Carlos Moedas reitera que herdou o projeto de requalificação de Entrecampos de Fernando Medina e que “procurou corrigir os erros do passado”. O autarca assume que o seu executivo tem vindo a reforçar as zonas verdes de Lisboa, plantando “mais 46 mil árvores”.
A Câmara Municipal de Lisboa pretende pôr cobro à polémica em torno do abate dos jacarandás de Entrecampos, em Lisboa. Em comunicado, defende que a Operação Integrada de Entrecampos “é um projeto fundamental para a requalificação de uma parte importante da cidade de Lisboa, que se encontra adiada e sem solução há mais de 20 anos”.
O executivo liderado por Carlos Moedas lembra que o atual projeto de requalificação da área onde antes funcionava a Feira Popular foi aprovado pelo seu antecessor, Fernando Medina (do PS), um projeto “que foi aprovado em reunião da CML, no anterior executivo PS/Bloco de Esquerda, e está definido desde 2018/2019”.
“Correção dos erros do passado”
O comunicado sublinha que “tudo o que foi feito na atual liderança Novos Tempos na Câmara Municipal de Lisboa foi procurar ao máximo corrigir erros do passado e melhorar o que podia ser melhorado e, em concreto, na Avenida 5 de Outubro, tudo fazer para salvaguardar, ao limite do possível, o eixo arbóreo aí existente”.
Por outro lado, o executivo de Carlos Moedas assume que não tapou os ouvidos a quem se manifestou de forma pacífica. “Ouvimos e prestámos máxima atenção aos argumentos de quem se manifestou de forma séria e ordeira contra a solução encontrada”, mas “naturalmente, não tendo também a ingenuidade de ignorar que, em muitos dos casos, resultaram de um previsível e claro aproveitamento político e outras formas de ‘ativismos’ que viram aqui um ‘palco’ para ser aproveitado”, anota.
“As cidades precisam de participação. Devem ser participadas. As pessoas devem ser ouvidas e tidas em conta”, em contraponto, as cidades “também precisam de decisão e não de eternos adiamentos”.
Três jacarandás transplantados
A CML, recorda, já “plantou 15 jacarandás na última semana”, mas que foi decidido que são autorizados “apenas três dos transplantes”, de exemplares que se encontram “numa zona crucial que obriga a trabalhos urgentes no subsolo para requalificação dos coletores de esgoto e condutas de água, que estão em risco e bastante degradados”.
Segundo o Município, dois desses jacarandás irão para a Praça Andrade Caminha e um para a Rua Marquês da Fonteira. “Vão ser ainda transplantados mais dois plátanos que se encontram numa das ruas próximas” e recorda ainda “o compromisso alcançado com o promotor para a plantação de mais 200 jacarandás na cidade de Lisboa”
Quanto a toda a restante intervenção para este eixo, “foi pedido um novo esforço de reavaliação por parte dos serviços técnicos da autarquia e do promotor do projeto, procurando perceber se existe mais alguma possibilidade exequível que não tenha sido devidamente equacionada”, explica.
A CML sublinha ainda que reforça “o compromisso claro do atual executivo com uma cidade com mais espaços verdes e com mais árvores”, e exemplifica que, “em apenas três anos deste Executivo foram já garantidas a plantação de mais de 46 mil árvores”.
Críticas têm motivação política, diz Moedas
Em declarações aos jornalistas à margem de uma iniciativa, Moedas reiterou os mesmos esclarecimentos sobre o abate dos jacarandás. “Na verdade, era um projeto que estava parado há mais de 10 anos, e que vai trazer mais verde para a cidade. Não estamos a falar de menos jacarandás, estamos a falar de mais 200 jacarandás na cidade. Ouvimos as pessoas e a parte técnica, mas não sou eu que faço a parte técnica, posso apenas pedir aos técnicos que façam o melhor possível. Serão apenas três transplantes de árvores que serão feitos. Repito que serão feitos apenas três transplantes e o processo está fechado”, explicou.
E repetiu que muito daquilo que foi dito “teve apenas uma lógica ideológica, porque aquilo que aconteceu não foi movido pelas pessoas, porque eu conheço as pessoas ali vivem e não dizem aquilo que é dito pelos partidos, que é apenas ideologia e luta política.”
É por isso que as pessoas “se têm vindo a afastar da política, porque tudo é aproveitado para difundir mentiras e falsidades”, considerou.
O tabu da candidatura
“O que tem impacto é aquilo que as pessoas veem, não é aquilo que é produzido pela bolha política. O maior impacto é constatar que as crianças, os jovens e os velhos têm transportes gratuitos; é comprovarem que, em 3 anos, plantámos 41 mil árvores em Lisboa. Isso, sim, tem impacto na vida das pessoas. Tem também impacto a abertura dos seis teatros que abrimos em cada bairro. Tudo isto tem impacto na avaliação do trabalho que é feito na Câmara. E essa avaliação é feita todos os dias pelos munícipes, porque é isso o mais importante. Até aqui, sou apenas presidente da Câmara e não sou candidato, mas respeito todos aqueles que o sejam”, atirou.