Mais oito bairros apresentaram-se na Altice Arena

O segundo dia de exibições na Altice Arena, que aconteceu este sábado, 31 de maio, contou com as participações das Marchas dos Mercados, Bica, Penha de França, Carnide, Alfama, Bairro Alto, Alto do Pina e São Domingos de Benfica, que entusiasmaram a plateia com as suas prestações, inspiradas na ‘Alma de Lisboa’, tema do concurso deste ano. Neste domingo, último dia de exibições, participam as Marchas da Santa Casa, Castelo, Beato, Alcântara, Olivais, Benfica e Madragoa.

As exibições das Marchas Populares de Lisboa continuam ao rubro, desta vez com as participações das Marchas dos Mercados, Bica, Penha de França, Carnide, Alfama, Bairro Alto, Alto do Pina e São Domingos de Benfica, que se apresentaram ao público na noite deste sábado, 31 de maio. Carlos Moedas, presidente da Câmara Municipal de Lisboa (CML), esteve novamente presente, lembrando que, “em todos os anos, estive sempre ao vosso lado, presente nos ensaios, foram mais de 21 dias a acompanhar os ensaios. Queria agradecer a todos, dizer obrigado aos marchantes, que são os reis da nossa cidade, são a alma, a vida e a esperança. Queria também agradecer a todas as famílias que estão aqui sempre a apoiar”.

O autarca deixou ainda um agradecimento “aos bairros”, que são “os melhores do mundo, com gente com um coração enorme”. “Vocês são a identidade desta cidade”, vincou Moedas, voltando a recordar que as Marchas Populares de Lisboa entraram oficialmente no Inventário do Património Cultural Imaterial, o que vem reconhecer esta manifestação popular como símbolo da cultura da cidade de Lisboa. “Esta noite, não são só os lisboetas que nos estão a ver, é o mundo inteiro, e nós vamos mostrar que as nossas marchas são as melhores”, acrescentou.

Marcha dos Mercados recordou a cultura avieira

Após o discurso do presidente da CML, entrou em campo a Marcha dos Mercados, com o tema ‘Do Tejo à Ribeira, para Lisboa Inteira!’, inspirada na cultura avieira do Tejo, muito presente em Lisboa nos séculos XIX e XX. Foi no rio Tejo que muitos pescadores e varinas da zona de Aveiro encontraram solução, tendo-se fixado na Lezíria do Tejo, desenvolvendo uma cultura local com características próprias, cujo resultado deste trabalho era depois vendido nos Mercados de Lisboa. A Marcha dos Mercados é a segunda marcha extra-concurso a participar nas Marchas Populares de Lisboa e é organizada pela Associação dos Comerciantes dos Mercados de Lisboa. Tem como responsável Jorge Nuno Sá e cenografia de Jorge Nuno e Rui Alfar.

Sandro Canossa é o figurinista, tendo também colaborado como ensaiador, a par com Vera Gromicho. Os padrinhos são Hélia Caneira e João de Carvalho. Os mascotes são Rita Gromicho Correia e Telmo Alfar. As marchas inéditas apresentadas são ‘E Avieiro Sou’ e ‘Do Tejo à Ribeira’, ambas de Paulo Colaço (letra) e Nuno Feist (música e arranjos). A terceira marcha apresentada foi ‘É nos mercados que Lisboa tem mais vida’, de José Condeça (letra) e Carlos Pinto (música e arranjos).

Marcha da Bica trouxe para o concurso a vida boémia de outrora

Depois dos Mercados, começou a competição com a Marcha da Bica, organizada pelo Marítimo Lisboa Clube, e que trouxe o tema ‘Um coração em cada porto’, que recorda o sítio do Carvalho, que foi também dos Remolares, dos primeiros cafés, hotéis e casas de pasto, mas também a vida boémia, do jogo do bicho e das mulheres “de meia porta”. A Bica tem como responsável Pedro Duarte, e ensaiador Marco Mercier. Dino Alves é o figurinista e a cenografia ficou a cargo de Brandão & Barros, Carlos Ferreira e João Frizza. Os padrinhos são a socialite Lili Caneças e o modelo Ricardo Guedes e os mascotes Francisco Diniz e Luz Duarte.

