção de um anfiteatro, criação de ligações pedonais entre a área da praça e o Parque Urbano de Talaíde, melhorando o espaço público e garantindo uma adequada ligação do tecido urbano, dotando esta zona das características necessárias à qualidade, comodidade e segurança.
Esta intervenção irá proporcionar uma nova imagem do concelho e garantir melhor qualidade de vida e bem-estar aos munícipes que aqui vivem e que usufruem deste espaço.
O valor total de investimento na requalificação global desta zona de Talaíde foi de cerca de 2 milhões de euros, e contou com o realojamento de 15 famílias.
Novos investimentos para Talaíde
O presidente da Câmara de Oeiras, depois de explicar as múltiplas intervenções levadas a cabo na nova praça de Talaíde, aproveitou para revelar que a autarquia tem ainda previsto uma intervenção de fundo num casario que se pode avistar da praça, que a Câmara já adquiriu por mais de 5 milhões de euros, e quer converter num complexo residencial para seniores, que contemplará a construção de 30 apartamentos.
Para além disso, Isaltino Morais sustentou que a Câmara de Oeiras quer marcar uma posição na afirmação da “imagem de marca” Oeiras naquela zona face ao concelho vizinho.
Para isso, quer requalificar de toda aquela área, que faz fronteira com o concelho de Cascais, e revelou que o Município pretende “comprar todas as casas” do espaço envolvente do novo parque. “Não é porque a Câmara queira ter casas. É para que as pessoas que cá vivem passem a viver melhor. Queremos fazer uma intervenção nestas fachadas para que quem entrar no concelho de Oeiras, que venha de Cascais, se aperceba de que já entrou em Oeiras. Queremos fazer melhor do que Cascais. Queremos reforçar o sentimento de orgulho em sermos oeirenses”, atirou o edil.
Dinheiro a “voar”
Esta obra de requalificação e construção do parque Talaíde foi contemplada no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), mas Isaltino Morais usou uma metáfora para mostrar a sua preocupação com a hipótese de os fundos comunitários previstos no (PRR) “voarem” para Bruxelas, sem ficarem em Portugal, devido aos desentendimentos entre os partidos e a hipótese de haver novas eleições legislativas. Na perspetiva do líder do Município de Oeiras, a marcação de novas eleições pode gerar (novos) atrasos em projetos que a CMO há muito quer ver arrancar, como a intervenção na frente ribeirinha de Algés ou na negociação da Estação Radionaval, onde se prevê a construção de 700 novas habitações.
“Ao contrário dos governos, nós aqui estamos sempre em obra. Fazemos acontecer. Temos a estabilidade suficiente para estarmos sempre em obra. Mas as novas eleições vão atrasar os nossos projetos, porque vamos ter que voltar a negociar com o novo governo”, isto é, abre-se a possibilidade de as negociações voltarem à estaca zero.
A terminar, Isaltino Morais sublinhou ainda que é objetivo do Município de Oeiras, “quando tivermos dinheiro”, prosseguir com a obra na estrada de Talaíde até Leião, Porto Salvo, para melhorar o dia a dia dos automobilistas, mas também reduzir os elevados índices de sinistralidade registados naquela via. “Vamos ter aqui uma avenida espetacular”, brincou o autarca, apontando para a referida estrada.