Moedas desfaz tabu e anuncia recandidatura a Lisboa contra “aventureirismos radicais”

Depois de um longo período em que disse ter estado a refletir sobre uma recandidatura a Lisboa, Carlos Moedas já decidiu: vai ser de novo candidato à câmara da capital, porque “o momento que Lisboa atravessa exige estabilidade para realizar e não aventureirismos radicais”. Ainda sem ter fechado os lugares nas listas com CDS e Iniciativa Liberal, a decisão está tomada e a apresentação da recandidatura acontecerá até ao final do mês de julho.

O atual presidente da câmara de Lisboa, Carlos Moedas, confirmou que vai recandidatar-se ao cargo nas autárquicas de outubro. A candidatura vai ser apresentada oficialmente na próxima quarta-feira, mas ressalvou que ainda está em negociação a possível coligação PSD, CDS-PP e IL.

“Sinto a responsabilidade social e política de dar continuidade ao projeto de visão e valorização de Lisboa com que me comprometi. Porque em apenas quatro anos ninguém consegue resolver os males que um executivo socialista criou durante 14 anos”, referiu Moedas.

“Neste momento, o ponto não tem a ver com aquilo que é o executivo ou aquela que será uma candidatura. É Carlos Moedas que se candidata, candidata-se para mais quatro anos e, portanto, é isso que estamos a fazer. Ainda há muitas discussões a ter, ainda estamos num ponto em que a primeira decisão a tomar é o candidato, e o candidato Carlos Moedas pede humildemente aos lisboetas mais quatro anos para governar a cidade”, afirmou o presidente da autarquia lisboeta.

O autarca do PSD falava aos jornalistas à margem da apresentação de um projeto para estacionamento noturno para residentes na cidade, após ser conhecida a decisão de que se irá recandidatar à presidência da Câmara de Lisboa nas eleições autárquicas de 12 de outubro.

Espetro da democracia

Questionado sobre quando será apresentada a sua candidatura, Carlos Moedas indicou que essa apresentação está agendada para o dia 16 de julho, às 18h30.

Nesta ocasião, o social-democrata estava ao lado do seu número dois na Câmara de Lisboa, Filipe Anacoreta Correia, do CDS-PP, a quem agradeceu o trabalho em conjunto durante este mandato, mas recusou adiantar se o centrista voltará a integrar a sua candidatura: “Isso não é uma discussão para hoje, nem faria qualquer sentido”.

“Na minha lista, vou integrar muitas pessoas e muitas pessoas que estão em partidos que não são o meu partido [PSD], que estão em partidos mais de centro-direita ou mais de centro-esquerda. No espetro de que eu considero o espetro da democracia, da tolerância e da moderação”, declarou Carlos Moedas, ressalvando que ainda não conhece as equipas dos outros candidatos, numa alusão à possível coligação entre PS, BE, Livre e PAN.

Reforçando que está “acima dos partidos” e a governar com as pessoas, o social-democrata explicou que não representa “apenas aquilo que é um partido ou outro partido”, mas sim “uma maneira nova de fazer política, uma maneira de estar na moderação da política, com assertividade, contra os extremos”.

“Por ti, Lisboa”

“Quem se identifica com essa política junta-se a mim e, portanto, essas pessoas têm lugar e podem ser de outros partidos, obviamente”, reforçou, indicando que recebe apoios de todos os partidos, contando até ter “muitos votantes” que são socialistas, porque “não se identificam” com as atuais posições do PS.

Referindo que se recandidata numa coligação sob o lema “Por ti, Lisboa”, o autarca do PSD defendeu que ainda tem “muito a dar aos lisboetas” e manifestou a “grande frustração” de governar em minoria, com “uma oposição que sistematicamente tenta travar tudo”, dando, como exemplo, a gestão municipal “sem ter nenhuma receita de capital”, inclusive com a venda de património.

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