As marchas inéditas apresentadas foram ‘Não chores, Bica!’, com letra e música de Fernando Fernandes (FF) e arranjo de Luís Moreira da Silva; e ‘Meia porta, porta e meia’, com letra de Dino Alves, música de FF e arranjo de Luís Moreira da Silva. A terceira marcha apresentada foi ‘Bica de alma e coração’, com letra de João Frizza, música de João Frizza e Miguel Amorim e arranjo de Luís Moreira da Silva.

Penha de França e Carnide também se apresentaram no segundo de exibições

A segunda marcha a concurso foi a Penha de França, com o tema ‘Tic…Tac, no Relógio do Artesão, as Bonecas ganham coração’, que traz a história de um artesão que dá um novo sentido a uma antiga e encantada boneca, neste caso, Lisboa, outrora empoeirada e quase esquecida, mas que, atualmente, tornou-se globalizada, cosmopolita, cheia de cor e de vida. A Marcha da Penha de França é organizada pelo Sporting Clube da Penha e tem como responsável Paulo Lemos. Os ensaiadores são Jonas Paquete e Rui Alves e o figurinista Fauze El Kadre, também cenógrafo, a par com Lucinda Varandas e Sérgio Sousa.

Os padrinhos são Salomé Caldeira e Rui Andrade e os mascotes Alicia Simões e Miguel Miranda. As marchas apresentadas foram ‘No tempo certo da mudança’, ‘Quem marcha assim é da Penha’ e ‘Penha de França, coração d’ouro’, todas de Joana Dionísio (letra) e Carlos Dionísio (música e arranjos). Depois, foi a vez de Carnide, com o tema ‘Na roda da minha vida, há uma rosa atrevida’, que recorda duas figuras que dão vida à cidade: o amolador e a florista de rua. É também em Carnide que está a florista de rua mais antiga de Lisboa e é esta tradição que Carnide quis trazer para o palco da Altice Arena.

A Marcha de Carnide é organizada pelo Teatro Carnide e tem como responsável Pedro Rodolfo Rosa. Francisco Branquinho é o ensaiador, figurinista e cenógrafo. Os padrinhos são a radialista Inês Lopes Gonçalves e o ator Luís Simões. As marchas inéditas apresentadas foram ‘Carnide é flor, Carnide é brilho’ e ‘Não me amoles o juízo’, ambas de Bruno Frazão (letra) e Artur Jordão (música e arranjos). Já a terceira marcha foi ‘Somos todos cor’, com letra de Joana Dionísio e música e arranjos de Carlos Dionísio.

Alfama recordou as origens do bairro

A quinta marcha a apresentar-se neste segundo dia de exibições na Altice Arena foi Alfama, uma das mais esperadas da noite, e que trouxe o tema ‘Agora somos nós’, numa homenagem ás origens humildes do bairro, que, ao longo dos anos, todos aceitou, desde o estivador das Beiras, a varina do Douro, o pescador do Algarve, a lavradeira do Minho e o aguadeiro do Alentejo. Alfama, o bairro mais antigo da cidade, pertence, ao longo dos séculos, aos que vieram de longe e é feito de esperanças e de sonhos. A Marcha de Alfama é organizada pelo Centro Cultural Dr. Magalhães Lima e tem como responsável João Ramos. Vanessa Rocha é a ensaiadora e Nuno Lopes o cenógrafo e figurinista.

Os padrinhos são a fadista Raquel Tavares e o apresentador José Figueiras e os mascotes Margarida Silva e Rodrigo Monteiro. As marchas inéditas apresentadas são ‘ Ter Alfama por paixão’, de Maria do Rosário Pedreira (letra) e Carlos Dionísio (música e arranjos); e ‘Nós Somos Alfama do futuro’, de Raquel Tavares (letra e música) e Carlos Dionísio (arranjos). Já a terceira marcha apresentada foi ‘Gentes de Alfama’, de João Ramos (letra e música) e João M. Ferreira (arranjos).

