Alexandra Leitão: “Lisboa está adiada”

A candidata do Partido Socialista à Câmara Municipal de Lisboa (CML), Alexandra Leitão, esteve presente na inauguração da Feira Medieval do Beato, na tarde desta sexta-feira, 27 de junho, onde aproveitou para estar com alguns moradores e comerciantes locais. O programa da sua candidatura ainda está a ser construído, mas a antiga deputada reforça que quer apostar na Cultura, na Habitação e na Educação, áreas que considera que foram “esquecidas” pela atual gestão PSD/CDS.

Alexandra Leitão, candidata do Partido Socialista à Câmara Municipal de Lisboa (CML), esteve na tarde desta sexta-feira, 27 de junho, na inauguração da Feira Medieval do Beato. Acompanhada pelo presidente da Junta de Freguesia do Beato, Silvino Correia, a candidata percorreu todos os expositores do certame, aproveitando para ficar a conhecer algumas instituições da freguesia. “Tenho andado no terreno a conhecer melhor a cidade onde vivo há tantos anos e onde nasci. Tenho ido a muitos sítios e hoje vim aqui à Feira Medieval do Beato, onde nunca tinha vindo”, começou por dizer ao Olhares de Lisboa a candidata socialista.

“Junho é um mês muito importante para a cidade de Lisboa e nos sítios onde tenho estado, verifico o dinamismo e a criatividade das pessoas”. Alexandra Leitão ainda não tem o programa da sua candidatura fechado, mas adianta que quer apresentar algumas medidas na área da Mobilidade, nomeadamente a gratuitidade dos transportes públicos para todos os residentes no concelho de Lisboa, uma medida que “está num pacote, de uma visão estratégica para a mobilidade, e que inclui mais faixas bus. Nos últimos quatro anos, reduziu-se um quilómetro de faixas bus. Não se construíram nem se fizeram faixas bus. Queremos mais faixas bus, mais carreiras da Carris com um horário mais alargado, mais conforto também, por exemplo, nas paragens”, sublinha.

Bolsas de estudo para jovens carenciados e equipas de apoio às escolas

“Há muita coisa que podemos fazer para que, juntamente com a questão da gratuidade, os transportes coletivos sejam mais atrativos e assim também, obviamente, favorecer uma mobilidade sustentável”. Alexandra Leitão reforça ainda que quer também apresentar medidas para os jovens. “Quero propor bolsas de estudo para estudantes universitários carenciados. Há muitos concelhos aqui à volta que têm, e Lisboa não tem”.

Outra medida na Educação passa também pela criação de mais “salas de estudo, abertas fora de horas, uma vez que, neste momento, só há uma em Lisboa”. Por sua vez, acrescenta a antiga deputada socialista, “as escolas precisam de uma equipa de apoio. Estas equipas têm como objetivo apoiar na parte burocrática das escolas, que têm muita contratação pública, muitas regras de despesa pública, e por isso, é preciso ajudá-las para que elas possam fazer aquilo que é a sua vocação, que é ensinar e ter a pedagogia e a educação cívica”.

Partido Socialista quer criar um cartão de acesso a todos os espetáculos culturais na cidade

Na Cultura, o Partido Socialista quer apostar num Cartão Lisboa, que oferece a possibilidade dos residentes irem gratuitamente a espetáculos culturais. No entanto, salienta Alexandra Leitão, a diferença deste cartão para o atual Passe Cultura, medida apresentada pelo atual executivo, é que pretende ser mais abrangente e permitir o acesso a todos os espetáculos culturais.


“Tanto quanto sei, este Passe Cultura só abrange alguns monumentos e museus”, explica a candidata à CML. Ainda na Cultura, é ainda objetivo do Partido Socialista criar “uma Carta Municipal da Cultura, e sobretudo aumentar o orçamento para a cultura e desenvolver mais residências artísticas, internacionais e nacionais, em parceria com públicos e privados. É preciso haver mais e melhor programação cultural descentralizada na cidade”.

Mais rendas acessíveis e requalificação dos bairros municipais

Na Habitação, Alexandra Leitão quer “tirar do papel os programas de renda acessível do Restelo, do Parque das Nações e de São Domingos de Benfica, bem como afetar imóveis públicos para a habitação”. Na sua perspetiva, a Habitação é um dos problemas mais prementes da cidade de Lisboa. “Há cada vez mais pessoas a ter que sair da cidade porque não podem viver na cidade, e têm que sair da cidade não porque querem mas porque são obrigadas. É preciso regular o Alojamento Local e a instalação de mais hotéis”.

Na Habitação Municipal, Alexandra Leitão salienta ainda a necessidade de “intervir ativamente. É preciso consertar e arranjar os elevadores nos edifícios municipais. Nós temos idosos de 80 anos, fechados em oitavos e nonos andares, que não podem vir à rua. Nós temos bairros municipais muito degradados, que precisam de muitos arranjos e de mais segurança. Em Marvila, estive na Quinta do Contador e na Quinta das Amendoeiras”, destacou, reforçando que estes são alguns dos bairros da cidade que carecem urgentemente de uma intervenção.

Mais segurança

“Estive também na Avenida de Ceuta, onde há tenho um problema gravíssimo de consumo [de droga], assim como na Quinta do Cabrinha e na Quinta do Loureiro. O que nós encontramos de comum a todos estes bairros é o mau ou até mesmo o péssimo estado de conservação das casas. É preciso mais segurança em alguns sítios, bem como garantir mais segurança aos moradores”. Na sua perspetiva, e fazendo um balanço dos últimos quatro anos de gestão PSD/CDS na CML, Alexandra Leitão acusa Carlos Moedas de inaugurar obra que foi apresentada pelos executivos socialistas.

“Há muita obra que vem de trás, entre elas o famoso Plano de Drenagem, que ficou adjudicado pelo anterior executivo [liderado por Fernando Medina]. Só a consignação da obra é que ocorreu já como este executivo. Aquilo que eu francamente temo é que, quando for Presidente de Câmara, não tenha nada que me tenha sido deixado pelo engenheiro Carlos Moedas”, critica a candidata.

“As pessoas não querem mais uma cidade adiada”

“O balanço que faço dos últimos quatro anos é que Lisboa está adiada e é uma cidade adiada. Tudo aquilo que ficou preparado pelo anterior executivo, pouco saiu do papel. Eu já falei dos programas de renda acessível, mas posso falar, por exemplo, do Plano de Mobilidade que não foi elaborado, ou do Plano Diretor Municipal que não foi revisto”.

“As pessoas não querem mais uma cidade adiada. Temos de ter uma cidade com mais higiene urbana, com menos lixo, com ruas e calçadas mais cuidadas e com mais espaços verdes e espaços coletivos bem tratados. Lisboa pode ser muito mais e muito melhor do que é hoje e é isso que o Partido Socialista, a partir das próximas eleições, intenciona fazer”, concluiu Alexandra Leitão.

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