Bairro Alto também esteve presente no segundo dia de exibições

A marcha que se seguiu a Alfama foi o Bairro Alto, com o tema ‘Onde o tempo guarda histórias’, que representa a passagem das eras e a preservação do conhecimento através do tempo. Cada história, pensamento e criação humana são protegidos por guardiões simbólicos: os alfarrabistas, que guardam a memória nos livros. A Marcha do Bairro Alto é organizada pelo Lisboa Clube Rio de Janeiro e tem como responsável Vítor Silva.

Os ensaiadores são Dino Carvalho e Carla Fonseca e o figurinista Paulo de Miranda. A cenografia ficou a cargo de Fábio Carmelo, João Esteves, José Alberto e José Condeça. Os padrinhos são Sónia Brazão e Luís Borges e os mascotes Denis Santos e Vitória Freitas. As marchas inéditas apresentadas foram ‘Passa o tempo, troca o passo’, de Joana Dionísio (letra) e Carlos Dionísio (música e arranjo); e ‘Conta lá como é que é?’, de José Condeça (letra) e Carlos Pinto (música e arranjo).

Alto do Pina regressou ao passado

A terceira marcha apresentada foi ‘Fidalgo e Fanfarrão’, de Silva Tavares (letra), Elvira de Freitas (música) e Januário Ventura (arranjo). A penúltima marcha a apresentar-se foi o Alto do Pina, com ‘Regas-me a alma’, em que, num regresso ao passado, conta-se a história de um amor eterno entre a Lisboa aguadeira e o galã Alto do Pina. Esta marcha é organizada pelo Ginásio do Alto do Pina e tem como responsável Marco Campos. As ensaiadoras são Rita Spider e Rita Sousa e José Condeça é o responsável pelos figurinos e pela cenografia. Os padrinhos são a cantora Blaya e Diogo Fernandes e os mascotes são Iago Bettencourt e Maria Cardoso.

As marchas inéditas apresentadas foram ‘Regas-me a alma’, de José Condeça (letra) e Carlos Pinto (música e arranjos); e ‘Alto do Pina mora na minha janela’, de José Condeça e Pedro Lourenço (letra) e Carlos Pinto (música e arranjo). A terceira marcha apresentada foi ‘Aqui vai o Alto do Pina’, tema de 1963, com letra de César de Oliveira e José A. Ramos e música de Carlos Dias. Os arranjos ficaram a cargo de Carlos Dionísio.

São Domingos de Benfica homenageou as Laranjeiras 

Por fim, este segundo dia de exibições terminou com a prestação da Marcha de São Domingos de Benfica, organizada pela Comissão de Moradores de São Domingos de Benfica. ‘São Domingos em Flor: amor no laranjal’ é o tema apresentado este ano, e que conta a história da zona das Laranjeiras, celebrando a herança cultural e histórica da freguesia, recordando a importância que as laranjeiras tinham na comunidade. As cores envergadas nos trajes dos marchantes simbolizam a flor de laranjeira (branco), a natureza da região (verde) e a vitalidade dos moradores (laranja).

A responsável pela Marcha de São Domingos de Benfica é Isabel Mendes e Inês Correia é a ensaiadora, figurinista e cenógrafa. Os padrinhos são Jéssica Vieira e Heitor Nunes e os mascotes Teresa Correia e Vicente Teixeira. As marchas apresentadas foram ‘Cá vamos nós, São Domingos de Benfica’, ‘Venham ver! São Domingos de Benfica!’ e ‘Namorico no laranjal’, todas de Joana Dionísio (letra) e João Aborim (música e arranjos). Esta noite, terminam as exibições na Altice Arena, com as participações das Marchas da Santa Casa, Castelo, Beato, Alcântara, Olivais, Benfica e Madragoa.

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